quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mas... mas... ?

Sobre Di María: «Tenho dúvidas de como pode render numa liga como a espanhola ou a italiana. Se me dizem que podemos contratá-lo por um preço acessível, digo que arrisquem e façam-no já. Mas se o preço é desproporcionado então digo que não porque não gosto que os meus clubes paguem preços loucos por jogadores.»

Sobre Coentrão: «É um jogador que se está a destacar muito agora, mas contratá-lo é o mesmo que contratar um Marcelo português. Prefiro um jogador de outro perfil.»

Mourinho, via maisfutebol

quarta-feira, 26 de maio de 2010

João Bartolomeu, o paradigma da elevação no futebol português

"Quanto à equipa, o dirigente afirma que «há alguns jogadores com ordenados em atraso». «Mas os que nos interessam para a próxima época ou que são vendáveis têm tudo em dia»."

João Bartolomeu, presidente da União de Leiria, via maisfutebol

Dio Mio (agora vou fazer títulos em italiano para sempre)

Iaquinta, Di Natale, Gilardino, Quagliarella, Guiseppe Rossi, Luca Toni e Pazzini.

Imaginem o que Portugal podia fazer com um dos pontas-de-lança italianos. (bastava um, ao calhas).


edit: esqueci-me do Borriello.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Addio

via o sempre extraordinário A Causa Foi Modificada

I'll see you in another life, brother


6 anos depois, Lost acabou. Nunca vi a 1ª temporada completa, defendi que devia ter acabado na 3ª ou na 4ª, e vi a 5ª, e parte da 6ª, com atrasos brutais. À parte disso, foi a série mais extraordinária que alguma vez segui. Friends, How I Met Your Mother ou The Office era humor puro, House e Boston Legal textos apaixonantes, Criminal Minds o ritmo, Heroes e Prison Break picos de criatividade (no início), mas Lost sempre foi doutro campeonato. A densidade absurda de tudo aquilo, as possibilidades e o argumento sem limites são algo que, para mim, nunca teve paralelo. É claro que a série não foi sempre em crescendo, que possivelmente se prolongou mais do que devia, e que teve algumas crises de vitalidade, mas a centelha de génio esteve quase sempre lá. E é isso que marca a diferença.

Sobre o fim, li, sobretudo, que era pobre e fraco, e que desiludia. Acho que não vi ninguém a dizer que foi fabuloso. Eu digo que o foi, à sua maneira. Não foi um fim absurdamente inesperado, não foi um fim para deixar boquiaberto, e não foi perfeito. Mas foi um grande fim, à altura do que Lost sempre representou. E teve o seu quê de emoção. Como se nos despedíssemos dum velho conhecido.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vamos todos comer merda? Vamoooossss!

Estou há 10 minutos a ver o Portugal-Cabo Verde. 0-0, estamos bem, tudo deveria estar normal. Acontece que, por acaso, não está. E não está, por uma razão simples: uma espécie de centena de comedores de merda, assim dos mais autênticos, não se cansa de soprar esbaforidamente uma espécie de corneta. Se fosse só uma besta a fazer isto, um gajo perdoava. Já cem, e está materializada a sinfonia mais insuportável à face da Terra. Obviamente, não é isso que acha este bando de comedores de merda. Para eles, soprar a corneta é dar força à Selecção, demonstrar apoio sentido e colorir o espectáculo. Claro que era preciso completar a equação "estupidez" e "massas", e a TVI não podia perder a oportunidade. E lá foram eles, da repetição de 2 em 2 minutos dum anúncio para arranjar as putas das cornetas, até à publicidade nos Moranguinhos, para garantir a adesão total do povão. E o que faz o povão? Adere! Tá na moda, não tá? O povão vai! Oxalá isto fosse só um problema de educação, de percepção ou de falta de formação cultural. Não é. É a mais pura estupidez.

Eles têm o Gervais? Nós temos a Bárbara

Nos Estados Unidos, a escolha do apresentador dos Globos de Ouro é qualquer coisa de criterioso. Esta tem por costume recair, ou nalguém com experiência repetida na área da apresentação, ou nalguém com um perfil demarcado no campo do humor mais satírico. O que é que se retira daqui? Retira-se que os americanos são uns parvalhões do caralho, como é óbvio. Aqui nos Globos de Ouro do burgo, a escolha do apresentador, no caso, apresentadora, é criteriosa no sentido de que esteja garantida uma total esterilidade cerebral, de que só seja escolhida alguém que, às vezes, nem para ler o teleponto chegue. Mas temos muito mais do que isso. Ao invés da sátira inteligente e agressiva, absolutamente ácida, o humor de grande espectáculo em Portugal é feito na base da palhaçada, ora com piadas constrangedoramente previsíveis, ora com um espalhafato agonizante, próprio de qualquer comédia rasca, ou de qualquer programa da manhã (ou da tarde) da nossa TV. Não imaginam o que perdem, dudes.

domingo, 23 de maio de 2010

Sparks, versão 4


Acho que é preciso falar de cada filme tendo presente o seu género. Um romance ou uma comédia romântica pode não ser nenhuma obra de arte mas, no seu contexto, pode ser um trabalho interessante e de valor. Penso sempre nisto quando vejo coisas mais comerciais. Uma grande comédia pode ser equiparável a um grande drama, porque cada género tem uma escala, e não faz sentido a silenciosa superioridade moral do género dramático.

Dear John não tem nada a ver com isto. Não é um grande romance, não é sequer bonzinho, e dificilmente é giro. É um filme com uma realização certinha, totalmente aversa ao risco, com uma banda sonora certinha, e com dois protagonistas bonitinhos, mas está longe de ser um romance que valha a pena. O argumento é todo um desconsolo, e, mesmo a resistir à tentação da previsibilidade, é constrangedoramente pobre no que sobra. Já há muito tempo que, com a honrosa excepção que é The Notebook, perdi a consideração a filmes baseados no Nicholas Sparks. Ninguém pode falhar tantas adaptações.

De resto, só mais uma coisa sobre o protagonista: o Channing Tatum tem a expressividade de uma parede. Ao pé dele, acho que até o Patinson pareceria competente.

sábado, 22 de maio de 2010

Crónica duma vitória anunciada

Mourinho é Campeão da Europa. Já o seria desde o Camp Nou, mas hoje fez questão de se confirmar como o 3º treinador da História a ganhar a prova por dois clubes diferentes, depois de ter sido o 1º treinador da História a chegar a 3 meias-finais por 3 clubes diferentes, num clube que não ganhava nada na Europa há 45 anos, depois de ter sido bi-campeão em 3 países diferentes, e depois de, com um plantel assumidamente inferior, ter eliminado o Chelsea e o super-Barça, e, especificamente, Ancelotti, Guardiola e Van Gaal. Dizia ele, ontem, que hoje só representava os portugueses que o admiram. Pobres dos que não tiveram o monstro a representá-lo, hoje, no Bernabéu.

Esta será, acima de todos, a vitória de Mourinho, mas este Inter assenta em dois jogadores incríveis, de entre os quais sairá o MVP desta Champions: Sneijder e Milito. Um pequeno ilusionista, vindo do descrédito em Madrid, e um caminhante argentino que só chegou a um grande aos 30 anos, e que é, hoje, o melhor ponta-de-lança do Mundo. Como o serão, nas suas posições, Júlio César, Maicon e Cambiasso, mais Zanetti, porque quem faz 700 jogos por um clube, é muito maior do que o jogo. São hoje melhores do Mundo, mas provavelmente não o seriam há um ano. É esta a beleza do toque de Mourinho. Não há um projecto seu que não seja para o sucesso incondicional, para a História. Não há um projecto seu que não justifique o apoio total, mesmo para quem o Chelsea ou o Inter nunca tinham dito nada. E é pena que tenha chegado ao fim outra vez. É pena, mas as coisas são mesmo assim. Quando il Speciale tiver pouco a ver com novidade, pressão e desafio, já terá pouco de Speciale. Pois que a saga recomece. Halla Madrid.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Hehehe

"Sabes qual foi o último desejo da economia da Islândia, antes de morrer? Que as suas cinzas fossem espalhadas pela Europa..."
também daqui

No país das comissões de inquérito

"Com o País à beira da bancarrota e praticamente forçado a transferir o que resta da soberania nacional para Bruxelas, Pacheco Pereira continua preocupado com a abortada venda da TVI à PT em Junho de 2009."

No país das moções de censura

"No barómetro de Maio, sondagem efectuada pela Eurosondagem, S.A. para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, de 13 a 18 de Maio de 2010, ou seja, depois da divulgação das «medidas de austeridade» acordadas entre José Sócrates e Passos Coelho, o PS e o PSD sobem (mais o PSD do que o PS) e CDS-PP, PCP e BE descem. O PS continua a ser o partido mais votado. Há uma frase batida que arruma qualquer interpretação dos resultados: as sondagens valem o que valem. Contudo, não se devem esconder alguns sinais: 1. os portugueses começam a ter consciência que estavam a viver acima das suas possibilidades; 2. os portugueses sabem que, neste momento, são necessárias «medidas de austeridade»; 3. os portugueses valorizaram a atitude do partido da oposição – o PSD – que colaborou na definição das medidas a aplicar; 4. os portugueses penalizaram os partidos que assobiaram para o ar. A ver vamos se assim é."

Robin Hood 2.0


A melhor coisa que poderei dizer dele é que foi melhor do que eu estava à espera. Um candidato a épico, protagonizado pelo Russel Crowe, e realizado pelo Ridley Scott, tinha muito mais possibilidades de soar a cópia e falhar, do que o contrário, e não foi isso que aconteceu. Robin Hood não é, de facto, um filme inesquecível, está longe de ser um épico lendário como O Gladiador, ou, mais no registo, como O Último Samurai, nem conta com interpretações avassaladoras (sem demérito para o Crowe, que continua a regressar aos velhos tempos, depois do excelente State of Play, mas também para a Blanchett, que é sempre uma garantia, ou para Mark Strong, depois, também, do apreciável Sherlock Holmes), mas é um filme com uma qualidade indiscutível.

Desde logo, a realização. O trabalho de Ridley Scott é francamente bom, elaborado e preciso, e esta qualidade, na imagem, nos planos, nos slow motions, a intensidade das cenas de confronto, a cor muito própria, é uma garantia para quem o vê. Poderemos falar no orçamento, nas preocupações mais estéticas do que eventualmente de conteúdo, mas um trabalho tão estilizado determina um nível de base para o filme. Um nível alto.

O argumento é muito inteligente. Era fácil fazer qualquer coisa muito épica, qualquer coisa à Robin dos Bosques, mas esta ideia foi desconstruída completamente. Fugiu-se à história tradicional, emprestou-se-lhe criatividade e cor, uma nova abordagem (o filme é uma prequela, por assim dizer, à lenda), e até um escape cómico que, surpreendentemente, acerta quase sempre. O objectivo foi dar ao filme um tom mais leve, mais comercial, mas foi por essa lucidez em fugir ao drama e ao negrume comum, em fugir ao que toda a gente já tinha visto, que o filme resultou.

É claro que há falta de sensibilidade nalguns pormenores (os convidados de última hora na batalha final são absurdos, como sai um bocado a ferros a gestão da figura de Robin Hood, ou é um desastre a personagem do Príncipe John), mas, na essência, é um filme fresco, feito de maneira inteligente, e que justifica perfeitamente o bilhete.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ass kicked

Foi uma desilusão de proporções monstruosas. Não só porque é mau, mas porque eu acreditava mesmo que era bom. Muito bom. Como se sabia à partida, este Kick-Ass tinha bem mais potencial do que o típico filme de adolescente geek, e até admito que estamos na presença dum trabalho quase sempre ambicioso ao nível da abordagem, mas o resultado final é duma pobreza confrangedora. Há muito de Tarantinesco ali, sangue e tiros e explosões que também lembram Shoot'Em Up ou Smokin' Aces, mas a acção é mortiça no essencial, ou seja, na criatividade, na surpresa e no humor, e acaba por ser só qualquer coisa para levar muito pouco a sério, menos descontraída do que deveria, um bocadito drama, um bocadito romance, um bocadito super-heróis, mas sem ser, realmente, nada disso, perdido que nunca deixa de estar no espalhafato e na falta de sumo.

Com um elenco da moda, onde só vale a pena falar da surpreendente personalidade duma miudinha de 13 anos, chamada Chloe Moretz, Kick-Ass é simplesmente a maior desilusão de que me lembro, desde o falhanço épico chamado SuperBad.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

E penso que não se fazia nada sem o Quim e sem o Maxi. Ah e o Luisão. E o Javi e o Ramires e o Saviola?? E o Cardozo, por supuesto!!!

"Di María, David Luiz e Fábio Coentrão valem 120 milhões de euros. As exigências do El Especial podem abanar o mercado.

Imagine que José Mourinho chega a acordo com o Real Madrid. El Especial aterra no Santiago Bernabéu acompanhado do seu empresário, Jorge Mendes, aquele que depois do negócio Cristiano Ronaldo passou a tratar Florentino Pérez por amigo. Mourinho abre a boca e diz: "Venho para ser campeão, claro, mas preciso de alguns jogadores: Di María, David Luiz e Fábio Coentrão."

terça-feira, 18 de maio de 2010

O mestre

"Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue."
Fernando Pessoa

O que é que eu fazia pela Selecção?

Era gajo para meter uma bomba no Departamento de Marketing da Sagres.

Aqui nasceu



Valencia del Miño



segunda-feira, 17 de maio de 2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Era matá-la

"A Câmara de Mirandela confirmou ao JN que a professora de Actividades Extra Curriculares do 1.º Ciclo do Ensino Básico que posou nua para a "Playboy" foi afastada das actividades lectivas e transferida para um serviço onde não tem contacto com os alunos."
in JN online

Uma professora despiu-se para a Playboy, e foi proibida de dar aulas. Aparentemente, não interessou se a senhora era competente, se fazia bem o seu trabalho ou se apresentava resultados. Não interessou o facto de, depois de verem a sua professora nua, os alunos irem continuar a ter exactamente o mesmo rendimento escolar. O único critério foi, pelos vistos, o facto dum simples ensaio fotográfico não estar de acordo com a moral e os bons costumes, e ser, portanto, justificação mais do que suficiente para um linchamento em praça pública. No país em que é divertido fugir aos impostos, ser aldrabão, vigarista e chico-esperto, o povo só fica chocado a sério quando uma professora pousa para a Playboy. Tudo vai bem, claro, no nosso velho Portugal de Deus, da Pátria e da Família.

Não pode um gajo implicar com o Papa, que o Espírito Santo já vem chatear

Aquele tipo de coisa que já é perfeita antes de acontecer

Aparentemente, o pessoal ficou todo apaixonado pelo Papa. Dizem que ele, em vez de duro, distante e frio, afinal acenava às pessoas. Que, quando podia estar a falar com o secretário, ou chateado no papamóvel, acenava às pessoas. Que, os discursos que lhe escreveram, são dum dos maiores intelectuais do nosso tempo (incluíndo, pelos vistos, as partes em que ele bate no aborto e no casamento homossexual). Santo com ele, já!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Papa, porque somos del Atleti?

Admiro a filosofia (e essa é a palavra) do Barça. Adorava o Real do Zidane (mais do que todos, do Zidane), e torço pelo Real do Ronaldo (oxalá, do Ronaldo e do Mourinho, num futuro próximo). Respeito a filosofia (também aqui) do Bilbao, e lembro-me do vigor do Valência da última década, e do perfumadíssimo Sevilha das UEFAs. Mas, desde há muitos anos, se me perguntassem qual era o meu clube preferido em Espanha, respondia o Atlético de Madrid. Não sei explicar verdadeiramente como é que começou. Mas acho que sempre achei que havia qualquer coisa de poético no clube. Em tempos um dos grandes de Espanha, não deve ter sido fácil vegetar tantos anos à sombra do Real, investir tanto, e tanto tempo, para perder cronicamente. E depois, acho que sempre fui fã de clubes capazes de criar lendas, mesmo sem as grandes vitórias. Como o Futre, ou como a Fiorentina do Rui Costa. Certo, é que, dalguma maneira, sempre fui do Atleti. Ontem, 16 anos depois do último troféu, o Atlético ganhou a UEFA. Para ser sincero, nem vi o jogo. Não foi desconsideração nem nada, passou. E só vi os golos há bocado. Mas já li sobre a festa, já vi a capa da Marca e tenho um certo contentamento que não se explica. Como quando o Liverpool foi Campeão Europeu, ou o velho Nápoles voltou à Serie A. Coisas do futebol.

Jornalismo do tipo "isto é tudo uns bandidos"

O Nós por Cá está a um quarto de hora a insinuar que o Governo aumentou os impostos numa altura em que ninguém está a prestar atenção à política. Insinuaram que a medida foi anunciada depois do Benfica Campeão, e insinuaram que foi anunciada antes da visita do Papa, para, feito uns sorrateiros, terem ido fazer algumas 20 insinuosas entrevistas de rua, sobre toda esta situação tão estranha. Parece-me que ficou tudo pela insinuação, porque este é um caso tremendamente complexo de perceber, e oxalá o Nós por Cá faça um programa extra especial sobre isto. Eu cá não acredito.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

África do Sul 2010 - Como vai ser

Antes de mais, duas notas prévias: o anúncio super-electrónicó-espectacular da convocatória do Queiroz ontem, mais parecia a abertura chinesa dos Jogos Olímpicos. O mister não deixou aquilo por menos, ele foi Pedro Pinto, plateau, entrevista, vídeos, lindo lindo. Nem se compara com esse bruto que era o Scolari, esse rústico. Depois, anunciar 24 nomes em vez de 23 quando, no dia seguinte, vão ser anunciados mais 6 que estão na exacta condição desse "+1", é qualquer coisa assim difícil de perceber. (Nem pego no facto de ter sido feita uma pré-convocatória de 50 nomes sem o Manuel Fernandes, que agora está nos últimos 30, hehehe).

Sobre os 24 de ontem: o Queiroz surpreendeu-me pela positiva. Sacana, logo agora que eu já tinha aquele gostinho... Concretizou o Coentrão, meteu o Veloso, lembrou-se do Zé Castro e encostou, incrivelmente, o Patrício e o Moutinho. Aquilo sem o Rolando e com o Makukula, e eu tinha-me apaixonado por ele.

Baliza - como eu tinha dito na antevisão da convocatória, os dois suplentes do Eduardo tinham um valor meramente simbólico. A menos que aconteça qualquer imprevisto, não vão jogar, portanto a importância é relativa. Ter deixado o Patrício em terra foi, portanto, um atestado de cérebro, e a beleza disso ofusca praticamente tudo o resto. De qualquer maneira, não deixa de ser um bocado desconfortável ter despachado também o Hilário. Com o Quim totalmente fora, acho que, em dois lugares, havia espaço para um naco de experiência. Admito que um reaccionário como o Beto seja uma opção interessante, mas já o anónimo Daniel Fernandes, não sendo, concerteza, um Patrício, é assim para o esquisito.

Defesa - Coentrão garantido, foi o espaço de javardice do mister: 6 centrais ali à patrão. Surpreendeu-me a lucidez da opção pelo Zé Castro (que é um tipo com um potencial tremendo, e que nunca pensei que fosse passar pela cabeça do Queiroz), mas é uma falsa opção, porque será ele o sacrificado caso o Pepe recupere, como se espera. Já o Ricardo Costa, que é um jogador que sempre apreciei, útil e fiável, não faz sentido. Faria se ficasse no lugar do Rolando, como 9º defesa, não. Ainda por cima quando só vão dois pontas-de-lança de raiz.

Meio-campo - O Queiroz levou os que eu levava. Era um beijo na testa agora.

Ataque - Não se asneirou com o Edinho, mas faltou o Makukula. É pena.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Primeira impressão

O Rui Patrício está fora. Tenho aqui uma lágrima no canto do olho.

domingo, 9 de maio de 2010

Campeões

O Benfica foi campeão. Estou-me a cagar. Mas hoje sofri como um esganado, tremi por todos os lados, tive vontade de chorar, pulei e gritei, em casa e ao telefone, e fiquei morto de feliz. Muita gente não há de perceber, e quem é do porto e do benfica e do sporting nunca há de perceber. Hoje o Marítimo, o meu Marítimo, o Marítimo do qual sou sócio desde as 2 horas de vida, o Marítimo da cidade onde nasci, o Marítimo do meu pai, o MEU Marítimo, foi ganhar contra todas as expectativas a casa duma equipa com mais adeptos, mais estádio, mais dinheiro, mais condições e mais jogadores, e qualificou-se para uma competição europeia. Não ganhamos títulos, não vamos receber muito dinheiro nem vamos ter projecção, mas o Marítimo nunca foi um clube dos títulos, do dinheiro e da projecção. Somos um clube de coração, de momentos e de pequenas vitórias, e essas pequenas vitórias valem mais do que tudo o resto. Para ter orgulho no meu clube, não preciso de ganhar muitos jogos, nem de aparecer muito na TV, nem de ser de clubes bué fixes como o porto, o benfica e o sporting. Ser do Marítimo, é ser superior a essa merda toda, ser muito maior do que isso. Somos poucos, mas somos verdadeiros. E isso não é ser grande. É ser enorme.

sábado, 8 de maio de 2010

África do Sul 2010 - Como deveria ser

Quase dois meses depois de ter escrito como deverá ser a convocatória da Selecção para o Mundial, ainda venho a tempo, a 3 dias, de me antecipar ao anúncio Queiroz. Preparado para toda a crítica e insulto, eram os seguintes 23 que, por mim, deveriam estar na África do Sul. Segue a info-arcaicó-grafia do losango:

---------------------------------------QUIM
---------------------------------------Eduardo
----------------------------------------Hilário

--Miguel------------Ric. Carvalho----------Pepe-----------COENTRÃO
Paulo Ferreira-------Bruno Alves--------CARRIÇO---------Duda

---------------------------------------VELOSO
------------------------------------Pedro Mendes

-----------------Tiago-----------------------------------Simão
----------------Meireles---------------------------------Nani

------------------------------------------Deco
-----------------------------------------Danny

----------------------Ronaldo-----------------Liedson
--------------------MAKUKULA---------NUNO GOMES

Na baliza, a troca obrigatória, para qualquer pessoa que tenha dois olhos na cara, do Rui Patrício pelo Quim. Esta é uma daquelas que não vai acontecer nem que caiam burros do céu, mas também é um caso em que se impõe um espancamento do ceguinho: vai ficar de fora o melhor guarda-redes português da actualidade, depois duma época que fala por si, para ser convocado o jogador mais overrated da história da Academia do Sporting, e possivelmente da história de todas as Academias do mundo. O simbolismo do Patrício no Mundial, pelo Quim, é algo que falará pelo Queiroz, daqui a muitos anos.

Na defesa, outro caso perdido: o 4º central. Nada tirará o Rolando do Mundial, o que também é constrangedor. O Queiroz tinha muito por onde escolher, quer em qualidade pura, como o Carriço, o Zé Castro, ou até o recém-emigrado Sereno, quer mais no físico, com o Tonel ou o Nunes, mas insistiu, desde a primeira hora, num tipo robótico e desengonçado, sem presença nem carisma. Vale, aqui também, simbolicamente, já que graças a deus, o Rolando não deverá fazer nenhum minuto na África do Sul.

À esquerda, surge a minha primeira esperança. Escrevi no post de há tempos que, nos prováveis dois lugares por preencher na cabeça do Queiroz, a sua opção deveria recair num defesa-esquerdo e num ponta-de-lança e, apesar do César Peixoto ter provado ser mais da confiança do seleccionador, acredito que a segunda volta do Coentrão, aliada às gabarolices duma suposta ideia num suposto jogo da selecção B, poderão pesar a favor do titular do Benfica. Não é perfeito na posição, ainda é verde a defender, mas oferece soluções ofensivas muito para lá do que o Duda pode fazer. E viria em alto de forma.

No meio-campo, o caso do Veloso é difícil de prever, porque as variáveis são muitas. Arrisco que o Queiroz não o vai convocar, porque o Moutinho é quase intocável, mas a segunda volta dele foi muita boa, e pode ser sacrificada uma vaga no ataque sem muita sangria (o Edinho, ou Danny, até). Por mim, o Veloso não só estaria nos 23, como seria titular, numa equação em que não haveria espaço para o Moutinho. Reconheço que, sobretudo a confirmar-se o losango, rodagem é o que não lhe falta, e nas 4 posições, até. Acho é que ele é pior trinco que o Veloso e o Pedro Mendes, pior médio interior que o Tiago e o Meireles, pior médio-ala que o Nani e o Simão, e pior 10 que o Deco e o Danny. É um jogador equilibrado, polivalente, mas que não constitui o valor acrescentado que a especialização na posição garante. A vir do banco, como se prevê, não traz quase nada ao jogo.

Para o ataque, deixo a loucura: o Makukula e o Nuno Gomes, nos lugares do Hugo Almeida e do Edinho. O Nuno Gomes está todo fora do Mundial, com zero hipóteses de ir, mas, mesmo tão ausente na época do Benfica, é um jogador com um passado óptimo em grandes competições, e que assentava como uma luva no losango do Queiroz. É útil técnica e é útil cérebro, e não vai ser o Edinho a chegar com eles. Quanto ao Makukula, por comparação com o Hugo Almeida, é um jogador pior tecnicamente, que oferece menos apoio e possivelmente menos soluções. Mas, e sublinho este facto, é mais matador que três Hugos Almeidas juntos. Oxalá a Bota de Ouro na Turquia tenha operado algum milagre...

Em suma, casos perdidos à parte, torço para que constem na lista de terça, ao menos o Coentrão, o Veloso e o Makukula. Os outros, perdoai ao Queiroz, que a gente sabe o que a casa gasta.