terça-feira, 24 de agosto de 2010

Respeitosamente, enormes

Hoje fui do Braga. No domingo já seremos rivais, seremos rivais o ano inteiro, mas hoje festejei os golos do Braga como se fossem os do meu Marítimo. Hoje senti-me do Braga, e fico imensamente contente por ver tamanha demonstração de força dum clube português perante um colosso da melhor Liga do Mundo, demonstração não dos do costume, mas dum clube renovado, pujante e saudável, que soube crescer e se fazer grande, graças a um projecto, como já digo e admiro a alguns anos, único no futebol português, obra do presidente António Salvador. No 6º ano seguido nas competições europeias, depois de dezasseis-avos e oitavos na UEFA, e depois dum ano em que, com um quinto do orçamento do Benfica, disputou o campeonato até à última jornada e foi buscar a melhor classificação da História do clube, o Braga comete a proeza de eliminar dois monstros, logo os dois piores adversários que podia apanhar nas eliminatórias, e entra pela primeira vez na colossal Liga dos Campeões. O Braga é, acima de tudo, um exemplo. Um exemplo de bem pensar e de bem fazer, um exemplo de competência e de mentalidade, e um clube que merece toda a sorte do mundo. Fica o bem-haja de quem hoje teve a honra de seguir ao seu lado.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

De nada, Mister

"Sucede, contudo, que os acontecimentos de ontem mostram bem que, recorra eu ou não, este caso se continuará a arrastar, e não por minha vontade, pelo que se não justifica prescindir do meu direito ao recurso em nome de interesses cuja eventual perturbação não depende da minha decisão."
Queiroz, daqui

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mister, existem livros de auto-ajuda

Depois do Mundial, o Madaíl chegou à conclusão que o ideal era despedir o Queiroz. No processo, o Chefe terá ido ao contrato do Mister e visto que, para lhe acabar o contrato 2 anos antes, (afinal de contas, para quê assinar só 2 anos e depois analisar os resultados?), tinha de lhe pagar 3,2 milhões de euros. Parece que o Madaíl terá estrebuchado um bocadito, e parece que depois terá feito chegar aos ouvidos do Mister, provavelmente via Amândio de Carvalho, a possibilidade duma rescisão amigável, ou seja, ainda pagar o batatão que é metade dessa merda, como prémio por uns oitavos de final, que isso é que era um bombom.

O Mister não quis. Ou era os 3,2 milhões ou deixá-lo trabalhar tranquilamente, isto é, deixá-lo foder o próximo Europeu. O Madaíl não gostou. Vai daí chegou ao cúmulo de, durante um caralho dum Verão inteiro, ter pastado em todo o santo orgão de comunicação social, que o Queiroz, num dia assim frio durante a concentração, mandou irem ao cu da mãe dum senhor dirigente, o que, num mundo de decoro, respeito, consideração e boas maneiras, como o futebol, onde, sobretudo, não se dizem esse caralho de palavrões nojentos, nem em situações chatas, em manhãs rabugentas, sem ninguém estar a ouvir, é inadmissível. Será que foi tudo só para humilhar publicamente a pessoa do seleccionador a ver se ele percebia que o grande Madaíl já não o quer mais? É capaz. Será que, no fundo, nunca foi mais do que um peido, cujo único castigo possível eram 1000 euros e um mês de suspensão? Diz que sim. É menos estupidamente humilhante por causa disso? Não.

E o quê que sucede? Depois de ter abertamente perdido o apoio do presidente da Federação, e depois de ter todo o organismo a pisá-lo, pontapeá-lo, cuspi-lo e humilhá-lo, a única coisa que o Mister teve para dizer foi "acato qualquer punição a bem da Selecção". Reparem que até eu fiquei com pena dele, e a única coisa que o Queiroz diz é "dêem-me na boca, eu sou a vossa bitch, eu não me respeito, eu só quero o ossinho do cargo, e podem fazer de mim o que quiserem".

No fundo, é um confronto de estilos: a proverbial filha da putice do Madaíl, contra a histórica falta de amor próprio do Queiroz. E o Queiroz é gajo para ganhar isto.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Incêndios destruíram 95 por cento do Parque Ecológico do Funchal"

Justiça pelas próprias mãos é selvajaria. Justiça pelas próprias mãos não teria limites, não teria controlo, e poderia não ter verdade. Poderia nem sequer ser justiça. Justiça pelas próprias mãos não é, nem nunca poderá ser a solução. Ainda assim, parece-me que, para todos quantos destróiem a terra, a beleza natural, casas, vidas, e o património de gerações, fazê-los queimar com o que começaram é o mais parecido com justiça que haverá por estes dias.

domingo, 8 de agosto de 2010

E a sacana da música parte-me todo

Battlestar Galactica é apresentada como uma das melhores séries Sci-Fi de sempre. Criou uma legião de fãs, e eu, ainda no vazio existencial pós-Lost, ataquei a primeira temporada. A primeira metade não é fácil: acção óbvia, pouca criatividade e personagens simplificadas. No entanto, a coisa transforma-se para o resto, e os protagonistas crescem, e sente-se o tal culto a surgir no argumento, tudo a secundar um fim que é apoteótico, verdadeiramente breathtaking. Partirei para a season 2.

Ainda assim, mais do que uma supertaça

Não que o jogo de hoje vá ter nenhum impacto de outro mundo. Não desvaloriza um Benfica que é claramente mais forte, muito menos invalida que o Porto ainda tenha de crescer muito, e está a anos estrelares de transforma Villas Boas a partir de hoje no definitivo novo Mourinho. Foi só um jogo, e portanto é preciso realismo a extrapolar as coisas. Mas foi um jogo que deixou realmente uma marca, e no banco do Porto, acima de tudo. Sobre Villas Boas, dei a minha opinião de início, e, pré-época passada, mesmo com o ónus de não ter visto nada deste Porto, as bases mantêm-se: experiência na alta roda, perspectiva de boas ideias, mas um mundo a provar. Também por isso, esta Supertaça tem bastante significado para ele. Quando toda a gente tinha a certeza que ele ia falhar, quando, ao contrário do que se possa pensar, ele tinha muito em jogo, e logo depois de ter dito, ainda nem tinham arrefecido os dois espalhanços em Paris, que o Porto era sempre favorito, Villas Boas ganhou. Perante o campeão, o carrossel, Jesus e o gozo alheio, ganhou. E também eu lhe ganhei respeito.

P.S. - Só duas notas estéreis de quem nem viu o jogo: 1 - O Falcão é, a grande distância, o melhor ponta-de-lança do país, certamente um dos 15 ou 20 melhores da Europa, e um jogador muito maior do que o nosso campeonato; 2 - Por esta altura, já parece indiscutível que seria precisa uma mão de milagres para Roberto valer 8 milhões de euros. Claro que a culpa do 1-0 não é dele, mas defender à queima roupa, ainda por cima quando lhe vai à figura, será uma das diferenças entre ele e os grandes a sério.