No Domingo, podem usar a puta de desculpas que entenderem para votar nele. Não sei se vai ganhar com maioria ou sem maioria, sei que vai ganhar, e isso é em si a prova de 30 anos do mais puro cultivo da ignorância. Mas saibam que no Domingo não se vota a dívida, a legitimidade dela ou não, as desculpas, a suposta falta de solidariedade do país ou o ror de balelas que o jardinismo tem alimentado para encher a barriga aos tolos e garantir a vitória.
No Domingo vota-se um estado de coisas, o estado intelectual, social e moral em que qualquer cidadão madeirense quer viver. No Domingo vota-se entre o estado que afoga a democracia, persegue a oposição, esmaga a imprensa livre e é constituído por uma juventude partidária e um círculo de barões que fazem tudo girar promiscua e impunemente, e uma saída. Vota-se entre o estado absurdo que não tem uma arcaica lei de incompatibilidades, onde o presidente não põe os pés na Assembleia há 20 anos e nunca fez um debate, o estado dominado por um monstruoso lobby da construção civil, com a segunda taxa de analfabetismo do país, cegado por décadas de desinformação, e uma democracia a sério.
Chega de desculpas, de panos quentes, de condescendência. O poder para mudar o estado de coisas está no voto de cada um. Não há votos tristes, votos necessários, votos a medo. No momento de votar os madeirenses terão toda a liberdade do Mundo. E então reflictam, por amor de deus, porque no Domingo têm em mãos a possibilidade de se dissociarem disto. A resposta que querem dar, a maneira como querem que a Madeira seja vista, como querem ser vistos como cidadãos e como portugueses, cabe-vos só a vós. Chega de fecharem os olhos e de correrem contra o mundo, "orgulhosamente sós", porque não é o mundo que está errado. A Madeira merece mais do que isto. No Domingo, tudo o que precisam é de estar à altura.
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