Era público, mas eu, pelo menos, não sabia. Já tinha engolido que íamos ser o parente pobre dos espanhóis na candidatura aos Mundiais 2018/22, e já tinha engolido que, em qualquer dos casos, não íamos ter nem o jogo de abertura, nem a final, mas pronto, calei-me. Muito fomos poluídos sobre como o Euro 2004 ia ser um barrete, e é óbvio que, desta vez, não havia moral para falar. Demos show, e agora era um Mundial. Só avançávamos com os paneleiros dos espanhóis, e os paneleiros dos espanhóis são maiores e metiam mais dinheiro, portanto, bem haja ao foco mediático possível. Acontece que, esta semana, foi publicado o site da "candidatura ibérica", e, no site, aparecem, pelo que percebi, as cidades candidatas a serem anfitriães da prova. O cenário, pitoresco, é este:
Basicamente, desta "união de dois povos", surgiu um mapa em que são escarradas, à laia do tem de ser, Lisboa e Porto, num conjunto de 3 estádios possíveis (Luz, Alvalade e Dragão), enquanto os espanhóis, fofinhos, lançam não 5, nem 10, nem sequer 15!, mas 17 cidades. Nós nem temos o direito de levantar o dedinho com Braga, ou Coimbra, ou Faro, mas eles espetam até Alicante, Elche, Gijón e Badajoz, tornando-nos numa espécie de tontinhos esmolados, que beijámos a mão do grande irmão, para juntar, depois, avidamente os trocados, radiantes, e com os olhinhos a brilhar. Ou seja, além de não termos nem a abertura, nem a final, teremos, na melhor das hipóteses (nem isto será certo!), 3 estádios nos prováveis 12 para o Mundial, talvez dois grupos de qualificação e, no máximo, dois oitavos. No fundo, os espanhóis sempre foram bué queridos connosco. Nós é que éramos mal-agradecidos.
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