quarta-feira, 31 de março de 2010

Onde se fala sobre Política, Filosofia e Religião

"I mean, I could see myself in a relationship with a girl. Olivia Wilde is so sexy she makes me want to strangle a mountain ox with my bare hands. She's mesmerizing."

Megan Fox, em entrevista à GQ, Setembro de 2008 (aka a um INEXPLICÁVEL ano e meio de desconhecimento)

"Humans are savage in nature. No matter how much you try to dress it up. Blake saw society's true face. Chose to be a parody of it. A joke."

"I heard a joke once: Man goes to doctor. Says he's depressed. Says life is harsh and cruel. Says he feels all alone in a threatening world. Doctor says, «Treatment is simple. The great clown Pagliacci is in town tonight. Go see him. That should pick you up.» Man bursts into tears. Says, «But doctor... I am Pagliacci.»"


5 pequenitas razões para ir a correr ver, ou rever, esta coisinha chamada Watchmen, possivelmente a melhor BD da História, e o melhor filme de super-heróis já feito, a par de Dark Knight:

1 - O argumento, que ultrapassa largamente o "isto é absolutamente fenomenal"
2 - O Rorschach, a personagem mais assombrosamente boa que já vi onde quer que fosse
3 - A intro mais brutal de sempre
4 - A banda sonora mais brutal de sempre
5 - A Malin Akerman

Um absoluto obrigatório, em tudo o que isso possa representar.

terça-feira, 30 de março de 2010

There and Back Again

"Num buraco do chão vivia um hobbit. Não se tratava de um buraco húmido, sujo e desagradável, cheio de restos de vermes e com um cheiro repugnante, nem tão-pouco de um buraco arenoso, nu e seco, sem nada para uma criatura se sentar ou em que comer: era um buraco de hobbit, e isso significa conforto."


Acho que O Hobbit é um livro obrigatório para qualquer pessoa que goste do universo de O Senhor dos Anéis. Infelizmente, nunca li a trilogia, mas ter chegado a'O Hobbit, agora, representou aquela sensação de podermos beber mais qualquer coisa duma realidade, quando supostamente já deveria ser tarde para isso acontecer. Um pouco como se fosse publicado mais um Harry Potter, ou se se fizesse mais um Star Wars. A diferença é que O Hobbit não é nenhuma surpresa, nem nenhum lançamento. Para quem não sabe, é uma prequela a O Senhor dos Anéis, e foi lançado, por Tolkien, justamente antes da trilogia. Representa as primeiras considerações acerca do universo de homens, anões, elfos e hobbits, de gnomos, lobos e wargs, de águias, aranhas e feiticeiros, criado pelo mestre, e dá, pelo menos a quem já viu muitas vezes a obra de Peter Jackson, aquela sensação egoísta de perceber melhor a Terra Média, do que só quem viu os filmes. São-nos explicadas as ligações entre gnomos e orcs, por exemplo, também entre lobos e wargs, assim como as relações entre águias e feiticeiros, e entre homens, anões e elfos. E Tolkien apresenta-nos os hobbits, claro. De O Senhor dos Anéis, só constam três personagens: Elrond, Gandalf e Bilbo Baggins, o avô de Frodo, que é, aqui, o protagonista, já que esta é a estória da sua apaixonante viagem de juventude pela Terra Média, a mesma que lhe levou às mãos o Anel do Poder (ainda que, por esta altura, Bilbo não tivesse, como, se calhar, nunca teve, noção verdadeira daquilo que possuía).

O livro, em si, é uma espécie de conto infantil, diferente de quase tudo o que costumo ler. Tem, por isso mesmo, uma escrita muito simples e acessível, assente numa espécie de inocência, que abrange as considerações do narrador, e se estende às personagens. É um livro que, muito mais do que reflexivo, ou denso, é recheado de uma cor cativante, perfeitamente tolkieniana, que se espalha pelo Shire e por Rivendell e pela Floresta Tenebrosa e pela Montanha Solitária, de uma maneira pura e despretensiosa. Não é uma obra intensa, e porventura quem não está familiarizado com O Senhor dos Anéis, não a apreenderia como ela merece. É um livro, no fundo, para quem souber dar-lhe o valor.


P.S. - Lembrou-me isto:

domingo, 28 de março de 2010

"Sometimes, i feel like Diogenes. You know, the guy who walks alone with a lamp looking for an honest man"


Edge of Darkness é um thriller com muito de previsível e pouco de criativo. As linhas gerais (a tradicional conspiração americana, a investigação desesperada ao sistema, etc) são perfeitamente banais, pelo que, quem o for ver, não deverá esperar surpresas de maior. Há uma ou outra, mas de pequena monta, valendo a coisa, sobretudo, pelo repentismo e pela intensidade dalgumas cenas, e, ainda, pela personagem de Ray Winstone que, sem ser central, é, de longe, o seu maior brilho. O filme parece, durante muito tempo, mal editado, com cenas coladas sem grande ligação, ficando por explorar alguns momentos, emocionais sobretudo (na primeira parte do filme, o sofrimento do protagonista é muito mal gerido), para o que também contribuíu um Mel Gibson já distante do fulgor e do carisma dos velhos tempos. O filme também aposta muito num entendimento subliminar, em não explicar coisas para incentivar uma espécie de dedução, mas a confusão é grande, e, ao fim ao cabo, à trechos da acção que não são totalmente compreensíveis, assim como tiradas que não têm ponta por onde se lhe pegue (Gibson diz, depois de cenas com alguma intensidade, coisas como "e aperte o cinto", ou "e diga aos polícias para não mijarem nos arbustos"...).

Este será, ainda assim, um filme com um mínimo de competência, que até segue num certo crescendo, e não acaba de uma maneira totalmente desinteressante (o joker que é a figura de Winstone também contribui para isso). Para quem quer passar um bocado a ver uma mistura de drama e acção, e quer fugir a qualquer coisa densa, serve bem. Só reforço que, além da pouca criatividade, é um filme um bocado desleixado nos acabamentos, que dá a sensação de ter sido feito a despachar.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Em Ética vemos filmes dos anos 50

"Danny Archer: So you think because your intentions are good, they'll spare you, huh?

Benjamin Kapanay: My heart always told me that people are inherently good. My experience suggests otherwise. But what about you, Mr. Archer? In your long career as a journalist, would you say that people are mostly good?

Danny Archer: No. I'd say they're just people.

Benjamin Kapanay: Exactly. It is what they do that makes them good or bad. A moment of love, even in a bad man, can give meaning to a life. None of us knows whose path will lead us to God."

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pelo gordito

Não li os programas dos candidatos, não vi os debates, sei pouco sobre as ideias-chaves com que eles se apresentam, e praticamente não ouvi comentários acerca deles, portanto estou como a esmagadora maioria dos gajos que os vão eleger amanhã. Para mim, pois, o Aguiar Branco é só um nobrezinho snob, com ar de quem faz favores, que gostava de liderar o partido enquanto dá jantares para aristocratas na sua mansão do campo. Passos Coelho é o supremo queque que nunca fez um caralho da vida, sem ser queque, ter militado, desde bebé, na vomitável Juventude Social Democrata, ser queque, e achar que a escala natural das coisas, é chegar a chefe do PSD e mandar no país, porque os queques podem. Paulo Rangel, ainda que com a estória das papas maizena e do ser gorducho-porque-a-Ferreira-Leite-achou-de-dizer-para-não-se-votar-pela-aparência, ganhou umas eleições, nunca me pareceu populista, desbocado ou demagogo, e, que me lembre, sempre foi coerente, por exemplo, com aquilo de fazer uma campanha sem comícios avacalhantes. Além de que o maior argumento contra ele, é ter vindo do CDS há pouco tempo (pfffffff, paneleirada dos queques, como é bom de ver). Pois que ganhe o Rangel.

quarta-feira, 24 de março de 2010

No reino da bandalheira

"O Conselho de Justiça reduziu substancialmente as penas a Hulk e Sapunaru. O avançado passa a ser penalizado com três jogos de suspensão. Originalmente, numa decisão tomada a 19 de Fevereiro, a Comissão Disciplinar da Liga tinha penalizado Hulk com quatro meses."


"À parte disto, os 4 meses de suspensão são uma óbvia palhaçada. Toda a gente viu o Hulk ir à cara do segurança, mas os túneis são um tópico sensível, e, a partir do momento em que se sabe que o segurança em causa trabalha há anos para o Benfica e, pior, que teve um comportamento considerado "provocatório", é mau que se arruíne meia época de um jogador, enquanto o clube responsável pela segurança do estádio se fica pelos 1500€ de multa. Mais do que desconsideração pelo espectáculo ou pelos adeptos, ou o facto de ser um precedente complicado, soa a má fé. E isso é que é grave."

Aqui, há um mesito a tal


Nisto tudo, nota para uma demonstração de carácter muito pouco comum: Hermínio Loureiro demitiu-se da presidência da Liga, em solidariedade com a Comissão Disciplinar. Sai com a cara lavada.

Tempos da História

"Custa-me a crer que alguns dos meus contemporâneos estejam dispostos a embarcar na veleidade de comparar Messi a Maradona. Bem dizia Foucault quando perorava sobre o vício de cada tempo para se achar no epílogo da história.

(...)
Não consigo conceber a comparação entre Messi, para quem ser genial tem piada e é divertido, e Maradona, um praticante do abismo existencialista, alguém que instrumentalizou o génio para fugir ao pavor cénico de não conseguir vencer tudo sozinho.

Até ver, o génio de Messi consiste em criar a ilusão de que actua numa equipa de jogadores triviais (quando na verdade sempre viveu luxuosamente rodeado de Xavis, Iniestas, Henrys, Ronaldinhos, Ibrahimovics).
Já o génio de Maradona produz uma alucinação bem mais radical: cria a ilusão de que um só jogador pode levar uma equipa (realmente) trivial a qualquer vitória (quando, na verdade, todos sabemos que isso só é possível quando esse jogador se chama Maradona – Nápoles, México 86 e Itália 90 – se o árbitro não tivesse inventado aquele penalty). Como diziam os antigos, o passado (aquele em que Maradona viveu) é um campeonato diferente."

terça-feira, 23 de março de 2010

Eu, leecher, me confesso

É verdade. Sou um desses filhos da puta. Tenho espaço no disco, não tenho constrangimentos de internet quase nunca, o utorrent não me esgana as conexões, e, mesmo assim, sou um leecher. Não sei exactamente qualificar porquê. Não sou nenhum cabrão egoísta e sei que os leechers deviam ser saneados, mas não consigo. Não consigo deixar as coisas na pastinha do programa com o nome que têm, e aquelas merdices ao calhas. É toda uma psicose que me sufoca. Saquei um episódio duma série, e só há duas opções, depois de ver: ou guardo, numa óbvia pasta etiquetada com a temporada e o número do episódio (soubessem quantas vezes já reescrevi nomes de músicas), porque só tem lógica guardar as coisas assim, ou elimino, porque, mesmo no mar dos meus 100 gigas livres, aqueles 300 megas têm um peso insuportável. Era como deixar lixo espalhado pela sala. Às vezes penso que, se fossem todos palhaços como eu, isto havia de estar tudo muito fodido. Mas depois há os seeders, sempre eles, sempre lá para prostituir o que for preciso, a qualquer hora, para bestas como eu verem coisas como "Mad Men Season 1 Complete.rar" nas férias, sem terem de dar nada em troca. Há qualquer coisa de muito bonito à volta disto.

segunda-feira, 22 de março de 2010

E cairão burros do céu

«Serei aliado do engenheiro Sócrates, nem que seja contra o PSD»

Alberto João Jardim, via A BOLA

domingo, 21 de março de 2010

O melhor do Mundo.

Era só para dizer que gosto mesmo dele

“A minha obrigação é dizer o que penso e o que considero fundamental para o futuro do país. Não vou mudar de convicções nem alterar o discurso consoante as conveniências. Não vou renegar os meus valores para condicionar os apoios à minha candidatura. Quem quiser apoiar-me terá que me apoiar tal como sou: republicano, democrata, socialista. E acima de tudo um homem livre, que se guia pela sua consciência e para quem Portugal é uma História, uma língua, uma cultura, uma identidade.”

Manuel Alegre, ontem, em Bragança, via Arrastão

Dear Pennis

sábado, 20 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Duas coisas sobre a noite europeia (sacana de título mesmo literal)

1 - A Sportv tem um problema gravíssimo com quem convida para comentar jogos de futebol. Idos os tempos dos saudosos Joaquim Rita, João Rosado e afins, que sabiam o que estavam a dizer, o canal entrou numa constrangedora espiral de episódios desse saudoso "dizer merda", coroada, claro, pelo incomparável Diamantino, mas que nunca deixa de me surpreender, quando lhe dou essa oportunidade. Hoje, vi os últimos 15 minutos do jogo do Benfica, e o meu QI deve ter abalado muitos pontos. O Milan (não o clube, quem não sabe quem é, paciência) era capaz de me tentar explicar que aquilo era chauvinismo ou outra mariquice assim, mas é evidente que não era. Aquilo só tem um nome que é, como saberá qualquer mente sã, ter merda na cabeça. Além da cadência impressionante de um elogio ao Benfica a cada 3 segundos (fosse para dizer que a puta da defesa entalou, mas só porque jogar em linha é muito fodidão), a excelência chegou ao ponto de, numa falta perto da área do Benfica, indiscutível, dizer que "no inconsciente, o árbitro tem sempre a noção de quem é o presidente da UEFA" e, auge!, depois do Aimar projectar um gajo, no espaço, uns 5 metros, dizer o gostoso "se fosse na outra área não marcava" e "quando foi o Ramires não viu" e "correcto era deixar seguir". Foda-se.

2 - Aguentar um jogo fora com 9, sem sofrer golos, contra o ataque do Atlético, e depois recuperar duas vezes de desvantagens em casa, para acabar eliminado é, todo ele, um poético tratado de sportinguismo. Ao menos reconheçamos a beleza disto.

terça-feira, 16 de março de 2010

Santos da casa


Sinceramente, acreditava na passagem, mas nunca na vitória em Stamford Bridge. O Inter dos últimos 3 anos, apesar de intratável na Série A, foi sempre uma equipa com Mourinho a menos, inglória na Europa (espelho do Inter de muitos anos) e, depois dos despachos pelo Liverpool e pelo United, o Chelsea não era propriamente um convite. Contudo, o clique foi mesmo com Chelsea, num assomo de poesia futebolística, pura e simplesmente, à la Speciale. Depois da vitória no Meazza, vitória no velho e inviolável Stamford Bridge de tantos jogos, com olés a acabar. Houve estrelinha quando foi preciso, é verdade (o fim de primeira parte do Chelsea foi violento), mas foi muito mais do que isso. Foi um Inter a exalar Mourinho por todos os lados, surpreendente mas perfeito tacticamente, felino no corte atrás, sempre equilibrado, fechado quando foi preciso, farto, mais tarde, no ataque (e que jogo fez esse portentoso Wesley Sneijder), e a marcar no último fôlego do adversário, como se aquilo não fosse mais do que a interpretação dum guião, há muito tempo definido. Uma equipa seguríssima de si, que, no fundo, nunca duvidou de como o jogo ia acabar.

Este Inter não é um prato cheio para o que falta da Champions, porque ganhou ao Chelsea. Isso foi só um pormenor. É um caso sério porque eliminou o Chelsea sem nunca ter estado, em toda a eliminatória, verdadeiramente em cheque, por um período que fosse, no limite. Welcome back, Special.

Provavelmente, o jogo do ano

segunda-feira, 15 de março de 2010

Quem sabe nunca esquece

P.S. - A assistência é d'O Fenómeno. Em nome dos velhos tempos.

domingo, 14 de março de 2010

This isn't flying, this is falling... with style!


Em 1995, o Toy Story já seria um filme com muita pinta. Mas não deixa de ser extraordinário como a Pixar cresceu.

sábado, 13 de março de 2010

A reza de Queiroz ou os insondáveis caminhos da fé

"Guus Hiddink descartou a possibilidade de vir a orientar a selecção da Costa do Marfim no decorrer do Mundial-2010, devido aos compromissos que já tem com a Rússia e com a Turquia. O treinador holandês esclareceu a situação na habitual rubrica que assina no jornal «De Telegraaf»."

Welcome back

"Danny está de volta! Após vários meses de ausência, devido a lesão, o internacional português voltou à competição, e em grande! Apontou um grande golo no arranque do campeonato russo e ofereceu três pontos ao Zenit, que estreava o técnico Luciano Spalletti."
Um grande bem haja. Há de nos ser muito útil na África do Sul.

quinta-feira, 11 de março de 2010

África do Sul 2010 - Como deverá ser

Já tinha na cabeça um post sobre a convocatória final do Queiroz para o Mundial, mas estava a planeá-lo lá mais para a frente, já que, afinal de contas, ainda faltam dois meses para a coisa, e qualquer consideração, neste momento, corre o risco de se assumir como prematura. Ainda assim, sem querer dizer, para já, se seriam ou não as minhas escolhas (e, em vários casos, não seriam), facto é que me parece que qualquer coisa como 21 dos 23 convocados (partindo do princípio que o Pepe, o Deco e o Danny recuperam a tempo), já estão perfeitamente garantidos na convocatória final. Assim, vale a pena teorizar sobre os eventuais lugares em aberto:

---------------------------------Eduardo
----------------------------------Patrício
----------------------------------Hilário

Miguel-----------------Pepe--------------R. Carvalho-------------Duda
Paulo Ferreira-------Bruno Alves-----------Rolando----------------?

--------------------------------Pedro Mendes
--------------------------------------?
-------------------Deco----------------------------Meireles
------------------Moutinho--------------------------Tiago

Ronaldo----------------------------------------------------------Simão
Danny-------------------------------------------------------------Nani
---------------------------------Liedson
-------------------------------Hugo Almeida
-------------------------------------?

Acredito que será de entre os 3 lugares identificados, que saírão os 2 jogadores em falta, podendo considerar, como mais provável, que os lugares de defesa-esquerdo e de trinco se fundem num lugar em luta, ao passo que deverá haver uma vaga para o ataque. Para esses dois lugares, acho que estamos, hoje, na presença, de um conjunto de 5 candidatos: César Peixoto, Veloso e Tonel, atrás, e Varela e Edinho, à frente. Qualquer discussão sobre nomes como o Quim, o Carriço, o Micael, o Assis ou o Makukula é perfeitamente estéril, dado que, só se acontecer algo de inesperado (e arriscaria, mesmo, que só lesões graves), é que o seleccionador abrirá alguma excepção.

Atrás, parece-me que é o César Peixoto, apesar de tudo, quem parte à frente. Sobretudo porque, como já é mais do que óbvio, o Queiroz não gosta do Veloso, e depois porque está a pensar no Pepe para trinco, e não haveria utilidade, de facto, para um 3º trinco. Por último, porque a posição de lateral pode ser muito importante para um eventual losango, e o Paulo Ferreira, cumprindo no lugar, não consegue ser, naturalmente, acutilante (além de que nem canhoto é). Tonel, será, do trio, a opção menos útil, mas já mostrou ser da confiança do Queiroz e, com o Pepe apontado a trinco, seria alguém para fechar o quadro de centrais. Finalmente, o Veloso (que, curiosamente, poderia cumprir, no papel, qualquer um dos lugares aqui em jogo, ou seja, trinco, defesa-esquerdo e central) só me parece que seja convocado se mantiver o nível altíssimo que tem apresentado, até ao último minuto do campeonato, (com a opinião pública, nessas circunstâncias, a vergar o seleccionador), ou se o Queiroz se convencer de que o Pepe tem é de jogar a central. Existe, ainda, a possibilidade, menos provável, do Queiroz convocar 2 destes 3, esquecendo a vaga do ataque.

Se, pelo contrário, convocar alguém para aí, a opção mais provável é o Edinho. Mesmo que Queiroz se lançasse de cabeça na preparação do losango, e libertasse de vez o Ronaldo para ponta-de-lança, deixariam, ao mesmo tempo, de ser necessários 4 extremos, com o Simão, o Nani e o Danny a serem mais do que suficientes para ocupar a ala ofensiva do losango. O Varela só será convocável caso o Danny não recupere, ou caso o Queiroz não o considere em condições (improvável, porque já voltou a jogar e porque foi, desde o início, uma aposta pessoal do seleccionador). Com o Makukula e o Nuno Gomes completamente afastados das opções, só sobra, pois, o Edinho.

Nestes eventuais 23, devo dizer que só concordo com 16 nomes, mas sobre isso farei outro post, dentro em breve. Para já, objectivamente, sobre os lugares em falta, convocaria o César Peixoto e o Veloso, e não uma 7ª opção de ataque. Se a Selecção jogar em 4-3-3, o Liedson não precisa de dois suplentes, tal como, se a opção for o losango, será o Ronaldo a fazer dupla com o 31 do Sporting, remetendo o Edinho para a condição hipotética e desnecessária de 4ª solução de ataque. Acho que, em caso de dúvida, opções de ataque são mais valiosas que outras, mas não vejo o Edinho, simplesmente, como uma solução confiável, ou com um mínimo de peso. Daí que optasse, primeiro, por um garante das nossas alas, com o Peixoto (e porque tenho uma esperança tremenda que o Queiroz não tenha medo de usar o losango) e, depois, por levar, apesar de tudo, aquele que será, hoje, o melhor médio defensivo português, o Veloso.

Espero, ao menos, que o Queiroz escolha bem, onde tem dúvidas.

segunda-feira, 8 de março de 2010

82ª - Balanço


Ainda que sem o fulgor e o glamour do ano passado, quando o Hugh Jackman partiu a loiça toda, foi uma cerimónia francamente interessante, para lá das críticas de desconsolo que insistem, todos os anos, em lhe fazer. Houve momentos muito bons, como o lançamento das categorias de Melhor Actor e Actriz, dos argumentos e, principalmente, de Melhor Banda Sonora, e, apesar de se ter desconsiderado a categoria de Melhor Música, perdido tempo a mais com homenagens, e despachado o Melhor Filme à bomba, o balanço é positivo. Os experientes Alec Baldwin e Steve Martin fizeram o que lhes competia e, mesmo sem deslumbrar (afinal de contas, como já disse, havia a sombra violenta da cerimónia do ano passado), construíram uma química muito interessante, superior, em ambiente, ao que o grande Jon Stewart, por exemplo, conseguiu há dois anos. Acima de tudo, é impossível achar a Oscar Night pouco apaixonante, com a passadeira e todos os velhos conhecidos ali, a aparecerem por todos os lados. Uma noite sempre obrigatória, diria, para todos quantos não resistem a este mundo.

Cool
Pessoalmente, vi a cerimónia, como já cá tinha escrito, a levar a peito as nomeações do Crazy Heart, e é óbvio que o duplo Óscar valeu festejo durante a madrugada. Talvez saiba um pouco a vingança, pelo The Wrestler, no ano passado, mas continuo a dizer que é, acima de tudo, o reconhecimento, mais do que justo, a um grande trabalho. E ainda por cima era a 5ª nomeação do grande Jeff Bridges. De resto, a nível das interpretações, não houve nenhuma surpresa desagradável, e, além dos garantidos Waltz e Mo'nique, também a Sandra Bullock não falhou, quando, a dada altura da noite, as coisas chegaram a parecer mal paradas, dado o fulgor de Precious. Também não posso deixar de sublinhar o regozijo especial por ter visto, surpreendentemente, o extraordinário Up levar um segundo Óscar para casa, depois da previsível vitória em Animação: foi banda sonora, e foi um mimo.

Not cool
Pior foi, desde logo, a única verdadeira surpresa da noite, que roçou a barbaridade: Precious roubou um Óscar encaminhado a Up in the Air, deixando, simplesmente, aquele que se arrisca a ser o melhor filme de 2009, perfeitamente a seco. Acho que qualquer pessoa que tenha visto ambos, percebe o que quero dizer: Precious é um drama violento, mas com muito pouco de argumento (o cliché da filha violada, imagine-se...), que só é um filme projectável pela qualidade das interpretações, apesar de, como escrevi na altura, só Mo'nique ser verdadeiramente boa (Sidibe é a sua aparência, nada mais que isso). Up in the Air, pelo contrário, apesar da riqueza a quase todos os níveis, é fruto dum texto eminentemente criativo, denso, que funde a complexidade da sociedade com a complexidade do indivíduo, dum ângulo, acredito, nunca abordado no grande circuito. Correndo o risco de derivar para as teorias da conspiração do costume, e quando não haviam hipóteses para Melhor Filme, Realizador ou Actriz (se bem que ainda temi pela Bullock, vá-se lá saber), parece-me que ter Oprah Winfrey como produtora é capaz de ser coisa para valer brinde. E depois do banalíssimo The Great Debaters ter chegado ao Kodak Theatre, no ano passado (sempre a estória da condição massacrável da raça negra...), o selo de Precious, este ano, parece coincidência a mais.

Nas outras grandes categorias (Filme, Realizador e Argumento Original), onde eu torcia por milagres em todas, só se assistiu a uma passagem esmagadora de Estado de Guerra, que as levou a todas para casa, e saíu como o indiscutível vencedor da noite. Repito que, para mim, The Hurt Locker não é o Melhor Filme do ano, e não tem, nem o melhor Realizador, nem o Melhor Argumento. Toda a luta dicotómica que se gerou entre si e Avatar, qual Espiral do Silêncio, a secar tudo à volta, é, até, provavelmente, o lado mais negro e menos respeitável da grande cerimónia que são os Óscares. É muito injusto que, com Up in the Air, District 9 e Up ao barulho, seja The Hurt Locker a ganhar ainda que, nessa luta pré-imposta com Avatar, fosse ele o vencedor natural. Argumento (destroçando The Inglourious Basterds e Up!), até é o menos admissível de todos, e Realização, aqui com o burburinho enervante de ser uma mulher a ganhar pela primeira vez, à laia de lobby da praxe, parece-me, igualmente, desajustado, tendo em conta o que o desprezado Cameron conseguiu, ao fim de 15 anos de trabalho.

De resto, foi um prazer, como sempre.

domingo, 7 de março de 2010

82ª - Antevisão


Depois de umas semanas com os olhos nos Nomeados para esta 82ª edição dos Óscares, ficam aqui, não as apostas, mas, sobretudo, os desejos para logo à noite:

FILME

Desde as nomeações, que se alimenta a ideia de que esta será, mais do que qualquer outra, uma luta a dois entre Avatar e The Hurt Locker, com o primeiro a partir com certa vantagem. Parece-me injusto, até porque, para mim, nenhum deles está, sequer, entre os 3 melhores filmes, dentre os 10 nomeados. Avatar é tremendo a nível técnico, mas uma anedota de argumento, Hurt Locker é muito intenso, mas pouco criativo. Considero, qualquer um deles, inferior a outros nomeados como District 9, Up, The Blind Side ou Inglourious Basterds, apesar do filme do ano ser, na minha opinião, o Up in the Air. Tem um argumento fantástico, tem realização, interpretações, cor, praticamente tudo. É um filme tremendo que, oxalá as surpresas da noite o contrariem, acabará por ser injustamente esquecido. Ainda assim, na luta a dois de que falei no início, o mínimo de justiça daria o Óscar a The Hurt Locker.

ACTOR PRINCIPAL

Vi 4 dos 5 nomeados em acção, mas não vi, curiosamente, o único que se considera poder roubar o Óscar a Jeff Bridges: Colin Firth, em A Single Man. Ainda assim, é evidente que a prestação do primeiro é merecedora de Óscar e, tal como escrevi no texto sobre o Crazy Heart, estou a torcer francamente para que tal se concretize.

ACTRIZ PRINCIPAL

Será das categorias mais abertas da noite, já que só Helen Mirren não terá, à partida, possibilidades de chegar à vitória (a eterna Meryl Streep também não parte à frente, mas ganhou o Globo de Ouro, em Comédia). Sandra Bullock é a favorita e parece-me que, pese a boa surpresa que foi Carey Mulligan (não tanto Gabourey Sidibe), é claramente a nomeada mais forte.

ACTOR SECUNDÁRIO

É uma categoria quase sem história, tal tem sido a ovação e o reconhecimento ao trabalho de Christoph Waltz (Inglourious Basterds). Apesar de achar que o austríaco fez um trabalho consistente, também o achei robotizado de mais, pelo que não é uma interpretação que me tenha cativado especialmente. De qualquer maneira é superior à dos outros dois nomeados que vi, Matt Damon e Woody Harrelson.

ACTRIZ SECUNDÁRIA

Também aqui existem muito poucas dúvidas em relação ao desfecho. Mo'nique é a vencedora mais do que anunciada, e acredito que nada lhe retirará o Óscar. Aliás, apesar de ter gostado muito de Vera Farmiga, no Up in the Air, e de ter ficado bem impressionado com a Maggie Gyllenhaal, no Crazy Heart, seria uma barbaridade se tal acontecesse, dado o assombro que é a prestação de Mo'nique, em Precious.

REALIZADOR

O choque entre Avatar e The Hurt Locker estende-se até à luta de Realizadores. Também aqui não parece haver dúvidas de que é uma corrida a dois, se bem que a ligeira vantagem esteja, neste caso, ao lado de Kathryn Bigelow. Parece-me injusto. Se Avatar é uma obra pobre ao nível do argumento, que nunca deveria ganhar Melhor Filme, é inegável que tem, no entanto, uma realização tremenda, verdadeiramente inovadora, que é, ainda por cima, resultado, pormenor sobre pormenor, do trabalho meticuloso do homem que a idealizou: James Cameron. Pode-se cair no erro de tentar esvaziar o trabalho de Cameron com a crítica grosseira aos efeitos especiais, mas facto é que o trabalho dele, a este nível, é assombroso. E espero, sinceramente, que se lhe reconheça isso. Caso não, então o meu vencedor seria, à laia dum golpe de teatro, Jason Reitman, pelo fantástico Up in the Air.

ARGUMENTO ORIGINAL

O grande favorito é The Hurt Locker, e, pela linha dos prémios já distribuídos, só um Inglorious Basterds com alguma felicidade poderá alterar este cenário. Para mim, o argumento original do ano seria o extraordinário Up, pela simplicidade, pela doçura e pela inteligência. Como o menosprezo pela Animação irá vingar, então torço para que seja o filme de Tarantino a chegar ao prémio. Sem ser perfeito, de Inglourious Basterds ninguém poderá dizer que não é criativo, algo de que The Hurt Locker não se pode realmente gabar.

ARGUMENTO ADAPTADO

Praticamente não há dúvidas sobre a vitória de Up in the Air e, apesar da minha grande consideração por District 9, acho que não há muito a dizer. Estamos a falar de um argumento extraordinário.

NOTAS

Sobre as outras categorias, só dois aspectos a destacar:
1. Up tem, obviamente, de ganhar Melhor Filme de Animação
2. Torcerei pela majestosa "The Weary Kind" na luta mais renhida da noite (Melhor Música Original), contra um Musical e um Disney duplamente representado. May the force be with us.

À 01.30h, na TVI.

sábado, 6 de março de 2010

Maku

"O 17º golo apontado por Makukula na Liga turca ajudou o Kayserispor a garantir um empate no reduto do Kasimpasa (2-2), na 24ª jornada da Liga turca."
O Makukula é mau tecnicamente, tem má mobilidade e, portanto, não é um jogador especialmente útil para um conceito de futebol apoiado (aka losango do Queiroz no Mundial). Ao mesmo tempo, tem uma característica curiosa: é um daqueles sacanas que, dentro da área, tem aquela mania perniciosa de fazer aquela coisa a quem chamam golos. Tem um jogo de cabeça tremendo, um grande pontapé e muito instinto. Numa altura em que há a possibilidade real de só serem convocados para o Mundial dois pontas-de-lança, parece-me bastante discutível que seja o Hugo Almeida a acompanhar o Liedson. Sim, o Hugo Almeida, além de ter corpo, segura a bola, tem uma técnica razoável e movimenta-se qb fora da área. Mas alguém já viu a incapacidade daquela criatura para finalizar?

Until then, im just gonna stay Bad


As comparações com The Wrestler eram incontornáveis. Do passado de relevo à estória de auto-destruição presente, até ao protagonista como ícone e ao peso de uma grande música na acção (apesar da surpresa nos Óscares do ano passado, Mickey Rourke ganhou Globo do Ouro para melhor Actor e "The Wrestler", do Springsteen, ganhou para Melhor Música Original), tudo se conjugou para que este Crazy Heart nascesse sob uma sombra muito grande. Por isso, vale a pena dizer, desde logo, duas coisas: primeiro, toda esta semelhança nunca invalidaria, à partida, que Crazy Heart fosse um grande filme, porque, como é óbvio, não se lembraram de o fazer depois de verem The Wrestler, em menos de um ano, e, sobretudo, porque esse exemplo tão próximo implicaria, pela lógica, um cuidado redobrado na abordagem, justamente para recusar qualquer tipo de colagens. Acredito, assim, que havia, ao contrário do que muita gente terá pensado, mais prós do que contras, num filme de espectro tão próximo de outro (no drama e nas linhas gerais), feito tão pouco tempo depois. Segundo, Crazy Heart é, realmente, inferior a The Wrestler, como só seria lógico que fosse, não estivéssemos a falar de uma obra-prima. Isto não invalida, no entanto, que este seja um grande filme, diria mesmo, injustamente esquecido, na corrida de 10 nomes, deste ano, a Melhor Filme para a Academia.

Crazy Heart é um filme, acredito, muito mais do que de realização ou de argumento, que vive da interpretação, e, apesar de ser justo mencionar a maneira como Maggie Gyllenhaal cumpre graciosamente um papel que puxava por ela (lembrava-me da pequena expressão que tinha tido em The Dark Knight, por exemplo, e surpreendi-me pela positiva), é Jeff Bridges que surge tão bom como o reconhecimento que tem tido sugeria. Apesar da concorrência fortíssima do Colin Firth, pelo que se anuncia (não vi A Single Man), há de ser ele a vingar o Óscar que foi espoliado a Mickey Rourke, no ano passado. Assim como esta majestosa The Weary Kind merece o reconhecimento que "The Wrestler" não teve. Estou a torcer.

sexta-feira, 5 de março de 2010

This job is about character


The Messenger é, provavelmente, o segundo argumento com mais potencial do ano, depois do Up in the Air. Tinha criativo, esticava o tema da guerra a um ângulo praticamente nunca abordado e tinha uma componente emocional tremenda a explorar. Aliás, a esse respeito, na inovação da abordagem, é um filme com muitos pontos em comum com o filme de Clooney. A grande diferença entre ambos é, no entanto, a realização. Enquanto que o Jason Reitman torna o Up in the Air num must, com uma direcção colorida e inteligente, pelo dinamismo e pela acutilância, the Messenger é um grande argumento mal concretizado. Isto porque a realização acaba por ser muito estilística, com muita exploração de planos e de silêncios, um tanto ou quanto by the book, que lhe retiram fluidez e o tornam maçudo, pesado e desinteressante. Será um caso típico de ausência do keep it simple, ainda por cima porque o filme começa francamente bem.

Fica, ainda assim, a estória de dois "Anjos da Morte", uma das muitas equipas de notificação de mortes do exército americano, e um retrato forte de um trabalho incrivelmente delicado, que exige disciplina e um imenso controlo emocional. Ao mesmo tempo, o argumento deriva para as particularidades dos dois protagonistas, homens do Exército separados por muitos anos de idade, mas iguais na ideia essencial de que não há volta a dar, não há relações a sobreviverem à guerra e à vida militar. O Woody Harrelson, nomeado para Actor Secundário, na pele do velho sargento que nunca teve uma verdadeira experiência de campo, não é suficente para ofuscar o Ben Foster que, mesmo sem brilhar especialmente, é o centro indiscutível do filme. Dois homens perdidos e sozinhos, irmãos apesar das diferenças. Ainda assim, apesar de todos estes pontos positivos, não deixa de ser, no final de contas, um filme bastante mal levado. Infelizmente.

quinta-feira, 4 de março de 2010

In youth we learn, in age we might not understand

Não tenho nada contra malta velha. As minhas avós (que, teoricamente, são 3, visto que tenho uma tia avó que até é mais velha que as duas a sério) são sócias dessa so called malta velha, e são todas boas pessoas, com bom coração e, principalmente, competentes no que têm de fazer. Infelizmente, nem toda a malta velha é igualmente eficiente, e imagino que a porra de incompetência com a qual eu ilustremente me cruzo tanta vez seja proveniente de avós de muita malta, no caso nova, e isso é triste. Um dia ainda vos conto como a velha dos Correios do Luso ou o velho dos Correios da Praça da República reagem quando vou levantar o reembolso das passagens para a Madeira, mas não hoje. Hoje é para falar de como fui comer fora, em tudo o que isso versão-não-romântica pode representar de agradável, para comer bacalhau com natas que, como já deveis todos ter adivinhado, é a melhor comida do mundo, a um buffet de centro comercial chamado Chiado. Já lá não ia há um tempo e cheguei lá hoje com aquele desejo inebriante de redescoberta de um paladar perdido, mas aquilo estava deserto e, em vez dum jovial empregado eminentemente homossexual (não que ele me desse uma sensação de segurança, mas no rol da paneleiradas inclui-se o tacto e o bom serviço), apanhei um velhote do tipo eu-franzo-o-sobrolho-porque-sou-o-maior. Poupando introduções enfadonhas, ele só percebeu à terceira que eu queria dois copos ambos como sumo (afinal de contas, o outro podia sempre servir de pensatório), enganou-se duas vezes a passar o multibanco, enquanto me culpava sanguinariamente porque a máquina estava a dar "erro de rede" (e aquela merda só podia ser eu a enganá-lo) e obrigou-me a pagar com nota, já depois de me ter dado o recibo do suposto pagamento por cartão. No entanto, nada disto tem a ver, verdadeiramente, com a malta velha. Porque a minha estória seria sempre suportável, se, no fim de contas, não me tivessem fodido o bacalhau. Acontece que, além de bacalhau, natas, batata e molhos sortidos, o bacalhau tinha canela. CANELA PORRA. Quem é que deita aquela merda em bacalhau???

terça-feira, 2 de março de 2010

A base

"Se neste momento começasse a fase de preparação para o Mundial, estariam aqui os jogadores aos quais faltava adicionar cinco para fazer a lista final. (...) O Hilário é um guarda-redes com muita maturidade e está muito batido naquela situação peculiar de sair do banco e ter de responder com eficiência a situações difíceis."
Carlos Queiroz, in maisfutebol

Defendo, por todos os meios, que o Hilário seja o 3º guarda-redes da Selecção, no Mundial. Só espero é que alguém esteja, neste momento, tão pensativo como eu, com a possibilidade absurdo-perturbadora, para qualquer mente sã, do Rui Patrício ganhar o lugar ao Quim.