sábado, 26 de fevereiro de 2011

83ª - Antevisão


Aqui, mais do que os prováveis, há que teorizar sobre quem devia e quem merece. Orientemo-nos:

Filme

Vi os 10. Um ano depois, e uma nova luta a dois em perspectiva: The Social Network e The King's Speech saem em clara vantagem, e dificilmente não vão discutir entre os dois quem leva a estatueta para casa. Tal como no ano passado, não são, ironicamente, os dois melhores, e essa institucionalização, essa importância desmedida aos nomes, às modas e às escolas, continua a ser o mais intolerável dos Óscares. O favorito, ainda por cima, é o sensaborão The Social Network, que já levou o Globo de Ouro. Não me interpretem mal, porque The King's Speech é um filme de grande qualidade, e um dos melhores do ano: só não é tão bom como Black Swan e True Grit e, acima de todos, do que o extraordinário Inception. O filme de Nolan não é perfeito, nem sequer é o seu melhor, mas é dum campeonato tão à parte, que me choca profundamente a maneira como vai ser desterrado este ano (algo a que Nolan já se deve ter habituado). Mesmo sem hipóteses, vou continuar à espera do milagre até ao último minuto. Entre os outros dois, que ganhe O Discurso do Rei.

Actor

Faltou-me ver Javier Bardem. Colin Firth ganhou tudo até agora, é o largo favorito e, sem surpresas de última hora, será um vencedor justo. O seu desempenho em The King's Speech, emotiva e tecnicamente, só estaria ao alcance dos melhores, e o britânico provou, um ano depois de ter perdido o Óscar por entre as mãos, que é mesmo um dos maiores da actualidade. Ainda assim, para mim, o maior do ano voltou a ser Jeff Bridges. O que Firth consegue estilizar e interpretar, a Bridges sai naturalmente, e o seu carisma é incontornável. O californiano é o vencedor em título e, na curiosa reedição do duelo do ano passado, com Firth, torço por ele para o bis.

Actriz

Não vi Nicole Kidman nem Michelle Williams, mas, perante o autêntico festival de Natalie Portman, acho difícil alguém ter sequer estado perto. Finalmente Portman arrancou um papel para potenciar todo o seu talento, e o resultado final em Black Swan é absolutamente atordoante. Será o Óscar mais indiscutível da noite.

Actor Secundário

Vi-os a todos, e mantém-se a tradição da lista de Secundários de grande nível. Aqui também se adivinha uma luta a dois, entre Geoffrey Rush e Christian Bale, com vantagem para este último. Não é uma categoria onde tenha preferências muito declaradas: acho que era mais justa a vitória de Chris Bale, porque tem um papel icónico e mais exigente, mas, por outro lado, Rush é quase glamoroso, impossível de não gostar, e tem a vantagem de estar num filme globalmente bem melhor do que o de Bale. Fica em aberto. Nota para a justiça da nomeação de Jeremy Renner, e para o notável que é lá ter chegado, com um filme muito menos oscarizável.

Actriz Secundária

Só não vi a australiana Jacki Weaver. Melissa Leo é a grande favorita, e o estatuto é perfeitamente justificado: a interpretação plena de fôlego e abnegação é, com Chris Bale, o vulto dum The Fighter que passou ao lado. Merece menção a pequena Hailee Steinfeld (14 anos), que se passeia como uma grande senhora, entre os nomes graúdos de True Grit.

Realizador

Por muitos anos que passem, nunca vou perceber a razão porque Chris Nolan, depois de assinar um dos filmes da década, não mereceu estar sequer entre os 5 nomeados. Que não ganhasse, fossem os constrangimentos do sistema, mas não estar sequer nomeado é duma injustiça atroz e incompreensível. Com o génio de fora, torço por Darren Aronofsky, que também deu um verdadeiro tratado de realização em Black Swan, e cujo extraordinário devaneio criativo merece ser premiado. Infelizmente, o enorme favorito é, perceba-se lá porquê, Fincher e o seu trabalho tarefeiro, que está a uma unha da vitória com um filme grosseiramente banal, o que só deve envergonhar quem tem no currículo Se7en ou The Fight Club. Nota para a classe do trabalho de Tom Hooper, em The King's Speech.

Argumento Original

Vou bater nisto eternamente: The King's Speech, o grande favorito, é um excelente argumento, tal como The Kids Are All Right é bom, mas não consigo conceber como é que, numa categoria de argumento, se calhar mais do que em todas as outras, Inception se arrisca a ser tão desconsiderado. A superioridade para os restantes é quase violenta.

Argumento Adaptado

É uma vitória certa de The Social Network, num argumento sofrível, que mais não fez do que mastigar um bocado a moda, e investir em narrativas paralelas desinteressantes. Para mim, ganhava True Grit, não por ser um argumento particularmente especial, mas por ser um contribuinte sustentado para o excelente produto final.

As notas

Animação - num ano bem mais fraco para o género do que os anteriores, e com a vitória mais do que garantida de Toy Story, que nunca pôde vencer (quando saíram os dois primeiros filmes, a Academia ainda não tinha Óscar para Animação), reforço que o filme da Pixar tem mais de produto-ícone, do que de história de qualidade (a saga é muito inferior a quase tudo o que a Pixar fez depois). How to Train Your Dragon é um apontamento mais engraçado, e Despicable Me, esquecido, é a Animação mais interessante do ano.

Música Original - Adoro apanhar músicas originais daquelas que ficam, e If I Rise, de Dido a A.R. Rahman, da banda sonora de 127 Horas, é exactamente isso: para ficar. Tem de sobreviver à voragem da marca Toy Story.

No que sobra, oxalá o Inception se vingue, e leve tudo o que puder.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

The Next Three Days


É o tipo de filme que acerta facilmente, e que me costuma apanhar: thriller, com realização e argumento dum grande senhor - Paul Haggis, que tem, às suas custas, coisas como Crash, Million Dollar Baby e Casino Royale - e um elenco de luxo, ponteado por Russel Crowe, a minha maior referência.

Há ritmo, há a qualidade intrínseca por toda a gente boa que tem envolvido, e até existe uma ou outra nuance interessante, sobretudo a humanização e o sacrifício dalguém que leva a cabo esse plano sem ser nenhum mastermind, e sem estar a lutar contra o sistema ou o que quer que seja. Mas a verdade é que não foi suficiente. Não era fácil fazer um filme sobre tirar alguém da prisão e fugir, porque mais batido que isso é difícil, e The Next Three Days não consegue evitar o exagero e a previsibilidade, o que torna inevitável que se esgote, e perca progressivamente o interesse, nas suas mais de 2 horas.

Crowe não está frouxo, mas fazem-lhe falta papéis ao nível de Cinderella Man (e de Beautiful Mind, e de Gladiator...), já lá vão seis anos. O verdadeiro perfume interpretativo de The Next Three Days são os 10 minutos (nem sequer) de Liam Neeson, uma eterna chapa de qualidade.

Podia ser bem melhor.

Lembrei-me do quão grande foi

TRON Legacy


Tenho um fraquinho por filmes que tenham uma base no passado, uma velha história.

TRON, a história da ligação física entre o real e o digital, e do homem que a inventou, foi criado nos idos anos 80, e o facto de Legacy apanhar isso é apelativo. A primeira parte do filme, a potenciar esse background, é o que cativa realmente, e chegou-me a fazer lembrar o saudoso Transformers, com o adequar duma certa mística a um filme comercial puro. Contudo, apesar de se manter um fio de interesse, e das cenas de acção serem razoáveis, o resto (o texto, e toda a trama no tal mundo digital) é francamente mais fraco, e mata as boas expectativas.

Olivia Wilde não tem grande expressão, Jeff Bridges, num papel pouco habitual, faz questão de cumprir, mas a melhor nota a tirar é Garrett Hedlung, "o miúdo", que surge maturo e consistente, num papel que costuma ser bastante banal e mal interpretado.

O fim cheirou a sequela, mas, com os cartuchos da velha história queimados, vai ser preciso trabalhar muito mais para fazer uma coisa de qualidade.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Os 16 avos


O Porto não falhou depois do resultadão em Sevilha, mas sofreu mais do que se poderia imaginar. E por culpa própria, mais até do que pela arbitragem mal levada de Howard Webb (Alexis, pelos menos, tinha de ter sido expulso 50 minutos mais cedo). A perda de pujança é evidente, mas, mesmo sem ter engolido o Sevilha, o Porto teve um caudal impressionante nos últimos 15 minutos do jogo, que desperdiçou quase levianamente. O Porto do início de época era capaz de ter acabado o jogo com 3 ou 4 golos, e esse desnorte de concentração teria custado caro frente a uma equipa que tivesse treinador ou algum tipo de estratégia, além dum plantel extraordinário. A rever, até porque seria uma pena não bater o CSKA nos oitavos.

O Benfica arrancou mais um grande jogo em Estugarda, e despachou a maldição mítica de nunca ter ganho na Alemanha. Mais do que as 16 vitórias seguidas, o momento de Salvio e de Roberto, a época de Luisão, e a fiabilidade do patinho feio Cardozo, vale a pena ver o Benfica só pelo nível da ala esquerda: Coentrão-Gaitán-Coentrão-Gaitán. Deus, aquilo é futebol. Com tamanha qualidade de jogo, é legítimo pensar num Benfica a sonhar alto na UEFA. Para já, e tal como o Porto, que não existam surpresas de mau gosto com o PSG.

Nisto tudo, o mais surpreendente até foi o 2-0 do Braga. A equipa está a fazer um campeonato pobre, desequilibrado e instável, já perdeu muitos jogos, e tem sido esfacelada por lesões, mas na Europa continua a jogar como um grande. O Lech, mesmo campeão polaco, não era nenhum inatingível, mas ter virado e segurado a eliminatória, quando a equipa tem sofrido tanto entre-portas, é um indicador inequívoco de que este Braga, e Domingos, seja feita justiça, já têm postura e cultura de europeus. Venha o Liverpool, porque o sonho continua.

O Sporting dá só que pensar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Winter's Bone


Winter's Bone é a história duma rapariga de 17 anos que tem de carregar a família às costas, e que se vê na possibilidade de perder a propriedade que lhe serve de sustento, quando o pai, libertado da prisão sob fiança, desaparece misteriosamente.

O filme tem uma envolvência boa (um meio rural, com ligações fortes, e muito passado), e é de gabar o clima sublime de tensão permanente, tal como certos momentos de choque na interacção entre as personagens, que abalam, bem, a aparente acalmia da acção. Contudo, esse mistério que está sempre no ar, acaba por toldar um pouco excessivamente a acção, e tira-lhe fluidez. A dada altura, há muitas coisas por se dizer, e a história torna-se confusa, apesar de, com o aproximar do fim, isso ser parcialmente remediado.

A personagem mais interessante é a de John Hawkes, nomeado para Melhor Secundário. Evolui bem, tem uma presença cativante e um texto bom. De Jennifer Lawrence, 20 anos, nomeada para Melhor Actriz, e uma das surpresas do ano, esperava mais. Parece arriscar pouco, e interpretar sempre pelo confortável.

Winter's Bone é o mais modesto dos dez nomeados a Melhor Filme do ano.

Já não metia cá música há muito tempo

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

The American


É o pior Clooney que já vi. Assustadiço, distante, descaracterizado, e muito longe da assinatura tão particular pela qual sempre se faz notar.

No género, e mesmo sabendo, à partida, que o feedback não tinha sido muito famoso, The American é uma desilusão. Anton Corbijn, com uma carreira em Documentários, investiu muito a nível estético, mas acabou com um filme parado, chato e pretensioso, incapaz de ultrapassar o cliché do mercenário-galã em fim de carreira. Além de também falhar nas cenas de acção, o filme é, acima de tudo, um falhanço rotundo de argumento (responsabilidade de Rowan Joffe - 28 Semanas Depois): a história é pouco coesa, e é desligada e incoerente, como se não fosse importante tudo aquilo ter uma linha e fazer sentido.

Salva-se o charme de Castel del Monte, a cidadezinha italiana onde o filme foi rodado, e a extrema sensualidade de Violante Placido. No resto, é um dos filmes mais fracos do ano.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

True Grit


É excelente, e, definitivamente, o melhor que alguma vez vi dos Coen.

Desta vez os irmãos controlaram o devaneio, e fizeram um filme fortíssimo, sustentado, e absolutamente cativante. True Grit é remake dum filme homónimo de 1969, com o lendário John Wayne, baseado na obra de Charles Portis, e conta a história dum velho caminhante, ao tempo US Marshall, que decide ajudar uma jovem rapariga a apanhar o assassino do pai. Mais ou menos adaptado, rendeu um argumento de todo o tamanho que, sem ser especialmente inovador, nem investir em grandes twists, consegue ser intenso e apaixonante, e agarrar-nos ao ecrã desde o primeiro minuto.

Disse que Colin Firth era um candidato de peso ao Óscar, mas que Bridges teria sempre uma palavra a dizer, e tenho de confessar que prefiro o californiano. Firth é fantástico pela maleabilidade da interpretação, e por dominar aspectos quase técnicos, mas Bridges volta a meter coração e o seu profundo carisma, e é incontornável. Depois do seu primeiro Óscar, por Crazy Heart, torço para o bis, este ano.

Num rol de secundários de renome, quem saltou à vista foi uma miúda de 14 anos, escolhida num casting, dentre 15 mil candidatas: Hailee Steinfeld estreou-se no grande ecrã num papel exigente, com mais de principal do que do secundário para o qual a Academia a nomeou, e foi toda ela atitude. Apesar do largo e justificado favoritismo de Melissa Leo, é, das quatro que vi até agora, a única que merece discutir a estatueta com a nova-iorquina.

A banda sonora também é magnífica, e só fica fora dos Óscares por não ter sido integralmente composta para cinema.

True Grit foi uma grande surpresa, e só é batido por Inception e Black Swan como Melhor do Ano.

E esta semana também sucedeu a nossa Irina fazer capas

Foi bonito pra caramba


Só posso dizer que tenho pena de não ter visto muito mais.

É ingrato: vi muitos anos dum grande ponta-de-lança, viu-o ser galáctico e ser outra vez Melhor do Mundo, mas já não fui a tempo de ver o monstro que assombrou Eindhoven, Barcelona e Milão. A lenda.

Ver esses vídeos, é ver o maior de todos, depois de Maradona. Para quem só se lembra do El Gordo, dos joelhos ou dos escândalos, são obrigatórios.

Romanticamente, como Maradona, Garrincha ou Best, saíu sozinho. Perdeu, como disse, não para o álcool ou para as drogas, mas para o próprio corpo, o tal que o atormentou durante tantos anos. Tamanho talento nunca se compadece com finais bonitos, e o Fenómeno forjou a lenda até ao fim.

Com Zizou, é o adeus dos dois maiores génios da minha geração.

Até sempre.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei, ou já faltarem quase só duas semanas


Acima de tudo, é muito bem filmado. Tom Hooper deu uma grande demonstração de classe, numa categoria bem tratada este ano (O. Russel, Aronofsky e, acima de todos, o incrivelmente esquecido Chris Nolan), e guia-nos pel'O Discurso do Rei, num sem número de planos, enquadramentos e momentos belíssimos, sempre aliados a uma excelente cinematografia. É um deleite e, sem demérito para o nível elevado de tudo o resto, é a chave do filme. Apesar de achar que Darren Aronofsky merece o Óscar, não era injusto se a estatueta ficasse com Hooper.

O argumento é bom - a história do improvável rei Jorge VI de Inglaterra, monarca durante a 2ª Grande Guerra, e do terapeuta que curou a sua profunda gaguez -, mas é ofuscado pela consistência das interpretações: Colin Firth voltou a provar que é um dos maiores da actualidade e, depois de ter perdido o Óscar para Jeff Bridges, no ano passado, é novamente um adversário de peso para o californiano, reforçado com o Globo de Ouro que arrecadou no fim de Janeiro. Certo é que Firth bate claramente Jesse Eisenberg e James Franco, e saca uma performance de um nível muito alto, poderosa, genuína e convincente.

Geoffrey Rush é um grande secundário, uma daquelas personagens eminentemente cativantes, mas tem o azar de, este ano, ter um Chris Bale num daqueles papéis-ícone, em The Fighter. Bonham Carter encaixa como sempre, mas o seu papel não me parece suficiente para a nomeação como Melhor Secundária.

A banda sonora também não desilude, apesar de me parecer inferior ao Inception e ao 127 Horas.

Num adjectivo, The King's Speech é um filme elegante, forte a todos os níveis, com boas interpretações, e uma excelente realização, que justifica absolutamente ser visto. É um dos melhores filmes do ano.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ganhou o Messi bla bla


Eu até gosto dele, mas são assustadoras as bolas que consegue falhar à frente da baliza.

No resto, jogo agradável, aberto, com muito jogo de cada lado, só manchado por aquela nossa cena de perder este tipo de amigáveis assim no fim, quando já estamos todos a rodar a equipa.

No onze base da era Paulo Bento, fica a dúvida se Carlos Martins tem fôlego para ficar com o lugar até ao Europeu, além da volatilidade do lugar de Hugo Almeida na frente. Os outros, à excepção de João Pereira pela sombra de Bosingwa, estarão no sítio (com Carvalho e Pepe, como é evidente). Grandes Ronaldo e Nani, Moutinho a não deixar sentir a baixa de forma do Porto, e Meireles quem dera tivesse ido para Inglaterra mais cedo. A confiança mantém-se.


P.S. - À tarde jogaram os sub21, na estreia de Rui Jorge (para quem conservo expectativas). Só deu para ver a primeira-parte, até ao corte da RTP, mas fica, no essencial, uma nota para elogiar os nossos avançados: grandes golos de João Silva, que vai poder fazer a 2ª volta em Portugal (Leiria), emprestado pelo Everton, e de Wilson Eduardo, 2º melhor marcador do Beira-mar (emprestado pelo Sporting). A juntar a Bebé e a Nélson Oliveira, que ficou de fora, desta vez, vale a pena ter esperanças no nosso ataque, ainda por cima com um entusiasmante Mundial de sub20 a ser jogado em Julho e Agosto, na Colômbia.

No que sobra, faz impressão o certo anonimato. Na retina, ficou uma grande defesa do nosso guarda luso-francês (do Lyon), o Anthony Lopes. Ah e o Rúben, o defesa-esquerdo titular, é madeirense, da formação do Marítimo, e andou comigo no Liceu, o que é muito engraçado de se ver.


P.S. 2 - Porque é que o MaisFutebol insiste nesta paneleirice?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Não acredito

Costinha foi despedido. Como é possível depois de tamanha demonstração de profissionalismo??

Outwit. Outplay. Outlast.


É um encanto recente, mas dos grandes.

Comecei a ver, na semana passada, e a conselho do Pestana, a 21ª temporada do Survivor, o mítico reality-show americano que é considerado a mãe deles todos. E colei.

Se só viram os shitty-reality-shows-bisbilhotice que se fazem por cá, ou até o projecto de Survivor português que estará a fazer agora 10 anos, tirem daí a ideia. Isto é material de alto nível: provação, desafios, fome, falta de condições, componente física, estimulação mental, estratégia, relações, traições, sobrevivência. 39 dias a céu aberto, a ser posto à prova permanentemente, a salivar por qualquer recompensa que se assemelhe a uma refeição, a ter de mentir, trair, aliar, transcender-se e fazer o que for preciso para sobreviver até ao próximo desafio, e, em última instância, para ganhar um incrível milhão de dólares. E é um vício do caraças, acima de tudo. A coisa já ir acima das 20 temporadas (são duas por ano), fala por si.

Já ando a consumir a temporada 20, que opõe os personagens mais adorados, aos mais sagazes jogadores da História do Jogo, e que é um daqueles deslumbres muito particulares, perante tipos que sabemos que estão ali porque já escreveram um grande Passado numa realidade daquela dimensão.

A 22ª começa já no próximo dia 14. Uma grandíssima dica.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Já só é triste

"A saída de Liedson foi um negócio ruinoso. (...) Couceiro vem resolver o que eu resolvi, ou seja, nada. (...) Eu lembro-me que jogar no Sporting ou no Benfica era o ponto alto, muitos davam a vida para jogar no Sporting. Hoje em dia, não é assim. Dizem que financeiramente não é bom, ou que desportivamente não é o melhor"
Costinha, hoje, em entrevista à SportTv


"Também percebo que em Alvalade tenha começado o tempo em que cada um procura salvar a sua pele. Percebo, mas acho que há limites. Ou pelo menos devia haver.

Se não concordava com a chegada de Couceiro, Costinha deveria ter ido embora, de forma digna. Se não concordava com a transferência de Liedson, tinha apenas dois caminhos: aceitar e calar ou não aceitar e sair.

O que Costinha fez é inaceitável e lesa o clube que lhe paga: discordou, mesmo assim ficou. Na primeira oportunidade veio manifestar publicamente a sua opinião, procurando assim empurrar as culpas para outros."
Luís Sobral, no Maisfutebol


Já não existem limites para o Sporting bater no fundo.

O clube não tem presidente, não tem reforços, mal tem treinador e já nem tem ponta-de-lança, mas directores consegue ter dois.

Um deles, no vazio desértico e perturbador que o clube atravessa, cometeu a proeza de vir a público desterrar pela base o ténue sopro de estrutura que ainda subsistia, só para provar que ali não há mais do que ruínas. E Paulo Sérgio, o tal que anunciou que ia para ser campeão ainda nas instalações e no banco do Guimarães, é gajo para ir perder tranquilamente a Olhão, e dizer que está ainda mais negro, mas que só quer é continuar a apanhar.

Para este Sporting, ficar no top5 será um feito extraordinário.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Liedshow


"Liedson sempre teve o condão de se superar nos grandes momentos, mas talvez seja difícil encontrar paralelismo para aquilo que conseguiu no seu último jogo. Um estádio em pré-revolta, de repente, inverteu o seu estado emocional e... desatou a chorar!

(...)
Todos falarão dos golos que marcava e da importância de muitos deles. Mas poucos conseguirão explicar bem porque o fazia tantas vezes e em momentos tão importantes."


"Liedson merecia mais. Mais adeptos no estádio, mais equipa, mais troféus e outro(s) treinador(es)."


"Quanto à falta que Liedson vai fazer os factos falam por si. Falaram por si até ao último minuto de leão ao peito. Nada é preciso acrescentar."

Alexandre Pereira, no Maisfutebol


É a despedida dum ponta-de-lança incrível da última década do futebol português. Marcou ao Marítimo mais do que devia, mas, aclubísticamente, pouco haverá a dizer dele além de que sempre foi notável. Sai, curiosamente, sem nunca ter sido campeão, ao fim de sete anos, com duas Taças, uma Supertaça, e uma final da UEFA. Merecia mais.

A partida de Liedson é a imagem final dum Sporting em acelerado processo de degradação, que, nos últimos três anos, se tornou num falhanço crónico, e pior, numa piada pública, sem competitividade, sem investimento e sem treinadores. Vá mudar ou não o cenário num futuro próximo, certo é que, para um jogador como Liedson, preparado para voltar a casa, já não valia a pena.

Ao Sporting, os seus 33 anos farão certamente falta. Já Liedson, no calor do Brasileirão, ganhou provavelmente mais uns anos de vida. Que tenha toda a sorte do mundo, e se, como parece, esta também tiver sido a despedida da Selecção, obrigado por aquele golo em Copenhaga.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

E o Bloom é um gajo esquisito...


O fantástico mundo


Nove anos depois do Barça, ao fim de três no Uzbequistão, e com um clube pequenito para presidir recém-comprado, até uma lenda como Rivaldo deve ter ficado boquiaberta com a proposta do gigante São Paulo. Com 38 anos, o velho Rivaldo estreou-se no Campeonato Paulista ontem, só para mostrar que não há desporto mais bonito que este.