Campanha bestial dos miúdos.
Não haveria, com certeza, uma mão cheia de pessoas que apostasse neles, há um mês, e no entanto lá estão, com uma naturalidade quase perturbadora: pelo caminho a Argentina, super-favorita, e a França, besta negra, mais uns pornográficos 570 minutos sem sofrer golos, recorde absoluto da história da competição e, provavelmente, de tudo o que a FIFA alguma vez organizou.
O estapafúrdio sucesso que alcançaram não tem sido, contudo, de elogio unânime. O defensivismo acérrimo e o futebol de risco nulo têm recolhido críticas, que, não sendo agradáveis, são justas: é difícil gostar de ver a equipa jogar. O seu jogo faz-se de um festival de bolas longas da defesa para o ataque, ocasionalmente de progressão pelas laterais, ponteado de vez em quando pelo talento de Caetano. A regra é nunca arriscar, e não há três passes seguidos nem construção no meio-campo criativo. Ilídio Vale não seria o treinador recomendado para qualquer um que goste de apreciar um jogo de futebol e isso não é um pormenor.
Ainda assim, há uma coisa que, para mim, será sempre sagrada: os resultados. No futebol não existe sorte e Vale pegou numa equipa sem estrelas, diagnosticada com um potencial próximo de zero, e pô-la na final da competição mais importante do futebol jovem mundial, sem sofrer um único golo. O torneio que faz lendas, que qualquer jovem só pode jogar uma vez na vida e que, em caso de sucesso, marcará a sua carreira até ao absoluto último dia. O torneio que para nós, ainda por cima, se reveste de proporções quase cabalísticas, não tivesse sido, há 20 anos, o berço da melhor geração da história do nosso futebol.
Então como agora, um Portugal-Brasil na final, qual ironia do destino. Talvez não tenha o rasgo desses dias, mas esta é uma selecção recheada de outras qualidades: disciplina, solidariedade, maturidade, coragem e uma imensa capacidade de superação. Não há vencedores iméritos. E, espectacularmente ou não, já se sente o gosto do tri. Quem diria.
Não haveria, com certeza, uma mão cheia de pessoas que apostasse neles, há um mês, e no entanto lá estão, com uma naturalidade quase perturbadora: pelo caminho a Argentina, super-favorita, e a França, besta negra, mais uns pornográficos 570 minutos sem sofrer golos, recorde absoluto da história da competição e, provavelmente, de tudo o que a FIFA alguma vez organizou.
O estapafúrdio sucesso que alcançaram não tem sido, contudo, de elogio unânime. O defensivismo acérrimo e o futebol de risco nulo têm recolhido críticas, que, não sendo agradáveis, são justas: é difícil gostar de ver a equipa jogar. O seu jogo faz-se de um festival de bolas longas da defesa para o ataque, ocasionalmente de progressão pelas laterais, ponteado de vez em quando pelo talento de Caetano. A regra é nunca arriscar, e não há três passes seguidos nem construção no meio-campo criativo. Ilídio Vale não seria o treinador recomendado para qualquer um que goste de apreciar um jogo de futebol e isso não é um pormenor.
Ainda assim, há uma coisa que, para mim, será sempre sagrada: os resultados. No futebol não existe sorte e Vale pegou numa equipa sem estrelas, diagnosticada com um potencial próximo de zero, e pô-la na final da competição mais importante do futebol jovem mundial, sem sofrer um único golo. O torneio que faz lendas, que qualquer jovem só pode jogar uma vez na vida e que, em caso de sucesso, marcará a sua carreira até ao absoluto último dia. O torneio que para nós, ainda por cima, se reveste de proporções quase cabalísticas, não tivesse sido, há 20 anos, o berço da melhor geração da história do nosso futebol.
Então como agora, um Portugal-Brasil na final, qual ironia do destino. Talvez não tenha o rasgo desses dias, mas esta é uma selecção recheada de outras qualidades: disciplina, solidariedade, maturidade, coragem e uma imensa capacidade de superação. Não há vencedores iméritos. E, espectacularmente ou não, já se sente o gosto do tri. Quem diria.
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