"Eu limito-me a dizer que a esquerda em Portugal não tem vergonha na cara. Toda a gente sabe que foi a esquerda, o Partido Socialista, o PCP e os comunistas do Bloco de Esquerda que puseram Portugal na situação em que está, e se a Madeira tem hoje dívida, teve que a ter para poder resistir aos roubos que o Partido Socialista fez à população da Madeira. Quero dizer que a luta continua e que se a Madeira tem hoje uma dívida pública como tem foi para resistir à esquerda e derrotar sempre a esquerda."
A Madeira está na bancarrota.
Não era preciso estar para percebermos a gravidade da situação, mas fala por si. Nas últimas semanas descobrimos que a dívida da região duplicou só nos últimos 5 anos, devendo andar perto de uns pornográficos 8 mil milhões de euros. Também descobrimos que, em ano de um sufocante aperto de cinto, só o desvio deste ano - 500 milhões - já é o dobro do que era suposto, porque o Governo Regional teve de andar a apagar uns fogos devidos ao monstruoso lobby da construção civil que o domina. A região já teve de pedir um plano de resgate e a derrapagem ameaça o próprio acordo da República com a troika.
Jardim, por seu lado, continua a encher a boca para falar. Disse estes dias que na Madeira há obra feita, no continente só dinheiro gasto. Jardim gasta compulsivamente o que não tem, constrói o que não pode, alimenta a máfia que o rodeia, engorda o monstro que é o regime e ainda tem tempo para se vangloriar disso. No auge, até passámos a saber que as transferências devidas ao 20 de Fevereiro afinal não foram para tratar os efeitos da catástrofe, mas simples liquidez para a máquina.
A tudo isto o delirante chefe de regime responde com a mais rasca das demagogias. Não pede desculpa, não faz um único acto de contrição e nem sequer se dá ao trabalho de arranjar uma má justificação. Goza simplesmente com a nossa cara, impune como sempre. Limita-se a despejar barbaridades que deviam envergonhar qualquer madeirense com um mínimo de vergonha na cara.
Durante todos estes anos a Madeira tem funcionado à boa maneira soviética. Culto cego do chefe, partido e governo a serem uma e a mesma coisa, repressão à oposição e à imprensa, e máquina do regime a ser a mão silenciosa que tudo move. A tudo se condescendeu sob a bandeira da autonomia e da obra feita. Hoje a Madeira está na bancarrota. Não era preciso, mas vemos que a obra só foi feita com dinheiro que nunca poderia ter sido gasto o que, em última instância, ameaça sacrificar a própria autonomia.
Daqui a um mês há eleições e temos um pé no abismo. A culpa não é da sorte, da crise, da República ou de um Executivo que mantém um silêncio humilhante para proteger o seu partido. A culpa nem sequer é de Jardim. Os únicos culpados são quem o continua a eleger há 35 anos. A 9 de Outubro poderemos todos escolher entre um regime podre e um mundo novo. Como numa história de Orwell, dizem-nos há gerações que não há vida para além do PSD, que não há uma única alma opositora capaz, e as pessoas inculcaram isso. Hoje não têm desculpa.
A 9 de Outubro os madeirenses poderão escolher entre ser maiores e melhores, e ter o respeito do país e o respeito por si próprios, ou entre continuarem afogados nesta mesquinhez que há tantos anos nos consome. Se voltarem a optar por ela, então não merecem mais. Demonstrarão que são um povo domesticado e condenado a carregar o carrasco até ao dia em que ele morrer. E, acima de tudo, que são tão pequenos como tudo isto.
Alberto João Jardim, depois do anúncio do buraco
A Madeira está na bancarrota.
Não era preciso estar para percebermos a gravidade da situação, mas fala por si. Nas últimas semanas descobrimos que a dívida da região duplicou só nos últimos 5 anos, devendo andar perto de uns pornográficos 8 mil milhões de euros. Também descobrimos que, em ano de um sufocante aperto de cinto, só o desvio deste ano - 500 milhões - já é o dobro do que era suposto, porque o Governo Regional teve de andar a apagar uns fogos devidos ao monstruoso lobby da construção civil que o domina. A região já teve de pedir um plano de resgate e a derrapagem ameaça o próprio acordo da República com a troika.
Jardim, por seu lado, continua a encher a boca para falar. Disse estes dias que na Madeira há obra feita, no continente só dinheiro gasto. Jardim gasta compulsivamente o que não tem, constrói o que não pode, alimenta a máfia que o rodeia, engorda o monstro que é o regime e ainda tem tempo para se vangloriar disso. No auge, até passámos a saber que as transferências devidas ao 20 de Fevereiro afinal não foram para tratar os efeitos da catástrofe, mas simples liquidez para a máquina.
A tudo isto o delirante chefe de regime responde com a mais rasca das demagogias. Não pede desculpa, não faz um único acto de contrição e nem sequer se dá ao trabalho de arranjar uma má justificação. Goza simplesmente com a nossa cara, impune como sempre. Limita-se a despejar barbaridades que deviam envergonhar qualquer madeirense com um mínimo de vergonha na cara.
Durante todos estes anos a Madeira tem funcionado à boa maneira soviética. Culto cego do chefe, partido e governo a serem uma e a mesma coisa, repressão à oposição e à imprensa, e máquina do regime a ser a mão silenciosa que tudo move. A tudo se condescendeu sob a bandeira da autonomia e da obra feita. Hoje a Madeira está na bancarrota. Não era preciso, mas vemos que a obra só foi feita com dinheiro que nunca poderia ter sido gasto o que, em última instância, ameaça sacrificar a própria autonomia.
Daqui a um mês há eleições e temos um pé no abismo. A culpa não é da sorte, da crise, da República ou de um Executivo que mantém um silêncio humilhante para proteger o seu partido. A culpa nem sequer é de Jardim. Os únicos culpados são quem o continua a eleger há 35 anos. A 9 de Outubro poderemos todos escolher entre um regime podre e um mundo novo. Como numa história de Orwell, dizem-nos há gerações que não há vida para além do PSD, que não há uma única alma opositora capaz, e as pessoas inculcaram isso. Hoje não têm desculpa.
A 9 de Outubro os madeirenses poderão escolher entre ser maiores e melhores, e ter o respeito do país e o respeito por si próprios, ou entre continuarem afogados nesta mesquinhez que há tantos anos nos consome. Se voltarem a optar por ela, então não merecem mais. Demonstrarão que são um povo domesticado e condenado a carregar o carrasco até ao dia em que ele morrer. E, acima de tudo, que são tão pequenos como tudo isto.
Sem comentários:
Enviar um comentário