sábado, 16 de maio de 2009

A viagem no tempo da U.S.S. Enterprise

Star Trek é uma marca de outro tempo. Dum tempo anterior a blockbusters, anterior à banalização, quando o cinema de aventura ainda era, por regra, uma novidade e apaixonava. É uma marca que ganhou o seu espaço, naturalmente, que se eternizou e em relação à qual seria precisa muita coragem para querer inovar, convertê-la aos nossos tempos. De qualquer maneira, quando o homem que se propõe a fazê-lo é o génio por detrás d'A Vingadora e de Perdidos, não deve haver muito a temer. E o resultado fala por si. Acredito que o que JJ Abrams consegue é, pura e simplesmente, converter toda uma nova geração à febre de Star Trek. E isto nada mais nada menos do que 40 anos depois do fim da série original.

Isto não significa que Star Trek seja um filme perfeito. O cast não é imaculado (Anton Chekov, Chris Pine ou Jon Cho, têm todos um trajecto leve de mais, acredito que desconhecidos tivessem sido melhor opção) e é um filme que não deixa de ter na sua base assombrosos efeitos especiais, os quais acabam por pouco se distinguirem do que é regra na área. No entanto, há a narrativa. Fortíssima, galopante mesmo, que parece incorporar, tantos anos depois, mesmo para quem nunca a viu, a essência que construíu a série ao longo dos tempos. É isso que o distingue. Porque adaptar clássicos e fazer acção, todos fazem. Com tanto perfume é que não.

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