Não votei nas primeiras eleições em que o podia ter feito, porque, neste país, votar longe de casa ainda é inconcebivelmente difícil, e fico consternado com isso. Não sei se vou ser sempre assim, mas, pelo menos agora, quando ia começar a experimentar a coisa, estava todo na onda. Paciência. Certo é que, se tivesse votado, tinha votado BE. Não por ter uma qualquer ideologia política definida, mas por admirar as pessoas envolvidas. Acho que tanto o Louçã como o Miguel Portas emanam uma imagem de seriedade cada vez menos comum, alicerçada numa grande base de apoio jovem e em posições sustentadas. Talvez, como partido, roçem a tal extrema-esquerda, e talvez noutras circunstâncias estivesse inclinado para o PS, por recusar o sentimento anti-governo da praxe e por achar que, no fundo, o trabalho que se tem feito é de valor, mas numas eleições como as de hoje, tinha sido BE, por uma questão de reconhecimento. Teria ponderado CDS, por causa do Nuno Melo, não a CDU (porque comunismo puro acho-o esquisito e porque a Ilda Figueiredo é tudo menos carisma), em circunstância alguma PSD, porque 18 anos de jardinismo tornaram a recusa dessa opção uma questão de decência intelectual.
De qualquer maneira, mesmo sem o meu voto, facto é que as coisas não lhes podiam ter corrido melhor. Terceira força do país, três vezes mais deputados europeus. Quem diria. Estão mesmo a crescer, e desconfio que não seja por acaso. Quem sabe em Setembro não ficam a contar com o voto que lhes fiquei a dever.
2 comentários:
Feliz surpresa esta, ao vir cá ter. Embora não tenha votado, nem vá votar, no BE, achei-te extremamente inteligente. E escreves bem. Sim, fiquei surpreendida. *inserir piada já sem piada*
Vou voltar*
Subscrevo completamente este post!
N votámos pelas mesmas razões. Também teria votado BE. E "em circunstância alguma PSD, porque 18 anos de jardinismo tornaram a recusa dessa opção uma questão de decência intelectual"
Muito bom, mesmo. Não escreveria melhor! :)
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