domingo, 13 de setembro de 2009

"Não percebi nada do que quis dizer nessa última frase, Senhora Doutora"

Pois, nós também não. Nem nessa, nem nas outras. Acredito que Manuela Ferreira Leite seja uma pessoa com algumas boas ideias e alguns bons princípios, que perceba muito de Finanças e que tenha a virtude de pensar pela própria cabeça, o que não é assim tão vulgar. Mas isso não chega. Quem fala assim, sempre fraca, sempre ambígua, sempre a soar estranho, sempre enrolada e perdida em si própria, não pode nunca liderar um país. É verdade que não percebo grande coisa de política, mas acho que percebo que chegue para dizer que tamanha redundância, tamanha dificuldade em aparecer, tamanha dificuldade em falar, não pode ser suficiente. É impensável que tenhamos como Primeiro-Ministro alguém de quem só esperamos a próxima gaffe, alguém que, pura e simplesmente, não tem imagem, não têm fôlego, não inspira confiança. E à mulher de César não vai nunca bastar ser.

Depois, gosto do Sócrates. Gosto da maneira como ele conhece o meio, como se sente à vontade e como se mexe num debate, gosto da fluidez e da capacidade para nunca parecer apanhado de surpresa. E gosto, sobretudo, da confiança em si próprio, da confiança na vitória, algo que, claramente, Ferreira Leite não tem. Acho que um líder é muito daquilo. Claro que tem rabos de palha e tiques totalitários e é teimoso, mas parece-me, sempre me pareceu, competente, arrojado, de boa visão e, acima de tudo, inteligente a tomar opções. E, isso sim, é raro. O resto é só normal. O que este país precisa é de ousadia, de vontade em arriscar, de vontade em andar para a frente, e o Magalhães, o TGV, o Aeroporto, qualquer um deles tem tudo a ver com isso. É claro que me identifico com ele.

Programas e ideologias e o raio à parte, também gosto do Portas e do Louçã, pela oratória, do BE em especial, pela juventude que foi capaz de conjugar à sua volta e pelas posições em temas como o da eutanásia, por exemplo. Mas o programa deles, com o cheirinho puro a comunismo, com nacionalizações para cima e para baixo, mandou-me um balde de água fria. Foi a desilusão clara desta "pré-época", apesar do meu voto estar reservado, em todas as circunstâncias, para o PS. Reservado, aqui, em pleno sentido figurado, já que os quilómetros que, a 27 de Setembro, me vão separar de casa, consumam que não exista UMA ÚNICA possibilidade de votar nas Legislativas. O que é triste num país de primeiro mundo, digo eu.

8 comentários:

k disse...

"Você parece aquelas pessoas que matam pai e mãe só para dizer que é órfão!"

Rita. disse...

Oh pah... ainda bem estás longe de casa e não podes votar, a sério!

Não te ensinei nada, afilhadão?

Tsc tsc (mas não posso deixar de gostar de ti...porra!)

xD*

Paulo Pereira disse...

Txiii a madrinha é laranja... xD*

Rita. disse...

Não é laranja, não... mas mal por mal... ainda é menos rosa do que laranja =P

Paulo Pereira disse...

Comuna! LOL

Rita. disse...

NÃO ME INSULTES, PAULO PEREIRA!

VOU À MADEIRA E DESMANCHO-TE!

Não vamos falar mais de política, por favor...

xD*


(tionsly.. foi a palavrinha que apareceu aqui para eu digitar para que o meu comentário pudesse ser validado)

Mariana Catarino disse...

Concordo contigo quando falas que o nosso país precisa mesmo de ousadia.
Porém, eu falo numa ousadia moderada, não se pode estar sempre a pensar em arriscar quando estamos a entrar numa crise profunda.
Será necessário um aeroporto novo? Ainda por cima naquele sítio? Por favor, claro que não... Daqui a 5 anos faz-se outro. Será necessário um TGV? Tanto dinheiro gasto só para ir para Espanha? E como fazíamos antes de haver um TGV? Acho que não íamos a pé! Se dessem apoios às empresas, às famílias necessitadas, às instituições de solidariedade social, isso sim, seria dinheiro bem gasto!

Um texto muito bem escrito, desculpa lá, mas tive que dar a minha opinião.
Beijinho

Paulo Pereira disse...

Obrigado pela opinião Mariana :)

Mas diz-me, sinceramente, será que vai haver uma altura boa para arriscar? Há 5 anos era mau porque tínhamos um défice aí de 7%, agora é mau porque estamos em crise, daqui a 5 anos vai ser mau porque já não vai haver tantos apoios da UE, etc etc etc. Estamos num momento em que os projectos estão em cima da mesa, em que até se empurrou, de uma vez por todas, o aeroporto para Alcochete, assumindo-se a melhor solução e aparentemente ultrapassando uns interesses manhosos, e estamos num momento em que Portugal pode, de uma vez por todas, se assumir como a verdadeira porta de entrada da América do Sul e de África na Europa, algo que, ao olharmos ainda por cima para a componente histórica e para o nosso enquadramento geográfico, temos tudo para ser, há já muito tempo.

O novo aeroporto e o TGV não são caprichos, não vamos ter mais pistas e mais capacidade e mais tráfego só porque sim, nem vamos ter uma linha de alta velocidade só para ser uma alternativa para nos ligar a Espanha. Qualquer um deles vai mudar a imagem de Portugal lá fora, vai mostrar que vale a pena investir cá, que temos condições, porque vamos ficar com condições únicas para liderar o tráfego de passageiros e de mercadorias de todo o Atlântico para o centro da Europa. Porque é que não o vamos aproveitar e vamos deixar, como acontece agora, que o bolo fique todo para os espanhóis?

Além de que as coisas não são lineares ao ponto de não se investir num TGV para meter esse dinheiro em associações de caridade ou em pensões. O TGV tem a ver com fundos europeus, com fundos privados, com um mundo de fundos que, digo eu, provavelmente acabavam por se diluir e por se dispersar sem que alguma vez voltássemos a dar conta deles, a achar que fizeram realmente diferença. E se, hoje, alguém acredita que é possível que eles façam realmente diferença, então eu prefiro acreditar também.

Beijo :)