"Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol, anunciou, este sábado, que a selecção do Togo está impedida de participar nas duas próximas edições do Campeonato Africano das Nações (CAN). A decisão de suspender o Togo foi tomada devido à «interferência do Governo» daquele país, que levou a retirada da equipa do CAN2010, que está a decorrer em Angola."
in A BOLA online
Como toda a gente sabe, foram assassinadas 3 pessoas da comitiva do Togo que foi à Taça das Nações Africanas 2010, num ataque terrorista. Também as que sobreviveram, foram submetidas a uma violência psicológica tal, que nunca vão esquecer, por muitos anos que vivam. O governo angolano, que tinha a obrigação de garantir a segurança da competição, mas ainda assim assumiu que era viável ter um estádio e um pólo da CAN num enclave político perfeitamente explosivo, determinou que, apesar de tudo, o início desta não era adiável, e a selecção do Togo, como qualquer delegação com respeito e dignidade por si própria, desistiu da competição.
Hoje, enquanto as pessoas com um mínimo de vergonha na cara tentam esquecer o que aconteceu, a Confederação Africana de Futebol achou por bem anunciar que o Togo está banido, durante 8 anos, da maior prova futebolística do continente, porque o próprio Governo togolês interveio na situação, e ordenou que a comitiva saísse de Angola. Aparentemente, a CAF acha que não há justificação para uma intervenção política quando, afinal de contas, só foram abatidos um par de gajos (ainda que duma delegação oficial). Isso não foi mais do que uma intromissão no reinado jurídico da FIFA, o que, como todos deviam saber, não é admissível. É assim mesmo, pô-los no seu lugar. Agora é Mr. Blatter vir dizer que, em caso de merda na África do Sul, ai de quem fuja, só porque teve o seu Ronaldo ou o seu Messi morto a tiro. Afinal de contas, é para isso que as convocatórias são de 23, não há razão para meter diplomacias ao barulho. Ao menos já íamos todos para lá avisados.