segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A diferença entre os Globos e os Óscares, é que os Óscares são quando eu não tenho nada para fazer

Não vi os Globos de Ouro. Sabia a data, estava a salivar pela transmissão, podia ter visto, mas a vida de faculdade às vezes é fodida, e a ressaca de 14 horas de trabalho seguidas em cima duma merda que eu nunca deveria ter de saber fazer, arruína a vontade de qualquer um. Não que vos interesse, mas dormi como um desalmado enquando a cerimónia decorria, o que não invalida que agora me ponha aqui a disparar os bitaites do costume. Vale a pena atacar, já, o prato principal, sem se pôr com essas mariquices do suspense: eu não vi 3 dos 5 nomeados para melhor filme (prometo que, nos Óscares, vou ter uma preparação sólida e sustentada, antes de andar aqui a dizer merdas), mas não posso concordar com a vitória do Avatar. Como escrevi, na altura, o Avatar é uma experiência cinematográfica fantástica e merece ser enaltecido como uma grande obra, na sua vertente de cinema-espectáculo, mas é preciso, mesmo frente à febre dos números e ao fenómeno Cameron, saber distinguir as coisas. O Avatar é um filme muito pobre a nível de argumento e isso não se pode mascarar, mudar ou esconder. E um filme muito pobre a nível de argumento, não pode ganhar "o" Globo de Ouro. É injusto e é uma visão enviesada dos princípios que deveriam conduzir cerimónias destas, além de ser um mau indício para os Óscares. De resto, vou ali dar uma salva de fogo pela vitória do PORTENTOSO Hangover, como Musical ou Comédia, uma vitória indiscutível e justíssima duma comédia pura e dura, sem contemplações, um tipo de comédias que deveria encontrar mais espaço e mais reconhecimento a este nível. Nos prémios individuais, e reparem na minha merda de desconhecimento, fiquei feliz da vida, também, com a vitória do Jeff Bridges, pelo Crazy Heart (e o filme ainda ganhou Melhor Música!), pelo qual estou a salivar há semanas, apesar, ou também porque, (ainda não decidi a locução adverbial, se isto forem advérbios) da coisa estar revestida dum "isto é tudo igual ao The Wrestler" (e o The Wrestler foi o meu filme do ano do ano passado, ex aequo com o Dark Knight). O Downey Jr. e o Christopher Waltz (estes eu vi!!!) ganharam muito bem Actor Comédia e Actor Secundário, e, no fundo, apesar duma grande desconfiança, achei piada à Bullock ter ganho um prémio Drama, apesar de muito provavelmente ter feito uma merdinha qualquer e não o merecer. Melhor Animação, obviamente ganhou o Up, como não era concebível que não ganhasse, e o Cameron, voltando, nesta salssada em que eu tornei o post, aos prémios principais, ganhou Realizador, aqui, sublinho, de maneira perfeitamente justa, pelo que está dele no Avatar. Ah, e melhor argumento foi para o já muito elogiado Up in the Air, um dos meus must-see a muito curto prazo. E é isto. Agora vou ver filmes, em vez de estar para aqui à mete-nojo só a falar deles.

2 comentários:

ematejoca disse...

Esqueceste o mais importante, meu caro Paulo:

Representando a Alemanha, o filme Das weiße Band (A fita branca), do director austríaco Michael Haneke, foi premiado como melhor filme em língua estrangeira na 67ª edição do Globo de Ouro de Hollywood.

Espero, que a 08.03.2010 tenhas menos que estudar e escrevas um texto sobre os Óscares melhor do que este!!!

Paulo Pereira disse...

Lol hei de ter mais atenção à Alemanha nos Óscares, cara Teresa (?). Prometido.