Menosprezei, durante muito tempo, os filmes de animação, e, portanto, fui perdendo, pelo caminho, muitos filmes que não deveria ter perdido. É por isso que só ontem, alguns 2 anos e 3 meses depois da estreia, depois de um Óscar e de outra nomeação na bagagem, é que acabei por ver uma pequena pérola chamada Ratatouille. Espantou-me, de facto. Como sempre. Não a capacidade indizível da Pixar para fazer bonecos inesquecíveis, mas o seu talento ÚNICO para contar histórias. Na Pixar, é possível fazer argumentos incríveis sobre tudo, sem qualquer ponta de exagero. De super-heróis até peixes balão longe de casa, de robôs apaixonados até casas que voam com balões. De tudo, até de um rato que pode ser o melhor de todos, no país dos cozinheiros.
Vendo bem, dizê-lo assim é redutor, e não traduz a verdadeira dimensão do que está, aqui, em causa: não há nada nem ninguém que mereça tanto um Óscar de melhor argumento como a Pixar. Ninguém. Ratatouille não é um filme para crianças, é só um filme que qualquer criança, e qualquer outra pessoa, de qualquer idade, devia ser posta a ver. Não é, sequer, um filme sobre ratos, é um filme sobre humildade e paixão por uma causa, um filme que ensina a toda a gente que o talento pode estar em qualquer lado e pode aparecer a qualquer altura. Sem limites, sem excepções, sem impossíveis. É claro que, depois, a cor da Pixar e a riqueza das personagens, dum ícónico chefe Gusteau ao altivo vulto de Anton Ego, fazem o resto. Até o pequeno Remy é lindamente esgalhado, e é só um rato. Dos feios, por definição. É bonito que a história se passe em Paris, é bonita a exaltação da cidade no contexto do filme, e o argumento ainda tem o dom de ser muito fluido, fruto de uma edição superior.
O fim condiz. O filme acaba, simplesmente, com um monólogo desse monstro chamado Peter O'Toole, um ancião e uma referência, a emprestar, ao bom romance, uma daquelas vozes que respeitamos mal a ouvimos sibilar. Um dia, gostava de fazer coisas assim.
Vendo bem, dizê-lo assim é redutor, e não traduz a verdadeira dimensão do que está, aqui, em causa: não há nada nem ninguém que mereça tanto um Óscar de melhor argumento como a Pixar. Ninguém. Ratatouille não é um filme para crianças, é só um filme que qualquer criança, e qualquer outra pessoa, de qualquer idade, devia ser posta a ver. Não é, sequer, um filme sobre ratos, é um filme sobre humildade e paixão por uma causa, um filme que ensina a toda a gente que o talento pode estar em qualquer lado e pode aparecer a qualquer altura. Sem limites, sem excepções, sem impossíveis. É claro que, depois, a cor da Pixar e a riqueza das personagens, dum ícónico chefe Gusteau ao altivo vulto de Anton Ego, fazem o resto. Até o pequeno Remy é lindamente esgalhado, e é só um rato. Dos feios, por definição. É bonito que a história se passe em Paris, é bonita a exaltação da cidade no contexto do filme, e o argumento ainda tem o dom de ser muito fluido, fruto de uma edição superior.
O fim condiz. O filme acaba, simplesmente, com um monólogo desse monstro chamado Peter O'Toole, um ancião e uma referência, a emprestar, ao bom romance, uma daquelas vozes que respeitamos mal a ouvimos sibilar. Um dia, gostava de fazer coisas assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário