Já tive duas gripes desde que o Inverno começou. A primeira era só para me provocar, que eu já não as conheço, e espetei-lhe logo com um boost de benurons (que é um nome bué parecido ao do primeiro ministro de israel na fórmula de deus do rodrigues dos santos) e claritines, que acabaram com ela nem em 3 dias. Para repararem na qualidade da minha intervenção, nem me chegou nada à garganta. Parecia um pro, eu. Vai e tal, um gajo tenta enganar-se. Fui um gajo problemático que aos 8 aninhos teve de arrancar as amigdalas cá para fora, e que desde aí, apesar de ter deixado de correr o risco de sufocar a dormir, as gripes passaram a achar ainda mais piada em vir falar comigo. Mas um gajo tenta enganar-se, e pensa que, apesar de ter arrotado com uma gripe logo no início de outubro, não era assim tão impossível que a sacana fosse a última. Pois claro que não era. Num assomo de revolta das gripes, aposto que por ter arruinado com uma nos tais três dias, como orgulhosamente já vos fiz passar acima, e na linha do tumor que me assolou o lábio inferior em pleno verão e em plena semana dos meus 19 aninhos, sou atacado por uma outra gripe na semana do primeiro jantar de curso cá da faculdade. Os sintomas começam quase com uma semana de antecedência, mas não estamos aqui a falar de nenhum patinho, e eu decido abrir as hostilidades com uma rajada de benurons (os tais parecidos ao primeiro ministro de israel no livro do outro), porque os jabasulides fazem mal ao fígado. O resultado não foi tão efectivo, mas, pensava eu, do alto da minha experiência a enfiar merdinhas de comprimidos, que estava contido. Afinal fui forçado a perceber que não. E o que é que um gajo acaba por associar logo a isto tudo? Ora eu vivo no Porto, que é gelado como tudo, já tive uma gripe este inverno e a sacana da gripe A, tipo a raínha das gripes, anda por aí a abater toda a gente. Raisparta que desta vez fui eu. De qualquer maneira, nada de alarme, ia tentar resolver por mim mesmo. Tinha ali o assassino do claritine mesmo à mão, mas disseram-me que não, que a aposta certa era o jabasulide. Tomei. E tomei outro. Isto num espaço de 12 horas que senão o fígado ainda me saltava pela boca. E não melhorei. Faltei a uma aula e a mais outra até que acabei por medir a minha linda temperatura. Vale a pena fazer um parentesis aqui para dizer que eu nunca tenho febre. Tenho gripes como o raio, já tive uma úlcera, que ainda não sei se curei de vez, um tumor, benigno vá, mas febre nunca tenho. Deve ser porque em miúdo eu alucinava, de olhos abertos (woohooo, hehehe) com 40 de febre, e então deixem-me disso. Daí que o momento de medir a temperatura tenha sido iconográfico. Trinta e oito e meio. Foda-seeeeeeeeeeeeee, a sacana da gripe A apanhou-me. Resignado, conformei-me com a ida ao centro de saúde. Já derrotado, ainda tive de ouvir que, com gripe A, tinha de ligar primeiro para a linha e não devia sair de casa. Liguei no limite da depressão e reencaminharam-me para um centro de saúde com um spot para quarentena, com avisos de "não use transportes públicos e leve uma máscara". God, parecia a fase do Heroes em que o vírus se espalhou pelo mundo. Só que comigo e em pior! Lá fui, sem máscara, porque sou uma pessoa muito anti-segregacionismo, e entrei logo no quarentena spot, mal cheguei. Uma máscara, álcool pelas mãos abaixo, reencaminhado para uma sala isolada. Weird. Iam fazer o quê a seguir? Vestir-me uma bata branca, trancar-me num quarto e dizer que era preciso esperar pela cura?? Afinal não. Era só uma inflamação de garganta. Já não as tinha há uns tempos valentes, e a cabrona então aproveitou-se da história da gripe A para me vir meter medo. Haha, i was born ready! Acabei por evitar uma fila de todo o tamanho porque tinha gripe A, e por garantir um atestado para a semana toda, para evitar o frio do Porto, que é gelado como tudo. Não vou à mesma ao jantar de curso e tenho a garganta a arder, mas acho que ganhei. Tenho é um ror de trabalho e só me apetece jogar manager. Mas que se lixe, foi melhor que nada. E que fique claro que eu já sobrevivi à possibilidade de ter gripe A duas vezes. Beat that, motherfuckers! Bah, agora vou escrever qualquer coisa sobre o saramago.
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