Este é, na essência, um filme sobre beleza. Sobre o que parece mas não é, no quotidiano perturbador da família americana comum, incoerente e com duas caras, esforçada por mostrar uma perfeição que não tem nem pode ter, mas, particularmente, da que é mas não parece. Ou da que, pelo menos, não costumamos ver. Um verdadeiro must.
"I have no choice but to direct my energies toward the acquisiton of fame and fortune. Frankly, I have no taste for either poverty or honest labor, so writing is the only recourse left for me." Hunter S. Thompson
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Beleza Americana
Este é, na essência, um filme sobre beleza. Sobre o que parece mas não é, no quotidiano perturbador da família americana comum, incoerente e com duas caras, esforçada por mostrar uma perfeição que não tem nem pode ter, mas, particularmente, da que é mas não parece. Ou da que, pelo menos, não costumamos ver. Um verdadeiro must.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Magic Ryan
Nunca foi MVP da FIFA, nem nunca foi Bola de Ouro. Nunca protagonizou nenhuma transferência milionária, nem nunca esteve sequer numa fase final do que quer que fosse com a sua selecção. E sempre passou ao lado dos grandes prémios individuais. No entanto, para os adeptos do maior clube do Mundo, é quase um deus. 19 anos de Manchester, 800 jogos. Uma vida. Se quisermos perceber o que é o United realmente, vale a pena olhar para Giggs. O génio e a mística, tudo num só. Um futebolista doutro tempo. Correndo o risco de cair na poesia, é por isso que Giggs é tão especial. Por ser quase uma impossibilidade, um capricho do destino, na era dos galácticos, na era em que já não é suposto haver jogadores como ele. Porque já não é suposto que alguém tão bom jogue tanto durante tanto tempo. E sempre no mesmo lugar. É por isso que Giggs representa tão bem o United. É por jogadores como ele que o clube se fez tão grande. Por aquela dedicação, aquela paixão, aquele respeito. E por toda aquela qualidade. Como todos os que não se sabem ou não se querem vender, nunca foi favorito a ganhar nada. Anos e anos, em Inglaterra e na Europa, ao mais alto nível, e sempre a passar ao lado. Até que, no limite da sua vida futebolística, do alto dos seus fantásticos 35 anos, foi eleito como o melhor jogador da Premier League.
Para mim, não é nenhum prémio de consolação. Porque me recuso a aceitar que alguém que já fez tanto precise disso. Porque, para mim, ganhou este ano, como podia ter ganho noutro ano qualquer. E porque não, este não foi o seu ano de despedida. É que desconfio que, no campo como na essência, Magic Ryan é eterno.
Quem sabe, nunca esquece
Dizem dele que foi o mais entusiasmante jogador depois de Maradona. Percebe-se. Houve Van Basten, Baggio, Zidane, Figo, Rivaldo, todos grandes, todos melhores do Mundo. Mas nenhum era como ele. Nenhum era capaz de arrancar assim, nenhum era capaz de resolver como ele. Como se jogasse sozinho. Nenhum poderia ter sido tão grande como ele. No auge, a vida pregou-lhe uma partida e pôs-lhe a carreira por um fio. Os joelhos, o pior de tudo. Mesmo assim, do fundo do poço, voltou. Para mostrar que não merecia menos que o Madrid, para ser campeão na Ásia e para bater o recorde de Muller. Para ser, de novo, o melhor do Mundo. Só que era fácil de mais e não podia durar sempre. Voltaram as lesões, os problemas de peso, o ocaso em Madrid. Fugiu para Milão, mas o destino já não parecia querer nada com ele. Os joelhos, novamente. Ao fim de mais de um ano parado, sem contrato e com as portas da Europa fechadas, voltou ao Brasil, o último refúgio. Consideraram-no morto mas, mesmo com muito mais peso do que sequer poderia, ele quis tentar uma última vez. E voltou a ser notícia de semana a semana. Percebe-se. Valendo o que valha, El Gordo, como o baptizaram em Madrid, ainda faz coisas como a que vai cá em baixo. E em finais, mesmo que sejam só do Campeonato Paulista. Já não vai a tempo de voltar ao seu lugar, já nem sequer alguma vez o voltaremos a ver fazer qualquer coisa como naquela noite em Compostela. Talvez não dure nem mais um mês. Mas vale a pena esperar para ver. Porque, mesmo preso a um corpo, o génio vai estar sempre lá. Porque, tenha o peso que tiver, ele vai ser sempre o Fenómeno.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Acredito
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Paçamos!
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Quando for grande
Talvez veja as coisas assim por ser um apaixonado por histórias, mas acho que são as nossas vivências e as nossas memórias, aquilo que fizemos e aquilo por que passamos, que verdadeiramente nos faz quem somos e que influencia, em última instância, tudo o que fazemos. Ser muito bom "tecnicamente" é indispensável, mas eu, pelo menos, acredito que sem tacto, sem princípios, sem cultura de meio, sem experiências e histórias ouvidas, sem boas opiniões e bons conselhos, nunca seremos excelentes, nunca poderemos ser os melhores. É por isso que, apesar de eu prezar um professor competente, que sabe o que faz e nos forma bem, que nos deixa preparados, só reverencio verdadeiramente os que nos dizem o que não podemos aprender nos livros. Esses, o que me dizem, guardo-o para a vida. Porque é a caminhar que se faz o caminho e porque, cada vez mais, é também por eles que um dia gostava de ser jornalista. Como eles.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
A todas as maneiras esquisitas de falar
Disse mais ou menos isto um miúdo que não deve ter mais do que 10 anos, em directo num horário nobre, entre perguntas sobre as reacções à sua primeira aparição no novo programa da TVI e a voz da Júlia Pinheiro a repetir apalhaçadamente tudo o que ele dizia. A coisa pode ter sido toda preparada em casa, mas certo é que, naquele momento, o miúdo falou à senhor, e disparou uma bruta duma lição para os quatro cantos de um país onde ainda se teima em achar que a diferença é uma coisa reles, a todos aqueles que, por muito menos do que um dia de televisão, fazem questão de afogar todo e qualquer sotaquezinho. Falou à campeão e tem o meu reconhecimento. Que acredite sempre nisso.