sexta-feira, 17 de abril de 2009

Quando for grande

"Vocês podem ter o melhor equipamento do mundo, mas se não tiverem cabeça, não têm nada"

Einstein disse um dia que a educação era o que sobrava depois de esquecermos tudo o que aprendemos na escola. Com o devido respeito, acho que, no mundo universitário, a frase merecia ser calibrada. É que, apesar de mal estarmos se achássemos que tudo o que vamos lá ouvir é inútil, os textos, os monólogos, as teorias, os trabalhos, as horas de aulas, todos esses vão ser efectivamente esquecidos, e é deles, na maioria, que está previsto constituir-se a nossa formação. Acho portanto que, neste admirável mundo novo, depois de esquecermos "tudo" o que lá aprendemos, o que vai ficar, para além, como é óbvio, de todos os amigos para a vida, são aquelas pessoas que tiveram mesmo algo para nos dizer, as suas histórias, os seus conselhos, e tudo aquilo que soubermos apreender, quer da sua experiência de vida, quer da sua fantástica experiência no meio do qual sonhamos um dia fazer parte.
Talvez veja as coisas assim por ser um apaixonado por histórias, mas acho que são as nossas vivências e as nossas memórias, aquilo que fizemos e aquilo por que passamos, que verdadeiramente nos faz quem somos e que influencia, em última instância, tudo o que fazemos. Ser muito bom "tecnicamente" é indispensável, mas eu, pelo menos, acredito que sem tacto, sem princípios, sem cultura de meio, sem experiências e histórias ouvidas, sem boas opiniões e bons conselhos, nunca seremos excelentes, nunca poderemos ser os melhores. É por isso que, apesar de eu prezar um professor competente, que sabe o que faz e nos forma bem, que nos deixa preparados, só reverencio verdadeiramente os que nos dizem o que não podemos aprender nos livros. Esses, o que me dizem, guardo-o para a vida. Porque é a caminhar que se faz o caminho e porque, cada vez mais, é também por eles que um dia gostava de ser jornalista. Como eles.

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