Nunca foi MVP da FIFA, nem nunca foi Bola de Ouro. Nunca protagonizou nenhuma transferência milionária, nem nunca esteve sequer numa fase final do que quer que fosse com a sua selecção. E sempre passou ao lado dos grandes prémios individuais. No entanto, para os adeptos do maior clube do Mundo, é quase um deus. 19 anos de Manchester, 800 jogos. Uma vida. Se quisermos perceber o que é o United realmente, vale a pena olhar para Giggs. O génio e a mística, tudo num só. Um futebolista doutro tempo. Correndo o risco de cair na poesia, é por isso que Giggs é tão especial. Por ser quase uma impossibilidade, um capricho do destino, na era dos galácticos, na era em que já não é suposto haver jogadores como ele. Porque já não é suposto que alguém tão bom jogue tanto durante tanto tempo. E sempre no mesmo lugar. É por isso que Giggs representa tão bem o United. É por jogadores como ele que o clube se fez tão grande. Por aquela dedicação, aquela paixão, aquele respeito. E por toda aquela qualidade. Como todos os que não se sabem ou não se querem vender, nunca foi favorito a ganhar nada. Anos e anos, em Inglaterra e na Europa, ao mais alto nível, e sempre a passar ao lado. Até que, no limite da sua vida futebolística, do alto dos seus fantásticos 35 anos, foi eleito como o melhor jogador da Premier League.
Para mim, não é nenhum prémio de consolação. Porque me recuso a aceitar que alguém que já fez tanto precise disso. Porque, para mim, ganhou este ano, como podia ter ganho noutro ano qualquer. E porque não, este não foi o seu ano de despedida. É que desconfio que, no campo como na essência, Magic Ryan é eterno.
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