Dizem dele que foi o mais entusiasmante jogador depois de Maradona. Percebe-se. Houve Van Basten, Baggio, Zidane, Figo, Rivaldo, todos grandes, todos melhores do Mundo. Mas nenhum era como ele. Nenhum era capaz de arrancar assim, nenhum era capaz de resolver como ele. Como se jogasse sozinho. Nenhum poderia ter sido tão grande como ele. No auge, a vida pregou-lhe uma partida e pôs-lhe a carreira por um fio. Os joelhos, o pior de tudo. Mesmo assim, do fundo do poço, voltou. Para mostrar que não merecia menos que o Madrid, para ser campeão na Ásia e para bater o recorde de Muller. Para ser, de novo, o melhor do Mundo. Só que era fácil de mais e não podia durar sempre. Voltaram as lesões, os problemas de peso, o ocaso em Madrid. Fugiu para Milão, mas o destino já não parecia querer nada com ele. Os joelhos, novamente. Ao fim de mais de um ano parado, sem contrato e com as portas da Europa fechadas, voltou ao Brasil, o último refúgio. Consideraram-no morto mas, mesmo com muito mais peso do que sequer poderia, ele quis tentar uma última vez. E voltou a ser notícia de semana a semana. Percebe-se. Valendo o que valha, El Gordo, como o baptizaram em Madrid, ainda faz coisas como a que vai cá em baixo. E em finais, mesmo que sejam só do Campeonato Paulista. Já não vai a tempo de voltar ao seu lugar, já nem sequer alguma vez o voltaremos a ver fazer qualquer coisa como naquela noite em Compostela. Talvez não dure nem mais um mês. Mas vale a pena esperar para ver. Porque, mesmo preso a um corpo, o génio vai estar sempre lá. Porque, tenha o peso que tiver, ele vai ser sempre o Fenómeno.
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