"I have no choice but to direct my energies toward the acquisiton of fame and fortune. Frankly, I have no taste for either poverty or honest labor, so writing is the only recourse left for me." Hunter S. Thompson
sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Podiam meter este formato na gaveta? Podiam. Mas não era a mesma coisa.
"We're Never Gonna Die"
The Boat that Rocked é um filme despretensioso, porque a mensagem é pura: amar a música, amar uma época, amar uma forma de vida. E as opções resultam quase todas. O elenco é das melhores massas em funcionamento que me lembro de ver. Bill Nighy, Nick Frost, Tom Wisdom, Rhys Ifans, todos fantásticos. O monstro Seymour Hoffman, cada vez melhor, acima de todos, iconográfico. Junta-se-lhes uma banda sonora fácil, talvez, mas assustadoramente boa, obrigatória. E o fim é como devia ser, como tinha de ser, porque The Boat that Rocked não precisava de twists nem de grand finales. Acaba como nos sabe bem que acabe. Era bonito a Academia lembrar-se dele.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
The Crashing of Pelham 123
Acima de tudo, acho que o filme é mal gerido. O mauzão podia ser ou um capote a nível ideológico, tipo Joker, ou um sangessuga por dinheiro, tipo mauzão do costume, e acaba por ser meio dos dois, o que, para mote, é fraco, ainda por cima pela linha que o filme toma durante muito tempo. Depois, não se explora a personagem do presidente da câmara, um paupérrimo Gandolfini, temos uma figura de chefe só a mandar papaias, e temos um bando de quatro gajos em que três são espantalhos, o que é das coisas mais constrangedoras que existe. Até uma boa ideia, como o plano de fuga do golpe, que tinha o seu charme, é toda rebentada da maneira mais estúpida possível. E, claro, a cereja no topo do bolo são os sound-bytes à lá american hero, essa aberração transversal, como o namoradinho-que-está-a-morrer-e-diz-pela-webcam-que-ama-a-namorada, ou a mulher-do-protagonista-que-não-só-exige-que-o-marido-volte-a-casa-vivo-como-que-lhe-traga-"four-gallons-of-milk!" ou o presidente da câmara a dizer ao herói improvável, ao simples controlador do metro, que quando disser que Nova Iorque vale a pena, vai-se lembrar dele e saber porquê. Não há nada tão lixo como estas tiradas fofas.
Com um Denzel novamente mortiço, pouco intenso e com pouca alma, depois dos muito fraquinhos American Gangster e The Great Debaters, apesar da boa vontade, o filme valeu, única e exclusivamente, por um Travolta fantástico. Já disse que o background da personagem foi mal conseguido, porque um doido puro, ali, tinha partido tudo, mas, ainda assim, estamos perante uma senhora interpretação. Frio, sempre no limite, genuínamente perdido, louco até. Não salva a honra do convento, mas marca um pontinho de dignidade. E é sempre bom ver um nome como o dele, ainda ir a tempo de fazer umas coisas destas. Pese a envolvência.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Eu vi um sapo, um grande sapo (hehehehehe...)
"Dá-me gozo ficar à frente do mestre da táctica"
"Apenas uso um bloco de papel e, mesmo assim, fiquei à frente de alguém tão especial, talvez o Especial 2"
Jorge Jesus, na reacção ao Benfica 4-1 nacional
terça-feira, 27 de outubro de 2009
One man show
Coisas Fantásticas #3
domingo, 25 de outubro de 2009
Coisas Fantásticas #2
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O Crowe a ser jornalista = obrigatório
O elenco assusta, só de o ler. E a verdade é que corresponde, com o enorme Russel Crowe à cabeça. É o regresso duma referência, depois dos fraquinhos American Gangster e Body of Lies, na pele dum jornalista-velho-caminhante, que lhe assenta como tudo. O Crowe tem carisma, tem estilo, e o papel é aquilo, só pode. É muito bom tê-lo de volta. A Helen Mirren ganhou a minha admiração. Fui dos que nunca chegou a ver A Raínha, infelizmente talvez, mas facto é que a senhora é um vulto, um colosso. A Rachel McAdams, sem brilhar, e com um início um tanto ou quanto deslocado, consegue acabar muito bem, a fazer um contraponto giro, e não podia deixar de falar na Robin Wright Pen, muito bem encaixada, pese o papel ter sido pouco explorado, que é linda, do alto dos seus 43 anos. Só não consegui gostar do Affleck. Pode ser mania minha, mas, para mim, ele continua a valer pouco, a ser inconsistente, muito menino bonito e pouco actor. Além de que não está muito para colega de faculdade do Crowe, definitivamente.
O filme só fraqueja nas ideias-chave. Algures entre o cliché e o previsível, são elas que borram a pintura, que não honram uma escrita que merecia melhores acabamentos, um nadinha de maior inspiração. Não era preciso ter feito a coisa à volta duma grande conspiração, muito menos jogar tanto com coincidências, nem pôr o jornalista e o congressista a serem amigos desde sempre, etc. Felizmente, mesmo rodeado de certas linhas fracas, e mesmo a roçar o previsível, o fim acaba por elevar a fasquia, e o filme conclui-se de uma forma poeticamente inglória, que o sela com chave de ouro. Para quem goste duma coisa ritmada, com um grande elenco, uma boa história e um cheiro a jornalismo, é vivamente recomendável.
sábado, 17 de outubro de 2009
Pesetero.
Figo no i, via As
Tudo isto não invalida que seja possível não gostar de Figo. Porque o futebol tem tudo a ver com paixão, e porque essa não tem que ver necessariamente com resultados e títulos e produtividade. O Figo foi um jogador monstruoso, um colosso, mas nunca vai ser uma lenda, e por uma razão muito simples: não soube assumir fora do campo o que representava dentro dele. Leio muitas vezes que ele soube gerir a carreira de uma forma ímpar, mas quem diz isso, não consegue perceber a verdadeira essência do futebol. O Figo tinha tudo, tudo, tudo para ser um perfeito ícone, mas optou por desprezar tudo isso no dia 24 de Julho de 2000, quando trocou a braçadeira de capitão do Barça, depois de ser um dos únicos estrangeiros, na História do clube, a ter a honra de a usar), pelos muitos milhões com que lhe acenaram de Madrid. Já ouvi que é injusto e hipócrita condenar alguém por querer melhorar a vida, por querer subir na carreira, mas lá está: futebol não tem nada a ver com ser racional. E quem faz o que ele fez, não vai ter nunca a idolatria das pessoas.
Esta semana, Figo falou da sua traumática saída de Madrid. Na altura, pagou, valha a verdade, pela imagem de galáctico, e foi afastado mal e porcamente, logo que o Real tentou lavar a cara depois dum período duro, pós-grandes resultados. Figo disse, agora, de maneira amargurada, que foi enxotado. Foi-o, de facto, e a verdade é que não o justificava. Não o merecer é que já não tem nada a ver com isso. Figo saíu do Real pelo negócio, porque foi para lá pelo negócio. Se queria respeito e devoção, que tivesse ficado na Catalunha. Não sei se existem muitos com moral para falar ou não, mas ele, definitivamente, não a tem.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Vaya Con D10S
A Argentina continua viva na luta pela África do Sul, a depender apenas de si, graças a um golo de "El Loco" Palermo, contra o Perú, no último minuto de descontos. Na próxima 5ª feira, segue-se um jogo épico em Montevideu, com o Uruguai a estar, apenas, a um ponto de distância (e o Equador a dois, quando só se qualifica directamente o 4º classificado). Esta Argentina pode não ter, de facto, quase nada à imagem de Maradona. Mas o coração, esse, está todo lá.
(actualizado)
«Chupem e continuem a chupar. Os que não acreditaram, os que me trataram como lixo, agora vão ter de aceitar. Qualificámo-nos para o Mundial com todas as honras. Hoje vários jogadores que ganham um monte de dinheiro suaram a camisola como nunca, esforçaram-se e merecemos a qualificação»
Maradona, após a vitória por 0-1 no Uruguai
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Tu eras o herói, Son Goku
domingo, 4 de outubro de 2009
Ouvi uma conversa em português numa série americana e não era uma empregada de limpeza
Ontem, vi o primeiro episódio da série. Devo dizer que ainda não foi desta que um NCIS me apanhou verdadeiramente. Continuo a achar que o argumento é pouco aliciante, pouco tentador, e que se cai no óbvio ou no exagero muito mais do que se devia. Contudo, o cast é francamente interessante. O Chris O'Donnell encaixa como tudo (ainda me lembro dos velhos tempos em The Tree Musketeers e, claro, no ASSOMBROSO Scent of a Woman), o LL Cool J dá o relief à coisa, Linda Hunt é daquelas actrizes iconográficas em tudo o que faça e, eh pá, depois há a Daniela, no seu inglês perfeito, como menina do bando, a dar o pontapé de saída na história com uma toda atarefada conversa no nosso delicioso português. Não digo que ela seja uma referência ali, um foco (como aliás não seria lógico que fosse), nem sequer que, numa primeira impressão, seja uma personagem especialmente carismática. Apesar de tudo isso, nesta coisa de Hollywood se ter lembrado de nós para fazer umas coisinhas, é impossível não ficar com um certo gosto.
Não sei se vou mesmo seguir a série até ao fim, mas, pelo menos, hei de vê-la concerteza nos próximos tempos.