The Boat that Rocked é um filme apaixonante. Podia sê-lo, em particular, por muitas razões, do elenco à banda sonora, mas diria que a maior de todas é o espírito. Há uma envolvência que é absoltuamente contagiante e que nos transporta para outra era, outros tempos, marcantes e inesquecíveis, pela música, pelos movimentos, pela vontade de viver. E o filme carrega tudo isso. Diria mesmo que nos chega a fazer sentir nostálgicos, mesmo por um tempo que nunca vivemos. Um tempo único, de toda uma escola de saber e querer viver, materializada, aqui, simplesmente num barco. Como diz o Seymour Hoffman, a dada altura, aquele é o tempo de uma vida. Deixa-nos a pensar.
The Boat that Rocked é um filme despretensioso, porque a mensagem é pura: amar a música, amar uma época, amar uma forma de vida. E as opções resultam quase todas. O elenco é das melhores massas em funcionamento que me lembro de ver. Bill Nighy, Nick Frost, Tom Wisdom, Rhys Ifans, todos fantásticos. O monstro Seymour Hoffman, cada vez melhor, acima de todos, iconográfico. Junta-se-lhes uma banda sonora fácil, talvez, mas assustadoramente boa, obrigatória. E o fim é como devia ser, como tinha de ser, porque The Boat that Rocked não precisava de twists nem de grand finales. Acaba como nos sabe bem que acabe. Era bonito a Academia lembrar-se dele.
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