Manchester City 1-0 Chelsea
O City fez um jogo táctica e competitivamente fantástico. Rigor e disciplina na distribuição da equipa em campo, noção de que nunca podia falhar, ideias claras para atacar o Chelsea, transições muito fortes e, especialmente, uma leitura admirável dos momentos do jogo. Em 90 minutos que só tiveram 3 oportunidades de golo, acaba por ser curioso afirmar que o City marcou como consequência natural do que estava a fazer, na altura, um início de segunda-parte muito forte, a encostar o Chelsea e a assumir claramente o jogo. De mim, que nunca fui fã de Mancini, muito menos achei que este City, com as sucessivas opções para o banco, fosse passar de uma alegre piada endinheirada, fica a vénia e o respeito.
Depois das 6 vitórias seguidas e dos 25 golos marcados, quer-me parecer que Ancelotti como que subestimou este City, pese já ter perdido em Stamford Bridge para Mancini na época passada. Não no sentido de ter ido a Manchester tentar esmagar, porque não podia e obviamente não foi, mas na ideia de que a sua máquina colectiva resolveria o jogo mais cedo ou mais tarde, porque o City teria mais medo. O que ficou não foi nem um Chelsea acanhado nem sobranceiro, mas uma equipa perfeitamente sem soluções, porque anulada, que até teve uma bola à trave, num canto, mas que simplesmente não conseguiu criar uma jogada de perigo eminente em todo o jogo. Depois do golo da equipa de Mancini ainda foi pior.
No City, o melhor em campo foi Yaya Touré. Sacado a um Barça onde acabava por ter bastantes constrangimentos tácticos, Mancini dá-lhe, no City, nada menos do que as costas de Tévez, deixando-o, muitas vezes, como número 10 e segundo homem do ataque. E Yaya não se inibe. À força e ao bom toque do costume, tem agora um jogo vertical muito forte, no que contribui para o maior ponto forte da equipa: as transições. Depois, Milner. Se Silva vem de Espanha, onde há mais toque do que choque, e enfrenta, para já, a normal adaptação, já o reforço ex-Villa sente-se em casa. Até mais à esquerda do que à direita, ele que é destro, foi o maior carrilhador de jogo da equipa. Também Tevéz, claro, porque quem marca golos daqueles é obviamente um dos melhores do Mundo (leva-o para o Real, Mourinho!). E por último De Jong, talvez o maior responsável pelos equilíbrios da equipa.
No Chelsea, houve pouco, de facto. Salvou-se Anelka, o mais vistoso na frente, que assenta muito bem como falso ponta-de-lança, no 4-3-3 de Ancelotti. Também Mikel, hoje a trinco, com Essien mais livre, esteve razoável. Já Ramires fez um jogo para esquecer. Deslocado, pouco intenso e com pouco ritmo, perdeu bolas e falhou passes inacreditavelmente, e acaba por ficar ligado ao golo do City, numa dessas perdas de bola a meio-campo.
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