Nunca o vi no cinema ou na televisão, já não fui a tempo de lê-lo como redactor e li pouco da sua opinião. A maioria das pessoas é capaz de também só o "conhecer". O notável é não haver, provavelmente, ninguém que tenha ficado indiferente à sua morte, é conhecermos tão pouco do seu trabalho e ter-mo-lo em tão alta estima. É tão mais notável, porque resume tudo o que ele era: um homem com uma luz tão profunda que lhe bastava "estar", para abrilhantar tudo à sua volta. A quem bastava falar, conversar, para que qualquer um visse nele um vulto. Por mais redutor que isso possa soar, e há de soar, ao longo destes dias em que se chora a sua morte, todo ele era um comunicador. Um dos especiais, daqueles que já nascem assim, de muito em muito tempo. Um daqueles que admiramos só de ouvir e de quem gostamos só por estar. Um daqueles que, sabemos, vai valer sempre a pena. E, acima de tudo, o Artur Agostinho era um jornalista, como qualquer jornalista devia ser. Jornalismo não é textos, imagens ou voz, é aquilo. Aquela aura. Esta é a singela homenagem de quem teve a honra de ser seu contemporâneo.
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