domingo, 26 de junho de 2011

Ao lado


A existência da sequela era inevitável.

Hangover foi uma esmagadora lufada de ar fresco no género e tornou-se numa lenda, pelo que a única dúvida era saber de que forma é que seria possível manter o nível. No mínimo exigia-se que a coisa tivesse valor próprio, e a realidade é que o projecto começou a falhar exactamente desde o essencial: a equipa de argumentistas até cresceu de 2 para 5, onde se incluiu o próprio realizador Todd Phillips, mas o produto final foi uma cópia grosseira do primeiro filme, que, como era evidente, estava condenada a ficar a anos-luz desse.

Não era necessário reinventar a fórmula de sucesso: haveria ressaca, esquecimento, puzzle para reconstruir o que se passou, etc, mas era primitivo trazer uma abordagem nova ao jogo, e nunca refazer à letra tudo o que já se tinha feito. Hangover II acaba por ser só uma cópia barata do seu antecessor, sem novidade, criatividade e com muitíssimo menos piada.

A comédia não é tempo perdido porque continuam a haver gags razoavelmente bons, e que são suficientes para arrancar mais gargalhadas do que a larga maioria dos filmes do género, com destaque novamente para a performance de Galifianakis. Mas a auto-imposta colagem ao original banaliza tudo.

Com a terceira parte confirmada só há uma saída, que é fazer a trama levar uma cambalhota. Caso contrário veremos uma marca icónica sair de cena pela porta dos fundos.

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