sábado, 6 de janeiro de 2018

The Last Jedi: a Força deu um passo atrás


Melhor que parte substancial das críticas, pior do que, apesar de tudo, me convenci a esperar.

D'Os Últimos Jedi ninguém poderá dizer que não se arriscou, depois das acusações do excesso de revivalismo d'O Despertar da Força, num esforço assumido para encontrar uma identidade própria, enquanto nova saga. Mais do que discutir a capacidade para fazê-lo, o que relevaria as diversas falências do filme, o que se questiona é, realmente, a necessidade de o fazer. Para mim, o que O Despertar da Força provou é que era possível viver não duas, mas três vezes, fazendo crescer novas personagens, a partir dessa reencarnação do que nos fazia mais fortes. Porque este não é, definitivamente, um legado qualquer. Em Os Últimos Jedi, mesmo por entre todo aquele carisma e aquela envolvência universais, cai-se no erro de pensar que é fácil reinventar universos e inventar tempos a histórias intemporais. E vai-se por esse caminho atalhado, prometendo muito e concedendo pouco, trocando a coesão do ideário pela gratuitidade da novidade e da acção, tentando cair em graça, sem ser engraçado, e cometendo, por fim, a lesa-majestade de desbaratar alguns personagens de luxo pelo caminho.

Manterei sempre a máxima de que é difícil falhar uma Guerra das Estrelas e assumo que, do ponto da vista da militância, são 3h de avidez, muitas vezes competentes, algumas vezes comoventes e umas poucas imemoriais e encorajadoras, e que isso já seria quanto baste. Todo o regresso já seria quanto baste. Será, contudo, fácil concordar que Os Últimos Jedi é inferior ao reinício da saga, que se precipita a coser uma narrativa à altura do que está em causa, e que desperdiça tempo precioso para o desenvolvimento das novas personagens, algumas delas activos verdadeiramente grandes. Feito o preço justo, foi pena. Ao tentar dar dois passos em frente, a Força deu um para trás. Que as experiências se corrijam.

6.5/10

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