sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

And if one day you should see me in the crowd


The Blind Side é um filme simples. É notável, aliás, como se conta uma história de compaixão e de amor, uma história de fraternidade, com essa leveza quase de um convite, como se, o que se conta ali, não fosse nada fora do normal. Às costas de um protagonista especial, esta é uma negação do mais fácil a fazer, a negação do não é nada connosco e do olhar para o outro lado, quando se vai na rua. É justamente essa a mensagem que passa, no momento em que a família Tuohy se começa a constituir com um novo elemento: devia existir sempre alguém que se importasse. Por mais improvável (e é disso que esta biografia trata) que isso esteja destinado a ser.

Dado o reconhecimento tremendo que tem tido, era natural que a prestação da Sandra Bullock saltasse à vista. E é uma grande performance, de facto. Leigh Anne é uma mulher doce, com um coração e uma consciência tremendas, mas tudo isto numa personagem por definição distante e superior, até eventualmente fria. Tal como já disse para o argumento em si, também esta personagem é extraordinariamente natural em tudo o que faz, genuína, quando nada disso era suposto. Grande desempenho, ainda que, pessoalmente, continue a achar a Vera Farmiga (Up in the Air) uma adversária muita à altura, na corrida ao Oscar (depois de ver o Precious, poria a Gabourey Sidibe de parte). O Quinton Aaron, mesmo sem ter de fazer nada fora do normal (é um papel muito mais de imagem do que de interpretação) é genuíno e condiz com o papel, mas seria muito injusto não falar aqui do miudíssimo Jae Head, com um à vontade tremendo no ecrão, que oxalá se veja cada vez mais por aí (já sem nada a ver com o filme, dizer que Miss Lily Collins foi uma agradabilíssima surpresa, e que os desejos são os mesmo que para o "mano"). Nota, ainda, a não esquecer, para um par de músicas muito interessantes, com esta Cello Song à cabeça:


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