segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Keeper


My Sister's Keeper era um filme complicado de fazer. Complicado porque a premissa tinha pouco de criativa mas, sobretudo, porque é preciso ter muito jogo de cintura para saber vender tanta componente emocional duma maneira que transtorne, que dê um nó na garganta, mais do que toque ou puxe um nadinha de choro. Acho que o filme não foi além desta última. Não que My Sister's Keeper deixe de ser competente, ou fácil de agradar, um pouco com essa tal lágrima no canto do olho, só acho que, no fim de contas, tem um texto muito pobre e muito linear para o que se quereria fazer. Talvez a intenção até fosse fazê-lo um filme muito mais de interpretações, de momentos e de ambiente, do que de argumento, mas não chegou. Porque é tudo muito simples, previsível até, e porque as personagens não são tão ricas quanto isso. A fantástica Abigail Breslin (Little Miss Sunshine) tem um papel muito menos expressivo do que deveria, ainda por cima na pele virtual de protagonista. A figura paterna de Jason Patric, forte e muito explorável, tem um espaço contado, e a pequena Sofia Vassileva, com o peso da caracterização quase a falar por ela, tem um papel pouco mais do que fácil, por mais iconográfico que o seja. Fica uma boa banda sonora, alguns bons momentos de interacção entre as personagens (os momentos de confronto são quase todos muito bons) e, provavelmente, a melhor Cameron Diaz de sempre, numa personagem que é, ela própria, o ponto alto do filme.

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