domingo, 21 de fevereiro de 2010

Uma barbaridade, obviamente

Pessoalmente, acho que, a nível desportivo, o Porto não perde um jogador nuclear com a ausência do Hulk. Nucleares seriam o Bruno Alves, o Fernando ou o Falcão, até o Varela ou o Micael, e piores foram/são as lesões do Rodriguez e do Meireles, do que todo este caso Hulk. É óbvio que não discuto o potencial tremendo que ele tem (estrutura corporal fantástica, velocidade, remate), mas também me parece, claro, nos dias que correm, que o Hulk é um jogador sobreavaliado. Principalmente porque ele, no campo, não consegue pensar. O Hulk só joga no contacto, não sabe ler jogo, abusa das fintas. Claro que é novo, que tem um ano e meio de Europa, e que, por tudo isso, é imaturo, só que as saídas do Lucho e do Lisandro deixaram-lhe nas costas uma espécie de legado que, aos seus próprios olhos, é uma aura, e lhe retira lucidez e humildade. Parece-me, por oposição ao crescendo da época passada, um jogador menos útil este ano e, paralelamente, um caso mais bicudo para o Jesualdo resolver. Tudo isto para dizer que, para mim, de caras, o Hulk não seria titular no Porto deste ano. Por inerência, a equipa perde menos, sem ele, do que, à primeira vista, o chavascal da suspensão poderá fazer crer.

À parte disto, os 4 meses de suspensão são uma óbvia palhaçada. Toda a gente viu o Hulk ir à cara do segurança, mas os túneis são um tópico sensível, e, a partir do momento em que se sabe que o segurança em causa trabalha há anos para o Benfica e, pior, que teve um comportamento considerado "provocatório", é mau que se arruíne meia época de um jogador, enquanto o clube responsável pela segurança do estádio se fica pelos 1500€ de multa. Mais do que desconsideração pelo espectáculo ou pelos adeptos, ou o facto de ser um precedente complicado, soa a má fé. E isso é que é grave.

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