10 anos depois, estamos outra vez na corrida para organizar uma grande competição internacional.
Então como agora, a polémica não ficou à porta: em 2000, acreditava-se que organizar o Euro, quatro anos depois, era perfeitamente megalómano, que dez estádios novos não eram sustentáveis, e que estávamos a sonhar muito para lá das nossas possibilidades. Hoje, a falta de dinheiro, definitivamente mais grave do que nessa altura, está outra vez na ordem do dia, mas o maior dilema até é outro. Ao contrário de 2004, este não é um projecto só por nossa conta. Desta vez, ao contrário até de qualquer parceria normal, a ideia nem é que fique a meias. A ideia é termos 19 dos 64 jogos, termos 3 dos 12 estádios, e não termos nem abertura, nem final.
Em 2004, mesmo perante todos os caminhos sinuosos que se percorreram desde aí, provou-se que o sonho estava certo. E fizemos algo que a própria UEFA considerou não ter comparação.
A ganharmos amanhã, talvez em 2018 sintamos qualquer coisa parecida. Talvez reconheçamos que não fazia sentido admitir a falta de dinheiro e reclamar, ao mesmo tempo, de "estarmos" pouco, e percebamos que isto era injusto, e que existiam vantagens em metermos o nosso nome na candidatura como iguais, quando no fundo só lá estávamos a menos de 30%. Talvez o meu eu de 27 anos veja como hoje estava a pensar pequeno, tanto como os que quiseram impedir o marco que foi 2004, e como todos aqueles que desprezo por sonegarem o risco e a ousadia que nos pode fazer verdadeiramente grandes. Ainda por cima em tempos difíceis, quando só se lembram de nós pelas piores razões.
Amanhã, contudo, não vou estar a torcer. Irrita-me estar ao lado de espanhóis, e irrita-me ainda mais nós termos o crédito todo em organização, mas isto ir ser o Mundial deles, 70% deles, no qual estamos prontos para ser só o parente pobre, como tanto lhes apraz. Irrita-me que, nesta "união de povos", a chefia da candidatura seja a Federação Espanhola, e que nisto dos "hermanos", eles vão ter 8 ou 9 cidades envolvidas, e nós 2. Por mim, perdiam amanhã (eles, que isto tem pouco de nosso), e juntavam a derrota às lembranças do pós-1 de Dezembro, abaixo da Restauração que lhes enfiámos há quase 400 anos. Para consolo marcávamos mais um amigável, este em Madrid, para termos mais hermanos a ver, e íamos lambuzar-nos outra vez a humilhar o campeão do Mundo.
Depois de termos feito SOZINHOS "o melhor Euro de sempre", só posso desejar que amanhã o destino lhes meta as esmolas e as suas infinitas boas intenções onde melhor lhes convier.
Então como agora, a polémica não ficou à porta: em 2000, acreditava-se que organizar o Euro, quatro anos depois, era perfeitamente megalómano, que dez estádios novos não eram sustentáveis, e que estávamos a sonhar muito para lá das nossas possibilidades. Hoje, a falta de dinheiro, definitivamente mais grave do que nessa altura, está outra vez na ordem do dia, mas o maior dilema até é outro. Ao contrário de 2004, este não é um projecto só por nossa conta. Desta vez, ao contrário até de qualquer parceria normal, a ideia nem é que fique a meias. A ideia é termos 19 dos 64 jogos, termos 3 dos 12 estádios, e não termos nem abertura, nem final.
Em 2004, mesmo perante todos os caminhos sinuosos que se percorreram desde aí, provou-se que o sonho estava certo. E fizemos algo que a própria UEFA considerou não ter comparação.
A ganharmos amanhã, talvez em 2018 sintamos qualquer coisa parecida. Talvez reconheçamos que não fazia sentido admitir a falta de dinheiro e reclamar, ao mesmo tempo, de "estarmos" pouco, e percebamos que isto era injusto, e que existiam vantagens em metermos o nosso nome na candidatura como iguais, quando no fundo só lá estávamos a menos de 30%. Talvez o meu eu de 27 anos veja como hoje estava a pensar pequeno, tanto como os que quiseram impedir o marco que foi 2004, e como todos aqueles que desprezo por sonegarem o risco e a ousadia que nos pode fazer verdadeiramente grandes. Ainda por cima em tempos difíceis, quando só se lembram de nós pelas piores razões.
Amanhã, contudo, não vou estar a torcer. Irrita-me estar ao lado de espanhóis, e irrita-me ainda mais nós termos o crédito todo em organização, mas isto ir ser o Mundial deles, 70% deles, no qual estamos prontos para ser só o parente pobre, como tanto lhes apraz. Irrita-me que, nesta "união de povos", a chefia da candidatura seja a Federação Espanhola, e que nisto dos "hermanos", eles vão ter 8 ou 9 cidades envolvidas, e nós 2. Por mim, perdiam amanhã (eles, que isto tem pouco de nosso), e juntavam a derrota às lembranças do pós-1 de Dezembro, abaixo da Restauração que lhes enfiámos há quase 400 anos. Para consolo marcávamos mais um amigável, este em Madrid, para termos mais hermanos a ver, e íamos lambuzar-nos outra vez a humilhar o campeão do Mundo.
Depois de termos feito SOZINHOS "o melhor Euro de sempre", só posso desejar que amanhã o destino lhes meta as esmolas e as suas infinitas boas intenções onde melhor lhes convier.
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