quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

So fluffy


Foi uma boa surpresa. Era muito fácil que o filme se ficasse nos bonecos fofinhos, e que se perdesse na mediania e na sombra que, por estes dias, é o lugar de quase toda a Animação que não é Pixar. É verdade que, a nível de narrativa, continua a não haver comparação com os gurus da Califórnia, e Despicable Me não é excepção. O mérito da produção da Universal é, contudo, perceber isso mesmo e fugir às comparações, e não tentar jogar de igual com a Pixar, como a Dreamworks tenta fazer tantas vezes (quase sempre sem sucesso).

Despicable Me é um filme desconcertante no bom sentido, colorido e enternecedor, e desenha uma acção onde tudo é permitido e possível. Não se prende a lógicas, e explora a dimensão onírica da banda desenhada mais tradicional, onde as quedas, os choques ou as explosões não têm sequer de fazer sentido. Tudo isto se tolera pelo facto do filme ser tão despretensioso, e o tom ternurento e puro, mais do que condescender, leva a um riso genuíno.

O filme tem pouco de Pixar, e se quisermos avaliar por essa bitola, é preciso reconhecer que a essência do conto em Despicable Me é linear, ou fácil. Para mim, porém, há espaço para muita coisa na Animação, e o filme de Pierre Coffin e Chris Renaud é uma ideia boa, inteligente e bem levada, que conquista o seu espaço com todo o merecimento. Foi uma boa surpresa.

Sem comentários: