Já o era antes de ser, mas não deixou os créditos por mãos alheias: além de espantoso, Black Swan é mesmo um dos filmes do ano.
Confesso que não é um daqueles casos pelos quais nutro uma devoção instantânea, talvez porque é uma obra desprendida das coisas, e que se torna um tanto ou quanto distante, de imponente, perdendo alguma química no caminho, por assim dizer. Mas é, a nível estético e artístico, uma obra absolutamente extraordinária, que, com uma ou outra linha antecipável para a majestade do quadro final, consegue deslumbrar não só na percepção de obra finalizada, mas praticamente a tempo inteiro.
Black Swan é um filme sobre disputa, inveja e a doentia necessidade de conseguir, mas também sobre inocência perdida e afirmação, sobre medo, os nossos fantasmas e os sonhos dos outros, mas, sobretudo, sobre transcendência. E cruza tudo isto duma maneira sombria, e propositadamente violenta, para tecer a crueza que constitui o único caminho para a perfeição.
The Wrestler, o filme emotivo, fê-lo Aronofsky há dois anos. Este, por sua vez, é um tratado de realização, um exercício do mais puro devaneio genial à solta, que deixa no ar aquela sensação de que o realizador, mais do que assinar, inventa ali coisas, que dificilmente poderiam ser concebidas num argumento. Black Swan fala muito do saber expressar, do sentir, e do surpreender, e o realizador trata a tela como um palco, onde tudo é emocional, onde tudo é uma grande mancha de mensagem, repleta de significado, que nos abalroa e corta a respiração. Talvez mais até do que o próprio filme, Darren Aronofsky é um candidato gigante a Realizador do Ano.
Por fim, Natalie Portman. É, para mim, a maior da actualidade, e teve finalmente o seu momento. O desempenho é, tão simplesmente, perfeito. Não menos do que isso.
Black Swan é esmagador.
Confesso que não é um daqueles casos pelos quais nutro uma devoção instantânea, talvez porque é uma obra desprendida das coisas, e que se torna um tanto ou quanto distante, de imponente, perdendo alguma química no caminho, por assim dizer. Mas é, a nível estético e artístico, uma obra absolutamente extraordinária, que, com uma ou outra linha antecipável para a majestade do quadro final, consegue deslumbrar não só na percepção de obra finalizada, mas praticamente a tempo inteiro.
Black Swan é um filme sobre disputa, inveja e a doentia necessidade de conseguir, mas também sobre inocência perdida e afirmação, sobre medo, os nossos fantasmas e os sonhos dos outros, mas, sobretudo, sobre transcendência. E cruza tudo isto duma maneira sombria, e propositadamente violenta, para tecer a crueza que constitui o único caminho para a perfeição.
The Wrestler, o filme emotivo, fê-lo Aronofsky há dois anos. Este, por sua vez, é um tratado de realização, um exercício do mais puro devaneio genial à solta, que deixa no ar aquela sensação de que o realizador, mais do que assinar, inventa ali coisas, que dificilmente poderiam ser concebidas num argumento. Black Swan fala muito do saber expressar, do sentir, e do surpreender, e o realizador trata a tela como um palco, onde tudo é emocional, onde tudo é uma grande mancha de mensagem, repleta de significado, que nos abalroa e corta a respiração. Talvez mais até do que o próprio filme, Darren Aronofsky é um candidato gigante a Realizador do Ano.
Por fim, Natalie Portman. É, para mim, a maior da actualidade, e teve finalmente o seu momento. O desempenho é, tão simplesmente, perfeito. Não menos do que isso.
Black Swan é esmagador.
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