sábado, 15 de outubro de 2011

Bósnia 2.0


"Pepe e Ricardo Carvalho constituem a melhor dupla de defesas centrais do Mundo. Jogam e treinam todos os dias no campeonato mais competitivo do Mundo. Mas talvez para dar «exposição» para venda a outro ou outros jogadores ou, então, porque goste de reinventar a roda, Paulo Bento quer outra coisa. Por isso, a Selecção tem, em vez da melhor dupla de defesas centrais do Mundo, um buraco."

José Mendonça da Cruz, no Corta-Fitas

Futebol é fodido. Paulo Bento ganhou 6 dos seus 7 jogos oficiais à frente da Selecção, de resto uma média muito mais do que suficiente para nos qualificar directamente para o Euro, mas bastou uma derrota para assistirmos a todo um levantamento em relação ao estado da equipa.

De repente Bento só toma más opções. O mesmo João Pereira que trucidou o flanco esquerdo da Dinamarca no Dragão já não é jogador de futebol, e só joga porque Paulo Bento amuou com Bosingwa; o mesmo Postiga que resolveu o jogo contra à Noruega é agora uma opção inexplicável para o ataque; e claro, acima de tudo, Paulo Bento é o criminoso culpado pela ausência de Ricardo Carvalho. Pelos vistos não só é normal como aceitável que um dos jogadores mais experientes do grupo se comporte como uma criança, e abandone um estágio por saber que não vai ser titular; mais do que isso: parece que Paulo Bento deveria ter-lhe pedido desculpas de imediato, pela ousadia de querer escolher quem joga, e suplicar depois pelo seu regresso.

Enfim, o jogo em Copenhaga foi uma catástrofe e um balde de água gelada. Ronaldo estava lesionado, Postiga é irregular, Carlos Martins está muito pior do que há um ano, e evidentemente não é fácil pôr em campo uma defesa sem três habituais titulares, ainda por cima com uma Dinamarca hiper-moralizada pela última qualificação. Mas as coisas são como são, e tudo o que se conseguiu neste ciclo não morreu em 90 minutos. Não tenho dúvidas por isso de que, com maiores ou menores dificuldades, o play-off com a Bósnia será só uma formalidade. Há 12 anos que não falhamos grandes competições e, sobretudo, se Queiroz conseguiu, só podemos estar confiantes.

Queiroz, esse mesmo que, apesar de andar a marcar muitos golos no pré-histórico futebol do Médio Oriente, parece não conseguir esquecer-se de nós. O mesmo Queiroz "que já estaria na fase final" mas até teve de fazer um play-off da última vez, o tal que há um ano se despediu com a derrota na Noruega e esse notável 4-4 com Chipre que invalidaram tudo o que de bom se fez depois. E pensar que nem no Irão nos vemos livres dele.

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