"I have no choice but to direct my energies toward the acquisiton of fame and fortune. Frankly, I have no taste for either poverty or honest labor, so writing is the only recourse left for me." Hunter S. Thompson
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Deviam falar do Braga nas escolas
Ninguém precisa que lhe falem de empreendorismo, de competência, de projecto, de fazer bem, de estar à altura, de crescer e fazer-se grande. As pessoas precisam que lhes mostrem. Mostrar o Braga devia ser o ponto 1 do sumário.
Num país tricéfalo, conformado, onde os grandes e os pequenos já nascem assim, onde se sonha pouco, onde escasseia o mérito e sobejam os favores, onde nunca esbanjou a esperança e a vontade de se provar a si próprio, de ser maior e melhor, há o Braga.
Quando comecei a ver futebol, a alguns 15 anos, o Braga nem candidato à Europa era. Hoje é, no pior dos casos, o terceiro clube português com maior expressão internacional. Começou do zero, acordou e não tinha nada, e foi de cabeça, para o que desse. Hoje dá para lutar pelo título e para ter o respeito do Velho Continente.
No Braga tudo sai bem. Mudam treinadores, mudam titulares, e ninguém dá por eles. Conservou-se a matriz, conservou-se a estrutura, conservaram-se líderes de balneário, claro, mas num clube médio, onde o natural era sucumbir às circunstâncias, têm sido sempre as circunstâncias a sucumbir ao Braga. O Braga bateu a sorte e o azar. A margem de erro do Braga é ser mais inteligente, mais avisado e fazer melhor do que os outros. E este Braga já é uma marca, é um monstro em andamento, uma bola de neve, que rola e rola todos os anos, que perde uns, e se engrandece com outros, justamente maior em si, como organismo, do que qualquer um dos seus.
Num país em que não havia lugar para o Braga, o Braga resolveu provar ao país que ele próprio pode ser melhor. Pode crescer, pode ser fresco, pode ser diferente, pode vir de baixo, pode sonhar, pode agigantar-se, e pode bater-se de frente com qualquer um. Basta ser bom, ser competente, dar de si, e querer, genuinamente, ser melhor.
O Braga foi a melhor coisa que aconteceu ao futebol português desde que me lembro. Hoje, contudo, já é mais do que isso. Depois de ver este jogo no Friuli, no corolário dos últimos três anos extraterrestres, falar de futebol já é falar pequeno. Este Braga é tudo o que Portugal devia ser.
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