"When the sun comes out in Africa, the fastest lion knows he has to run faster than the fastest antelope, if he wants to eat . When the sun comes out in Africa, the fastest antelope knows he has to run faster than the fastest lion, if he wants to survive. So, the bottom line, baby, is, when the sun comes out in Africa, you'd better start running"
Provérbio africano apanhado de ouvido, com possíveis erros, mas suficientemente ilustrativo
Brasil e Costa do Marfim. Um gajo até se esquece que, em 2006, também não éramos cabeças-de-série, e acabamos num grupo com o México, Angola e o Irão. O sacana do mojo do Scolari era mesmo bom, tão bom quanto é reles o do Queiroz. Ah e tal, isto é sorte e não tem nada a ver com o Queiroz. Errado. Se é sorte tem tudo a ver com o Queiroz porque, com ele por perto, é dado adquirido que a dita vai cagar em nós. Reparem que nem era preciso termos ficado no grupo de mortos da África do Sul, como os franceses, depois da puta de vergonha de como se qualificaram, e depois do castigozinho da FIFA de não serem cabeças-de-série, porque valia era o ranking de Outubro e não o do Novembro, algo que, extraordináriamente, acabou por nos foder também a nós, nem sequer no da Holanda, os nossos empacotáveis ad eternum, mas porra, os merdosos dos espanhóis e os italianos tinham as Honduras e a Nova Zelândia no lugar da Costa do Marfim, e nenhum desses tem o Drogba feito um cavalo sanguinário no ataque. Não que eu esteja a dizer que estávamos condenados a jogar para o segundo lugar, mas não compro as estórias de que, para ganharmos aquilo, temos de andar agoniados desde o primeiro minuto. Jogar com os outros monstros só é fixe depois da fase de grupos, quando é a eliminar e quando já a passámos como garantia de dignidade e com um par de vitórias que nos põem a pensar que somos os maiores. Ainda por cima agora, numa campanha em que termos sorte e andarmos motivados é directamente proporcional ao espírito de balneário do Queiroz.
Feito o choradinho, devo dizer que tenho fé num grande Mundial. É que nós, vendo bem (Queiroz à parte), somos uma cambada de loucos, e se, em 2000, comemos ao pequeno-almoço aquela coisa que nos saíu como grupo, este, às tantas, ainda o tornamos outra vez numa coisa de meninas. Além de que, se sobrevivermos, temos uma possibilidade substancial de apanhar espanhóis nos oitavos. E toda a gente sabe o que portugueses fazem a espanhóis.
P.S. - Da próxima vez que o Dunga disser "Vâmu jógá cóm u Brásiu B", acho que tinha mais piada o Queiroz chamá-los logo de colonos, do que dizer "se pensarmos nos antepassados que chegaram ao Brasil e passaram os nossos genes a esta geração de jogadores brasileiros, ou pelo menos a muitos deles, será um Portugal B contra um Brasil D ou E". Mas é só uma sugestão, Mister.
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