Jorge Jesus foi nada menos do que crucificado depois da derrota no Dragão. David Luiz a lateral, Saviola no banco, 5 médios, de repente Coentrão não era bom o suficiente para marcar Hulk, e Gaitán ou Peixoto nem a brincar. A primeira sensação quando se viu o onze do Benfica que subiu ao Dragão foi de facto só uma: medo. Ao invés do perfumado 4-4-2 losango, uma espécie de 4-5-1, com 3 centrais em campo. Era difícil o instinto da primeira impressão ser melhor. Ninguém gosta do receio, ninguém gosta das dúvidas, sobretudo nos grandes jogos.
Insistiu-se muito que, considerações tácticas à parte, Jesus falhou acima de tudo porque mandou a mensagem errada à equipa: que o Benfica normal não tinha argumentos para ganhar ao Porto. Restava, portanto, subjugar-se e rezar para ter sorte, o que feriria de morte fosse qual fosse a estratégia adoptada.
É retórico dizer que se Jesus tem ido ganhar ao Dragão com as trancas à porta, tinha passado a semana a ser o mestre da táctica. Quem o criticou acha que, mesmo que tivesse dado certo, Jesus estaria sempre mais próximo de perder, da maneira como entrou em campo. Eu acho precisamente o contrário. Reconhecer o extraordinário momento do Porto por oposição a um Benfica tão oscilante, ter em conta a confiança dum jogos daqueles no Dragão, e tentar pensar uma estratégia de condicionamento do jogo adversário só revela uma coisa: inteligência.
Claro que é mais bonito pensar que mesmo em losango e com o futebol-carrossel era possível anular o Porto, que o Benfica tinha de estar seguro de si, que tem um título a prová-lo, mas Jesus foi lúcido e pragmático. E a pensar o jogo estaria sempre mais próximo de ganhá-lo, não o contrário.
Durante a semana os jornais multiplicaram-se em listas de objectivos que Jesus não pode de maneira alguma falhar, se quiser continuar a ser treinador do Benfica. Diz-se que está a ser contestado, e um campeonato resolvido à 10ª jornada custa muito a engolir. Para o bem do Benfica, é bom que isto tenha mais de especulação do que de verdade. É claro que, época notável do Porto à parte, era exigível que o Benfica não estivesse, com 3 meses de época, a 10 pontos do primeiro. Era exigível outra regularidade, e um início de época menos conturbado, talvez outra estaleca na Liga dos Campeões. Mas é evidente que o lugar de Jorge Jesus não deve estar em risco.
Não porque supostamente não há campeões à 10ª jornada, ou porque ainda é possível. Isso já não existe e, a menos que haja uma surpresa mesmo muito grande, o campeonato é do Porto. Jesus deve continuar porque foi a única coisa realmente com sentido que passou pelo banco do Benfica em muitos anos, porque é um dos grandes treinadores portugueses da década, e porque, pela sua qualidade indiscutível, voltará invariavelmente a ser campeão. Fazer a sua continuidade depender da presença nuns oitavos-de-final seria bem mais do que ingratidão ou falta de visão. Seria o Benfica a deixar passar uma oportunidade tremenda para se reafirmar de vez como um campeão natural.
Insistiu-se muito que, considerações tácticas à parte, Jesus falhou acima de tudo porque mandou a mensagem errada à equipa: que o Benfica normal não tinha argumentos para ganhar ao Porto. Restava, portanto, subjugar-se e rezar para ter sorte, o que feriria de morte fosse qual fosse a estratégia adoptada.
É retórico dizer que se Jesus tem ido ganhar ao Dragão com as trancas à porta, tinha passado a semana a ser o mestre da táctica. Quem o criticou acha que, mesmo que tivesse dado certo, Jesus estaria sempre mais próximo de perder, da maneira como entrou em campo. Eu acho precisamente o contrário. Reconhecer o extraordinário momento do Porto por oposição a um Benfica tão oscilante, ter em conta a confiança dum jogos daqueles no Dragão, e tentar pensar uma estratégia de condicionamento do jogo adversário só revela uma coisa: inteligência.
Claro que é mais bonito pensar que mesmo em losango e com o futebol-carrossel era possível anular o Porto, que o Benfica tinha de estar seguro de si, que tem um título a prová-lo, mas Jesus foi lúcido e pragmático. E a pensar o jogo estaria sempre mais próximo de ganhá-lo, não o contrário.
Durante a semana os jornais multiplicaram-se em listas de objectivos que Jesus não pode de maneira alguma falhar, se quiser continuar a ser treinador do Benfica. Diz-se que está a ser contestado, e um campeonato resolvido à 10ª jornada custa muito a engolir. Para o bem do Benfica, é bom que isto tenha mais de especulação do que de verdade. É claro que, época notável do Porto à parte, era exigível que o Benfica não estivesse, com 3 meses de época, a 10 pontos do primeiro. Era exigível outra regularidade, e um início de época menos conturbado, talvez outra estaleca na Liga dos Campeões. Mas é evidente que o lugar de Jorge Jesus não deve estar em risco.
Não porque supostamente não há campeões à 10ª jornada, ou porque ainda é possível. Isso já não existe e, a menos que haja uma surpresa mesmo muito grande, o campeonato é do Porto. Jesus deve continuar porque foi a única coisa realmente com sentido que passou pelo banco do Benfica em muitos anos, porque é um dos grandes treinadores portugueses da década, e porque, pela sua qualidade indiscutível, voltará invariavelmente a ser campeão. Fazer a sua continuidade depender da presença nuns oitavos-de-final seria bem mais do que ingratidão ou falta de visão. Seria o Benfica a deixar passar uma oportunidade tremenda para se reafirmar de vez como um campeão natural.
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