Ganhou Passos Coelho.
Não acho, como sugeriu Sousa Tavares na SIC-Notícias, que Sócrates tenha sido atropelado, mas o primeiro-ministro estaria sempre mais próximo da derrota se não fosse providencial e, nesse aspecto, foi irreconhecível. Não se esperava menos do que um festival da sua parte, frente a um Passos Coelho que cruzou toda a campanha moribundo, e o resultado final é uma absoluta surpresa.
Entenda-se que Passos não foi extraordinário. Não mandou no debate, não conseguiu evitar a sua enervante auto-desresponsabilização e o seu típico diz e desdiz - que é aparentemente secundário porque não é ele quem governa -, e ainda fugiu a questões e não explicou suficientemente os tiques radicais do seu programa. A chave é que nunca foi pior do que Sócrates e, no momento decisivo, fez-lhe o cheque-mate: há um ano e meio a crise já era previsível e era obrigatório ter agido mais cedo.
Sócrates começou bem, continuou na mó de cima, e, sem nunca disparar, teria passado na frente caso tivesse sido capaz de segurar a mão até ao fim. Essa ponta final de debate foi, contudo, penosa demais. Mais do que não ter conseguido responder à estocada de Passos Coelho, Sócrates encurralou-se num discurso gasto e sem sentido, desvalorizando o que não deveria, e chegou ao cúmulo de insistir que as críticas do adversário davam má imagem ao país no exterior.
O debate de hoje não torna o PSD muito mais apto para governar. Também não apaga a salva de tiros nos pés dada até agora e não resolve a suspeição a respeito do seu programa eleitoral. Pode é ter possibilitado o mais decisivo: que Passos Coelho merece, por si só, a oportunidade de ser alternativa. Para o bem ou para o mal isso deixar-nos-á a todos a pensar. Sócrates saberá melhor do que ninguém que essa era a única derrota que nunca poderia ter sofrido.
Não acho, como sugeriu Sousa Tavares na SIC-Notícias, que Sócrates tenha sido atropelado, mas o primeiro-ministro estaria sempre mais próximo da derrota se não fosse providencial e, nesse aspecto, foi irreconhecível. Não se esperava menos do que um festival da sua parte, frente a um Passos Coelho que cruzou toda a campanha moribundo, e o resultado final é uma absoluta surpresa.
Entenda-se que Passos não foi extraordinário. Não mandou no debate, não conseguiu evitar a sua enervante auto-desresponsabilização e o seu típico diz e desdiz - que é aparentemente secundário porque não é ele quem governa -, e ainda fugiu a questões e não explicou suficientemente os tiques radicais do seu programa. A chave é que nunca foi pior do que Sócrates e, no momento decisivo, fez-lhe o cheque-mate: há um ano e meio a crise já era previsível e era obrigatório ter agido mais cedo.
Sócrates começou bem, continuou na mó de cima, e, sem nunca disparar, teria passado na frente caso tivesse sido capaz de segurar a mão até ao fim. Essa ponta final de debate foi, contudo, penosa demais. Mais do que não ter conseguido responder à estocada de Passos Coelho, Sócrates encurralou-se num discurso gasto e sem sentido, desvalorizando o que não deveria, e chegou ao cúmulo de insistir que as críticas do adversário davam má imagem ao país no exterior.
O debate de hoje não torna o PSD muito mais apto para governar. Também não apaga a salva de tiros nos pés dada até agora e não resolve a suspeição a respeito do seu programa eleitoral. Pode é ter possibilitado o mais decisivo: que Passos Coelho merece, por si só, a oportunidade de ser alternativa. Para o bem ou para o mal isso deixar-nos-á a todos a pensar. Sócrates saberá melhor do que ninguém que essa era a única derrota que nunca poderia ter sofrido.
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