sábado, 25 de fevereiro de 2012

Euro 2012: A última chamada


Paulo Bento já tinha dado a entender que, grosso modo, quem falhasse a Polónia, estaria muito provavelmente fora do Europeu.

A grande notícia foi, pois, a primeira chamada de Nélson Oliveira, sinceramente inesperada. O miúdo do Benfica - 2º melhor jogador do Mundial de sub-20 - é um talento de todo o tamanho, que só não é titular porque está no melhor plantel da Liga. Não se saberá se muito ou pouco influenciado pela ausência de Danny, mas Bento demonstrou sensibilidade e, nas suas próprias palavras, dota a equipa de um avançado diferente, que traz valor acrescentado. Não tem a leitura de Postiga, nem serve de referência como Hugo Almeida, mas tem potencial para arrasar qualquer um dos dois: é mais rápido, mais pujante, e o único capaz de jogar de trás para a frente no último terço do campo. Estar com um pé nos 23 é uma óptima notícia para a Selecção, e até deverá contribuir para que Jorge Jesus lhe dedique mais atenção nos próximos meses.

Pelo contrário, a ausência de Hugo Viana é incompreensível, vendo o nível a que está a jogar há meses. A única réstia de esperança é que tenha sido poupado para o derby entre Braga e Guimarães, mas custa-me a crer, e a verdade é que o seleccionador nunca o chamou. Hoje, Viana junta maturidade e fiabilidade à leitura e à técnica, e, para mim, a sua canhota encaixaria como uma luva no próprio meio-campo titular. Admito que Manuel Fernandes foi bem recuperado, pelo que dizem do seu crescimento no Besiktas de Carvalhal, mas com Carlos Martins e Rúben Micael a terem épocas tão pobres em Espanha, é impensável que o prejudicado seja Viana.

Outra dúvida era ver como Paulo Bento lidaria com os mais velhos, e foi respondida de forma clara: Quim, Nuno Gomes, e, de forma mais distante, Deco e Liedson, terão chances exíguas de ir ao Europeu. É a afirmação definitiva de um novo ciclo, que se compreende, apesar de, na minha opinião, os três últimos ainda poderem fazer a diferença a partir do banco.

No resto, baliza, centro da defesa e extremos são áreas pacíficas, mas fica alguma apreensão pelas laterais. Bosingwa é caso encerrado, mas a lateral-direita é, hoje, o ponto fraco da equipa: João Pereira não é fiável, e Nélson não é jogador de Selecção. Com Paulo Bento a definir, e muito bem, que só pretende levar 3 suplentes para o quarteto defensivo, Ricardo Costa é minimamente aceitável, pela polivalência do costume, mas, do mal ao menos, Sílvio ou Eliseu são claramente mais jogadores que Nélson, e com muito melhor passado recente.

Sem comentários: