Um dos bons filmes do ano.
Sobressai, acima de tudo, a realização brilhante de Scorsese, que já lhe valeu o Globo de Ouro. Foi o seu primeiro filme em 3D, e o velho Marty saiu-se com a mestria de sempre, inventando um filme que é visualmente irresistível, do ambiente e da luz com que filma a Paris dos anos 30, à verdadeira grandiosidade dos cenários. Tudo em Hugo tem um brilho, um mistério e uma vertigem profundamente poéticos, como numa fábula idílica, e isso é mérito evidente da realização.
O argumento adaptado do consagrado John Logan (Gladiator, The Last Samurai) chega a ser muito bom, mas também é agridoce. A história do pequeno Hugo Cabret, um orfão que vive nos labirínticos intra-muros da Estação de Paris, é sobejamente empática. A sua vida dentro das paredes da estação é sedutora, a relação com um velho e misterioso lojista é bem conseguida, e a caminhada para descobrir o seu lugar é belíssima. O filme deriva, contudo, para uma homenagem aos primórdios do cinema que, mesmo que com bom gosto, baralha a acção, e desilude quanto à alma que seria necessária para fechar superiormente uma história como esta.
Asa Butterfield (The Boy in the Striped Pajamas), de 14 anos, é muito bom. Hugo tem várias semelhanças estruturais com Extremely Loud & Incredibly Close - a orfandade de pai, a busca por respostas no seu espólio e a descoberta de si próprio no processo -, mas, aqui, o protagonista é uma clara mais-valia: capaz de transmitir um propósito, Butterfield comove-nos pela sua extrema maioridade e abnegação. É um senhor, para quem estão reservadas grandes coisas no futuro.
Hugo é uma bela história, muito bem realizada e com um excelente protagonista. Para ser extraordinário, ficou a faltar-lhe génio no desfecho.
7/10
Sobressai, acima de tudo, a realização brilhante de Scorsese, que já lhe valeu o Globo de Ouro. Foi o seu primeiro filme em 3D, e o velho Marty saiu-se com a mestria de sempre, inventando um filme que é visualmente irresistível, do ambiente e da luz com que filma a Paris dos anos 30, à verdadeira grandiosidade dos cenários. Tudo em Hugo tem um brilho, um mistério e uma vertigem profundamente poéticos, como numa fábula idílica, e isso é mérito evidente da realização.
O argumento adaptado do consagrado John Logan (Gladiator, The Last Samurai) chega a ser muito bom, mas também é agridoce. A história do pequeno Hugo Cabret, um orfão que vive nos labirínticos intra-muros da Estação de Paris, é sobejamente empática. A sua vida dentro das paredes da estação é sedutora, a relação com um velho e misterioso lojista é bem conseguida, e a caminhada para descobrir o seu lugar é belíssima. O filme deriva, contudo, para uma homenagem aos primórdios do cinema que, mesmo que com bom gosto, baralha a acção, e desilude quanto à alma que seria necessária para fechar superiormente uma história como esta.
Asa Butterfield (The Boy in the Striped Pajamas), de 14 anos, é muito bom. Hugo tem várias semelhanças estruturais com Extremely Loud & Incredibly Close - a orfandade de pai, a busca por respostas no seu espólio e a descoberta de si próprio no processo -, mas, aqui, o protagonista é uma clara mais-valia: capaz de transmitir um propósito, Butterfield comove-nos pela sua extrema maioridade e abnegação. É um senhor, para quem estão reservadas grandes coisas no futuro.
Hugo é uma bela história, muito bem realizada e com um excelente protagonista. Para ser extraordinário, ficou a faltar-lhe génio no desfecho.
7/10
Sem comentários:
Enviar um comentário