terça-feira, 11 de junho de 2013

Euro U21: A rodar mas sempre à italiana


Noruega - Itália, 1-1

Já apuradas para as meias-finais, Itália e Noruega não fizeram por menos, e pouparam ambas 8 titulares. Ao terceiro jogo em seis dias, não houve dúvidas de que mais valia sacrificar a vitória no grupo por pernas dignas desse nome, no jogo, esse sim nuclear, do futuro próximo.

O ritmo, evidentemente, não foi o mais contagiante. Ainda assim ficaram notas importantes a tirar, elogiosas para as duas equipas. A Itália, que, à partida, até era considerada como que um patinho feio de entre os nomes gordos da competição, tem uma quantidade de soluções que dá que pensar. Mesmo a abdicar de todo o seu luxuoso ataque titular - Florenzi, Immobile, Gabbiadini, Insigne -, fez sempre valer o seu ascendente em campo com naturalidade, como quem garante que só joga devagar porque quer, e que os seus suplentes são certamente um pouco mais do que isso. Acabou por desperdiçar - nota negativa para a passividade de Destro, avançado da Roma - mas esteve sempre mais perto.

Por seu lado, impressionante a personalidade da Noruega. Não é verdade que tenha brilhado como já brilhou neste Europeu, que tenha jogado taco a taco com o adversário, ou, sequer, que tenha tido oportunidades de golo idênticas; estamos, no entanto, a falar de um país, quanto muito, de segunda linha europeia, que foi descomplexado o suficiente para, não só rodar a equipa contra um grande, como para ainda ter unhas a agarrar o jogo, incomodar, e fazer por merecer a sorte que quase lhe tocou. O penalty ao minuto 90 teria dado aos nórdicos uma vitória de grupo tão notável quanto dignificada. Como se sabe, porém, os descontos são uma eternidade, sempre que a Velha Senhora precisa deles. A lei cumpriu-se uma vez mais.

NORUEGA - O melhor foi Berisha (Red Bull Salzburg), que se estreou no torneio. Primeiro a interior, depois a extremo-esquerdo, é rápido, agressivo e tem muito instinto a aparecer na área. De Lanlay (Viking) na extrema-direita, muito vertical, também foi importante para a vitalidade norueguesa. Bom jogo, ainda, do guarda-redes suplente Ostbo (Strommen).

ITÁLIA - Luca Caldirola (Brescia), o capitão, esteve no melhor e no pior. Foi imperial atrás, e teve, pelo menos, duas grandes cabeçadas para golo; em cima da hora, contudo, fez um penalty estranho, e não acabou expulso por acaso. Sansone (Parma), teve, no flanco esquerdo, o fardo de substituir a estrela da companhia, Insigne, mas deu nas vistas. Boa técnica e bom jogo interior. Saponara (Empoli), extremo-direito, é rapidíssimo. A equipa, todavia, mudou para melhor, com a chegada dos titulares Florenzi, médio direito da Roma, um jogador e tanto!, sempre de cabeça levantada, sempre em progressão inteligente, e Gabbiadini, ponta-de-lança do Bolonha, o maior goleador do escalão e um dos artilheiros do torneio.

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