domingo, 5 de fevereiro de 2012

CAN 2012: Costa do Marfim-Guiné Equatorial


A Costa do Marfim foi uma desilusão. O dream team da CAN não tem estilo nem atitude; é, na verdade, uma equipa sobranceira e pretensiosa, que não valoriza o espectáculo, limitando-se a contar com que as suas individualidades brutais garantam o serviço. Os marfinenses bateram a Guiné Equatorial quase sem esforço - uma selecção milagreira de um país com 700 mil habitantes, que chegou aos quartos-de-final na sua primeira participação, com titulares da 4ª Divisão Espanhola! - mas, à parte Drogba, foram sempre uma equipa perfeitamente descomprometida com o jogo. Mesmo a continuar assim, com matéria humana que dava até para discutir um Campeonato da Europa, a Costa do Marfim arrisca-se sempre a ser Campeã Africana. Não duvido é que, nas meias-finais, Gana ou Tunísia possam ser uma surpresa muito amarga para a geração de ouro marfinense.

Costa do Marfim - A equipa deixou uma má imagem, mas nunca por causa do seu líder: Drogba continua a ser um futebolista extraordinário e uma verdadeira inspiração em campo. É ele a candeia que alumia o caminho, e se ontem não chegou para contagiar os colegas, foi, em boa parte, porque arrumou ele próprio a partida, com dois golaços. A outra nota de destaque foi Max Gradel (24 anos, Saint-Étienne), um box-to-box entusiasta, e com muita facilidade em arrastar a equipa consigo.

Guiné Equatorial - Numa equipa totalmente modesta, que nunca conseguiu discutir o jogo, Kily Álvarez foi o nome que saltou à vista: é um lateral direito de alta rotação, com uma condição muscular a lembrar Maicon, que enche o campo nos seus vaivéns, sendo poderoso a defender e a vida da Guiné a atacar. O incompreensível é que jogue, aos 28 anos, no pequeno Langreo, um clube da... 4ª divisão espanhola. No Verão, deve mudar de vida.

2 comentários:

Francisco Ferreira disse...

Curto especialmente o central que meteu água no primeiro golo, aquele Rui Fernando Gomes ou lá o que é. Gostei do gajo. Pena ontem ter metido água.

No geral, a Guiné não tem futebol para muito mais, e já assim contam com uma série de gajos naturalizados que não têm qualquer ligação com o país...

Paulo Pereira disse...

Lol o Presidente deles propôs mudar a língua oficial de espanhol para português para entrarem na CPLP, portanto criatividade para arranjarem jogadores não deve faltar. De qualquer maneira, para o que têm, quartos-de-final já foi de senhores