10. Captain Phillips
Paul Greengrass, Outubro
Para começar, a história real do Capitão Richard Phillips, feito refém quando, em 2009, o cargueiro americano que comandava foi atacado por piratas, ao largo da Somália. Conhecido pelos filmes Bourne, e nomeado ao Óscar pelo magnífico United 93, Paul Greengrass regressa às câmaras ao fim de três anos, com um texto de Billy Ray (State of Play). Os holofotes centram-se, contudo, no que pode fazer o grande Tom Hanks, que, 14 anos depois de Castaway (2001), parece voltar a ter um papel com expressão para chegar às Nomeações.
9. Blue Jasmine
Woody Allen, Julho
Ano não é ano sem um original do mestre, e é inevitável incluí-lo na lista. Depois de To Rome with Love, Woody Allen volta a intercalar o seu aclamado périplo pela Europa, para filmar, em Manhattan, o cruzamento entre uma moderna dona de casa nova-iorquina (Cate Blanchett) e uma mulher a atravessar uma profunda depressão (Sally Hawkins). O elenco inclui ainda Alec Baldwin, Louis C.K., Peter Sarsgaard, e duas figuras de Boardwalk Empire: Bobby Cannavale e Michael Stuhlbarg.
8. Rush
Ron Howard, Setembro
O cenário é o Mundial de Fórmula 1 de 1976, e a história é a da rivalidade limítrofe, dentro e fora do circuito, entre Niki Lauda (Daniel Bruhl), o calculista austríaco da Ferrari, campeão em título e favorito, e o seu maior competidor, James Hunt (Chris Hemsworth), um playboy inglês da McLaren. O elenco não é deslumbrante, mas o entusiasmo reside na câmara e no texto. Depois de vários anos afastado das grandes produções, o fantástico Ron Howard (A Beautiful Mind, Cinderella Man, Frost/Nixon, Angels and Demons) é quem realiza, com o argumento a ser assegurado por Peter Morgan (The Damn United, Frost/Nixon).
7. Oldboy
Spyke Lee, Outubro
É o remake do filme coreano de culto com o mesmo nome (2003), realizado por Chan-wook Park, e que nunca vi. O argumento é, no entanto, incrivelmente cativante: um homem é raptado e mantido em cativeiro durante 20 anos, sem nunca lhe explicarem porquê, sendo, então, igualmente libertado sem motivo, o que o levará a uma obsessão por respostas e por vingança. Spike Lee, que realizou os notáveis 25th Hour e Inside Man, promete um filme ainda mais perturbador do que o original. Josh Brolin é o protagonista, com Elizabeth Olsen e Samuel L. Jackson nos outros papéis de relevo.
6. Calvary
John Michael
McDonagh, Setembro
Quem não viu The Guard, uma das mais genuínas pérolas de 2011, que se redima imediatamente disso, e se junte à espera por esta nova colaboração entre John Michael McDonagh e o sempre carismático Brendan Gleeson. Calvary contará a história de um padre bom-coração, que se esforça por melhorar o mundo à sua volta, mas que será permanentemente chocado pela natureza dos habitantes da pequena vila onde vive. Espera-se, claro, um regresso ao mais requintado e contagiante humor negro do mercado.
5. Before Midnight
Richard Linklater, Maio
Conclui-se, finalmente, em 2013, a excepcional trilogia-romance que Richard Linklater iniciou em 1995 (Before Sunrise), e que lhe valeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Argumento Adaptado, em 2004 (Before Sunset). Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) encontram-se, agora, quase literalmente 20 anos depois do primeiro dia, e da viagem de comboio que marcou as suas vidas. Tendo em conta a temporalidade, o conceito, a extrema qualidade do texto e a química farta entre os protagonistas, Before Midnight tem de ser, definitivamente, um dos filmes mais esperados do ano. Quem não viu os dois primeiros capítulos, que não perca a oportunidade.
4. The Counselor
Ridley Scott, Novembro
12 anos depois da última nomeação ao Óscar, o lendário Ridley Scott (Blade Runner, Gladiator, Black Hawk Down) toma as rédeas de um dos candidatos do ano. A última década não foi especialmente meiga para ele, mas Prometheus, no ano passado, foi talvez o filme mais feliz desse decurso, e agora as condições são muito boas para poupar expectativas. O thriller de um advogado do quotidiano que tenta lucrar com o tráfico de droga, sem sujar as mãos, é um original com a chancela de Cormac McCarthy (The Road, No Country for Old Men, em cinema), um dos mais celebrados autores americanos da actualidade, e vencedor de um Pulitzer. O cast, por sua vez, grita autenticamente a qualidade, com Fassbender a ser figura central, e com Brad Pitt, Javier Bardem e Penélope Cruz no suporte.
Terrence Malick, Março
Dois anos passados do maravilhoso The Tree of Life, Terrence Malick volta mesmo aos ecrãs, ele que se costuma dar a hiatos bem mais longos do que isso, tendo, inclusive, três filmes agendados para 2013 (ainda Lawless e Knight of Cups). Esse era, contudo, o plano para o ano que passou, e Malick não avançou com nenhum, pelo que a única coisa certa é contar com To the Wonder. Esta é a história de amor entre um homem (Ben Affleck) e duas mulheres (Olga Kurylenko e Rachel McAdams), com o brilhante Javier Bardem a desempenhar o papel de um padre, também ele assombrado pela dúvida. Quem já viu Malick saberá que não é para todos os gostos, mas depois do luxo indiscutível da última aparição, não há como não entusiasmar. A fotografia do extraordinário Emmanuel Lubezki, no trailer, dá o mote.
2. The Monuments Men
Clooney, Dezembro
É um candidato de corpo inteiro ao Óscar, tal é a qualidade de todos os seus envolvidos. Dois anos após o belíssimo The Ides of March, Clooney volta ao ataque como one-man-show: será realizador, co-argumentista e figura central desta história verídica da equipa de historiadores e curadores de arte dos Aliados que, em plena 2ª Grande Guerra, teve como missão resgatar obras de arte icónicas que os Nazis tinham roubado e consideravam destruir. A banda sonora é do excepcional Alexander Desplat, e o cast tem qualidade que nunca mais acaba, entre Matt Damon, Cate Blanchett, John Goodman, Jean Dujardin, Bill Muray e Hugh Boneville.
1. The Wolf of Wall Street
Scorsese, Novembro
O maior candidato a filme do ano, é, porém, a 5ª parceria dos monstruosos Marty Scorsese e Leo DiCaprio que, com Gangs of New York, The Aviator, The Departed e Shutter Island no palmarés, parecem mais ou menos condenados à glória. O filme baseia-se nas memórias de Jordan Belfort, e conta a ascensão e queda dele que foi um dos mais excêntricos e bem-sucedidos correctores da Bolsa americana, na década de 90. Como se não bastasse, o argumento é adaptado por nada menos do que Terrence Winter, emérito criador de Sopranos e de Boardwalk Empire, ficando a banda sonora a cargo do colossal Howard Shore. Num rol de secundários que, apesar de tudo, podia ter outra densidade, valem ainda a pena mencionar Jean Dujardin e Jon Bernthal (The Walking Dead).
Untitled Abscam Project, David O. Russell, Dezembro.
Ainda não se sabe se vai efectivamente estrear este ano, mas tem de merecer a nota. Depois
do sensacional Silver Linings Playbook, David O. Russel tem em mãos a
história verídica de uma operação secreta do FBI, no
final dos anos 70, que levou à condenação de uma série de
políticos americanos de nomeada. Christian Bale será o protagonista, secundado por um elenco
verdadeiramente de luxo, que junta Bradley Cooper, Jeremy Renner, Jenny
Lawrence e Amy Adams.
The Place Beyond the Pines, Derek Cianfrance, Março.
É a nova parceria entre o
realizador Derek Cianfrance e Ryan Gosling, depois do brilhante Blue
Valentine (2010). A Gosling junta-se Bradley Cooper, numa dupla
verdadeiramente em alta nos dias que correm, para contar o choque pessoal e profissional entre um polícia ambicioso e um ladrão que é forçado a isso.
The Great Gatsby, Baz Luhrmann, Maio.
Fez parte da lista do ano passado, e foi uma das ausências mais notadas da temporada, mas o drama trágico
sobre os loucos anos 20, inspirado na obra lendária de Scott Fitzgerald
vai agora ver a luz do dia. O
trailer confirmou o que já se sabia: que Baz Luhrmann não será para todos
os gostos, e que Gatsby ou vai brilhar ou vai cair em
grande. O elenco continua, obviamente, a ser inatacável - DiCaprio, Carey Mulligan, Joel Edgerton e Tobey Maguire.
Star Trek Into Darkness, J. J. Abrams, Maio.
Possivelmente, o candidato número 1 a
blockbuster do ano. Quatro anos após a extraordinária ressurreição da
saga, J.J. Abrams terá sobre as costas o peso de responder a
uma medida que deixou muito alta. A jóia do cast será o extraordinário Benedict Cumberbatch,
um vilão de vulto, que virá, ao que se diz, pessoalizar a
acção com Kirk (Chris Pine).
Elysium, Neill Blomkamp, Agosto.
Num ano pejado de sci-fi apocalíptica, o que sobressai é este Elysium, ou não fosse o seu criador o sul-africano Neill Blomkamp, que deslumbrou com District 9, em 2009, no seu ano de estreia. A acção ocorre em 2159, quando os ricos vivem numa estação espacial, e os pobres numa Terra sobrepovoada e arruinada. Matt Damon é a estrela da companhia.Que a colheita seja tão boa como parece.
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