domingo, 3 de julho de 2011

The Killing, review


Grande primeira temporada.

Mantenho tudo o que escrevi sobre o piloto. Visualmente a série é muito poderosa, para o que contribui o negrume quase poético de uma Seattle sempre escura e chuvosa; e a intensidade emocional é magnífica a todos os níveis, deixando-nos tensos não com situações de perigo, mas de puro choque a nível pessoal, entre os que são próximos e vêem a vida virar-se do avesso. Neste aspecto, salientar Michelle Forbes e Brent Sexton, os pais da rapariga assassinada, que retratam de forma brilhante e crua aquilo de magoar deliberadamente quem nos é mais querido, só porque não estamos preparados para lidar com determinadas situações.

A série não tem episódios desnecessários e reinventa-se progressivamente, o que é decisivo, dada a linearidade de uma história sobre o homicídio de uma miúda normal. Joel Kinnaman (dupla policial) confirmou as expectativas e é uma indiscutível mais-valia - um daqueles personagens sem nada de banal -, ainda que Mireille Enos seja, de longe, quem mais cresce. Não é fácil gostar da franco-americana por uma certa impessoalidade da sua parte, mas a detective Sarah Linden é a personagem mais notável da série, pela sua densidade, e Enos encarna-a com uma facilidade genuína.

Aos quatro já mencionados, acrescentar Billy Campbell, o candidato a presidente da Câmara, que, como era de esperar, ganha cada vez mais importância no desenrolar da acção, sendo uma figura intrinsecamente interessante, do passado assombrado à postura elegante e confiável.

A temporada chega ao fim com a questão do homicídio em aberto mas sem estarmos fartos, e isso é representativo. Absolutamente recomendado.

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