segunda-feira, 19 de março de 2012

"Esqueçam, não vamos ganhar a Liga"


Guardiola irrita-me.

Sempre tive mais consideração por excesso de auto-estima do que por falsa modéstia, e a aura de homem-modelo beatificável de Guardiola tira-me do sério: é condescendência mascarada de respeito, choradinho disfarçado de palmatória, e cinismo a fazer de humildade, mas tudo olhado com um encanto celestial por uma imprensa e uma opinião pública que lhe são completamente devotas. Dá-me uma volta ao estômago ouvi-lo desfazer-se em elogios bacocos aos adversários, dizer que nunca fala de arbitragem mas, qual santinho humanizado, mandar o bitaite quando lhe convém, e o pior de tudo, esta última moda de dizer todas as semanas que acabou a Liga Espanhola para o Barça.

Admito que esta baboseirada é uma boa forma de chegar à cabeça do rival, mas não a suporto, nem consigo respeitá-la minimamente. Se Mourinho agride o Barça, cai o carmo e a trindade, e merece ser irradiado do futebol; se Guardiola se põe com estas paneleirices, é a consciência e a humildade de um grande senhor. Não tenho paciência, e mais, acho deplorável que alguém que é tricampeão espanhol, bicampeão europeu e mundial, e que tem em mãos uma das melhores equipas da História, não tenha pejo nenhum em ter um discurso de bebés como este.

No fim, Mourinho fará questão de dar razão a Guardiola. Até lá, e mesmo sendo desnecessário dramatizar os 2 pontos perdidos ontem, o que importa é que o Real tenha consciência de que o mais provável é que este Barcelona não volte a falhar. O resto é palhaçada.

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