"Não comemorei porque é uma casa em que joguei seis anos, e à qual cheguei quando era ainda uma criança. Preciso do respeito de toda a gente de lá."
Ronaldo
"Culpei o Evra por não intervir [no golo], mas depois vi as imagens e senti-me um pouco estúpido. O joelho dele estava ao nível da cabeça do Evra. Fenomenal. Já falei com ele. Está agora no nosso balneário, a falar com os rapazes."
Fergie
A fotografia dá um nó na garganta. Ali, dez anos depois do primeiro dia, mais do que mestre e aprendiz, mais do que mentor e pupilo, vê-se, distintamente, um abraço de pai para filho. Chegou ao gelo de Manchester ainda uma criança, como ele próprio o diz tão bem. Com todos os seus infinitos méritos, a devoção daquele abraço é o reconhecimento, em voz alta, de que Ronaldo nunca lhe poderá pagar o que ele o fez crescer. De que Ronaldo nunca seria Ronaldo, sem ele. Vemos o miúdo que entrou, o homem que saiu, o ícone que se fez, lembramos Sir Alex, o Fergie intemporal, a criar gerações e gerações de futebol, a criar aquela gente toda e a falar deles sempre com o brilho nos olhos, e sabemos que é assim. Tamanho talento não podia ter ficado ao cuidado de qualquer um; pensar que o Universo pôs Ronaldo ao cuidado de Ferguson é daquelas coisas para nos deixarem sempre a sorrir. Claro que estava escrito. É certo demais para que não estivesse. E claro que voltarão a estar lado a lado, antes do fim. A casa volta-se sempre.
1 comentário:
Belo texto, André. Emocionado, envolvente, muito forte! Como sempre os teus textos são poderosos e de uma força extraordinária! Genial, como sempre!
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