Cavaco tem a candura de um anjo da guarda, e o espírito de sacrifício de um Cristo. Que sorte a nossa ter estadistas como Cavaco nestes dias difíceis. Cavaco é o visionário que avisou da crise mas ninguém quis ouvir, é o lúcido que clamou que, pelo bem do país, se respeitassem os intocáveis mercados, para depois ser o justiceiro que exortou a que, pelo bem do país, nos revoltássemos contra esses indignos mercados, e é, agora, o grande líder que passa por estes tempos difíceis a sofrer com o seu povo. Que sorte a nossa termos Cavaco. Não o ouvimos, nunca lhe damos o valor, e ele está sempre lá para nos provar que previu, adivinhou, sabia, estava certo. Cavaco nunca se engana e raramente tem dúvidas, já devíamos todos saber. Cavaco avisa-nos, como um bom amigo, tenta encaminhar-nos, mas, simplesmente, é bom demais para nós. Nenhum português merece Cavaco.
Isto tudo e um jornalista reles lembrou-se de lhe perguntar porque é que Cavaco não tinha abdicado, como a sua plebe, dos subsídios. Herege! Se achamos que Cavaco não está a dar o corpo ao manifesto, é porque não somos capazes de ver. De certeza que ele nos está a dar o exemplo de outra maneira, a sacrificar-se para prestar-nos outra lição, e nós, que não o merecemos, estamos outra vez a injustiçá-lo. E claro que estava: Cavaco só não abdicou dos subsídios para ter o que comer. Ao que este país ingrato chegou, a reclamar dos tostões que são dispensados à nossa grande inspiração nacional, a pôr em causa a única coisa que nunca pode ser posta em causa: Cavaco. E teve o vulto de nos explicar, com a aura de um santo pedinte, que, mesmo com os subsídios, o que recebe nem dá para as despesas. O mártir Cavaco não personifica apenas o desígnio nacional; chega ao cúmulo de passar fome por nossa causa.
Nada disto se paga, e, no entanto, quanto é a esmola de Cavaco? 10 500€ por mês. Pior do que uma humilhação. E ainda não ouvi nenhum apelo para que se aumentem os impostos amanhã, para que se defina que um dízimo do rendimento de cada português tem de ir para Belém: Cavaco precisa de comer, por Deus! Mais importante, precisa de carinho, reconhecimento, respeito! Que se acabe, de uma vez por todas, com o desprezo com que este país de ignóbeis trata os seus heróis nacionais.
Isto tudo e um jornalista reles lembrou-se de lhe perguntar porque é que Cavaco não tinha abdicado, como a sua plebe, dos subsídios. Herege! Se achamos que Cavaco não está a dar o corpo ao manifesto, é porque não somos capazes de ver. De certeza que ele nos está a dar o exemplo de outra maneira, a sacrificar-se para prestar-nos outra lição, e nós, que não o merecemos, estamos outra vez a injustiçá-lo. E claro que estava: Cavaco só não abdicou dos subsídios para ter o que comer. Ao que este país ingrato chegou, a reclamar dos tostões que são dispensados à nossa grande inspiração nacional, a pôr em causa a única coisa que nunca pode ser posta em causa: Cavaco. E teve o vulto de nos explicar, com a aura de um santo pedinte, que, mesmo com os subsídios, o que recebe nem dá para as despesas. O mártir Cavaco não personifica apenas o desígnio nacional; chega ao cúmulo de passar fome por nossa causa.
Nada disto se paga, e, no entanto, quanto é a esmola de Cavaco? 10 500€ por mês. Pior do que uma humilhação. E ainda não ouvi nenhum apelo para que se aumentem os impostos amanhã, para que se defina que um dízimo do rendimento de cada português tem de ir para Belém: Cavaco precisa de comer, por Deus! Mais importante, precisa de carinho, reconhecimento, respeito! Que se acabe, de uma vez por todas, com o desprezo com que este país de ignóbeis trata os seus heróis nacionais.
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