terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Óscares, o rascunho


Numa cerimónia com um punhado considerável de surpresas, o grande motivo de festa foi, sem ponta de dúvida, as nomeações do extraordinário The Tree of Life para Melhor Filme, e de Terrence Malick para Melhor Realizador. De facto, depois do vazio total a que foi votado nos Globos, não era de todo expectável que o filme se levantasse nos Óscares. Claro que as nomeações de ambos não os colocam perto da vitória, mas previnem o crime de não reconhecer uma verdadeira obra-prima, um exercício artístico tão monumental, que continuará a ser lembrado daqui por muitos anos.

Nos Secundários, uma grande notícia e uma grande desilusão: Nick Nolte, esquecido nos Globos, foi resgatado com toda a justiça do mundo, fruto da sua performance de dar nós na garganta, em Warrior; já Shailene Woodley, a revelação de The Descendants, falha de maneira incompreensível a lista final. Para mim, foi simplesmente a Melhor Secundária do Ano.

Também na Realização, sublinhar obviamente a confirmação de Woody Allen, e, em Argumento Original, saudar a presença de J.C. Chandor pela sua grande estreia nestas andanças, com Margin Call.

Por fim, o mais incompreensível de tudo: Animação. Tintin, que tinha acabado de ganhar o Globo, fica de fora, em benefício de um dos filmes do género mais pobres dos últimos anos: Kung Fu Panda 2. Até Cars 2, que não tem, claramente, o nível a que a Pixar nos habituou, e que falha igualmente a lista, era muito, mas muito melhor.

Óscares a 26 de Fevereiro. Quando for tudo visto, faço a Antevisão.

Sem comentários: