Jogo verdadeiramente apaixonante, que torna impossível que não nos rendamos à magia da CAN. Marrocos esteve a ganhar até aos 70', o Gabão virou o jogo em 2 minutos, Marrocos empatou nos descontos mas, na última jogada, aos 90+5, os gaboneses tiveram um livre directo para bater... e o recém-entrado Bruno Mbanangoye deu-lhes a vitória com um pontapé do outro mundo. O Gabão-Marrocos foi o futebol no seu estado puro, espectacular, electrizante e eufórico, do campo às bancadas. Foi o futebol que já não existe, como era bonito que fosse sempre.
Marrocos entrou forçado a recuperar a compostura, depois da lição de maioridade da Tunísia no primeiro jogo, mas Gerets decidiu abdicar de tudo o que distingue a equipa: a técnica e a criatividade. O treinador deixou Boussoufa, Taarabt e Amrabat no banco, e investiu numa equipa mais pragmática e com dois avançados, ceifando toda a vida ao futebol marroquino. A táctica até deu frutos durante muito tempo, mas nem um penalty nos descontos, qual justiça poética, viria a chegar para manter vivos os Leões do Atlas. Com tanto futebol para oferecer, Marrocos sai desta CAN de uma forma desoladora, a jogar pouco e mal, e muito por culpa de um Erik Gerets pequeno demais para tamanho talento.
Já o Gabão é o primado da pureza do futebol. A equipa começou por respeitar o adversário em excesso, pagou o cinismo marroquino, mas desde o primeiro minuto da segunda-parte que decidiu pôr tudo em campo. O resultado foi um verdadeiro festival de futebol ofensivo, de uma selecção entusiasmada e entusiasmante, aversa a quaisquer amarras tácticas. Com um poderio físico avassalador, a jogar rápido, em força e pelos flancos, a bombear cruzamentos e a rematar, os gaboneses inventaram um sinfonia ininterrupta que desterrou autenticamente o adversário.
Os momentos após o 2-2 marroquino, nos descontos, dizem tudo sobre o coração gabonês: a equipa ficava, mesmo assim, a precisar de um único ponto para seguir em frente... mas fez-se ao ataque como se a sua vida dependesse disso, e, em África, ainda há lugar para o futebol romântico. Jogaço impagável do pequeno Gabão (1,5 milhões de habitantes!), que se qualificou para os quartos-de-final da CAN pela 2ª vez na sua História, e fez um novo fã deste lado.
Gabão - Pierre Aubameyang é portentoso. O avançado (22 anos) do Saint-Étienne é todo ele uma estrela em potência. Começou mais no centro do ataque, mas não tem nada de número 9. A vir de trás para a frente, pelo contrário, é uma verdadeira locomotiva. Vagueia pelas alas, e depois explode, em força e em remate. Marcou o seu 2º golo na competição, e ainda fez uma assistência. Não é à toa que, logo depois da estreia, já o consideravam uma das estrelas da CAN. O veterano Daniel Cousin (34 anos) foi a chave da revolução na 2ª parte. Poderosíssimo, veio martirizar a defesa marroquina como referência do ataque, e marcou um grande golo à ponta-de-lança, coisa que os marroquinos nunca tiveram. Eric Mouloungui (28 anos), extremo-esquerdo do Nice, contrapõe em técnica o que a equipa esbanja em força. E ainda merece uma palavra Ecuele Manga, central de 23 anos do Lorient, absolutamente imponente.
Marrocos - O capitão Kharja foi, até ao último minuto, a grande inspiração da equipa. Um médio de contenção que marcou todos os 3 golos da Selecção na CAN, o que diz quase tudo sobre a sua personalidade e o nível a que joga. Um verdadeiro líder que arrastou sempre a equipa, e que merecia mais. Mehdi Carcela (22 anos, Anzhi), foi a única centelha de criatividade da equipa, pela extrema-esquerda.
Marrocos entrou forçado a recuperar a compostura, depois da lição de maioridade da Tunísia no primeiro jogo, mas Gerets decidiu abdicar de tudo o que distingue a equipa: a técnica e a criatividade. O treinador deixou Boussoufa, Taarabt e Amrabat no banco, e investiu numa equipa mais pragmática e com dois avançados, ceifando toda a vida ao futebol marroquino. A táctica até deu frutos durante muito tempo, mas nem um penalty nos descontos, qual justiça poética, viria a chegar para manter vivos os Leões do Atlas. Com tanto futebol para oferecer, Marrocos sai desta CAN de uma forma desoladora, a jogar pouco e mal, e muito por culpa de um Erik Gerets pequeno demais para tamanho talento.
Já o Gabão é o primado da pureza do futebol. A equipa começou por respeitar o adversário em excesso, pagou o cinismo marroquino, mas desde o primeiro minuto da segunda-parte que decidiu pôr tudo em campo. O resultado foi um verdadeiro festival de futebol ofensivo, de uma selecção entusiasmada e entusiasmante, aversa a quaisquer amarras tácticas. Com um poderio físico avassalador, a jogar rápido, em força e pelos flancos, a bombear cruzamentos e a rematar, os gaboneses inventaram um sinfonia ininterrupta que desterrou autenticamente o adversário.
Os momentos após o 2-2 marroquino, nos descontos, dizem tudo sobre o coração gabonês: a equipa ficava, mesmo assim, a precisar de um único ponto para seguir em frente... mas fez-se ao ataque como se a sua vida dependesse disso, e, em África, ainda há lugar para o futebol romântico. Jogaço impagável do pequeno Gabão (1,5 milhões de habitantes!), que se qualificou para os quartos-de-final da CAN pela 2ª vez na sua História, e fez um novo fã deste lado.
Gabão - Pierre Aubameyang é portentoso. O avançado (22 anos) do Saint-Étienne é todo ele uma estrela em potência. Começou mais no centro do ataque, mas não tem nada de número 9. A vir de trás para a frente, pelo contrário, é uma verdadeira locomotiva. Vagueia pelas alas, e depois explode, em força e em remate. Marcou o seu 2º golo na competição, e ainda fez uma assistência. Não é à toa que, logo depois da estreia, já o consideravam uma das estrelas da CAN. O veterano Daniel Cousin (34 anos) foi a chave da revolução na 2ª parte. Poderosíssimo, veio martirizar a defesa marroquina como referência do ataque, e marcou um grande golo à ponta-de-lança, coisa que os marroquinos nunca tiveram. Eric Mouloungui (28 anos), extremo-esquerdo do Nice, contrapõe em técnica o que a equipa esbanja em força. E ainda merece uma palavra Ecuele Manga, central de 23 anos do Lorient, absolutamente imponente.
Marrocos - O capitão Kharja foi, até ao último minuto, a grande inspiração da equipa. Um médio de contenção que marcou todos os 3 golos da Selecção na CAN, o que diz quase tudo sobre a sua personalidade e o nível a que joga. Um verdadeiro líder que arrastou sempre a equipa, e que merecia mais. Mehdi Carcela (22 anos, Anzhi), foi a única centelha de criatividade da equipa, pela extrema-esquerda.
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