domingo, 7 de março de 2010

82ª - Antevisão


Depois de umas semanas com os olhos nos Nomeados para esta 82ª edição dos Óscares, ficam aqui, não as apostas, mas, sobretudo, os desejos para logo à noite:

FILME

Desde as nomeações, que se alimenta a ideia de que esta será, mais do que qualquer outra, uma luta a dois entre Avatar e The Hurt Locker, com o primeiro a partir com certa vantagem. Parece-me injusto, até porque, para mim, nenhum deles está, sequer, entre os 3 melhores filmes, dentre os 10 nomeados. Avatar é tremendo a nível técnico, mas uma anedota de argumento, Hurt Locker é muito intenso, mas pouco criativo. Considero, qualquer um deles, inferior a outros nomeados como District 9, Up, The Blind Side ou Inglourious Basterds, apesar do filme do ano ser, na minha opinião, o Up in the Air. Tem um argumento fantástico, tem realização, interpretações, cor, praticamente tudo. É um filme tremendo que, oxalá as surpresas da noite o contrariem, acabará por ser injustamente esquecido. Ainda assim, na luta a dois de que falei no início, o mínimo de justiça daria o Óscar a The Hurt Locker.

ACTOR PRINCIPAL

Vi 4 dos 5 nomeados em acção, mas não vi, curiosamente, o único que se considera poder roubar o Óscar a Jeff Bridges: Colin Firth, em A Single Man. Ainda assim, é evidente que a prestação do primeiro é merecedora de Óscar e, tal como escrevi no texto sobre o Crazy Heart, estou a torcer francamente para que tal se concretize.

ACTRIZ PRINCIPAL

Será das categorias mais abertas da noite, já que só Helen Mirren não terá, à partida, possibilidades de chegar à vitória (a eterna Meryl Streep também não parte à frente, mas ganhou o Globo de Ouro, em Comédia). Sandra Bullock é a favorita e parece-me que, pese a boa surpresa que foi Carey Mulligan (não tanto Gabourey Sidibe), é claramente a nomeada mais forte.

ACTOR SECUNDÁRIO

É uma categoria quase sem história, tal tem sido a ovação e o reconhecimento ao trabalho de Christoph Waltz (Inglourious Basterds). Apesar de achar que o austríaco fez um trabalho consistente, também o achei robotizado de mais, pelo que não é uma interpretação que me tenha cativado especialmente. De qualquer maneira é superior à dos outros dois nomeados que vi, Matt Damon e Woody Harrelson.

ACTRIZ SECUNDÁRIA

Também aqui existem muito poucas dúvidas em relação ao desfecho. Mo'nique é a vencedora mais do que anunciada, e acredito que nada lhe retirará o Óscar. Aliás, apesar de ter gostado muito de Vera Farmiga, no Up in the Air, e de ter ficado bem impressionado com a Maggie Gyllenhaal, no Crazy Heart, seria uma barbaridade se tal acontecesse, dado o assombro que é a prestação de Mo'nique, em Precious.

REALIZADOR

O choque entre Avatar e The Hurt Locker estende-se até à luta de Realizadores. Também aqui não parece haver dúvidas de que é uma corrida a dois, se bem que a ligeira vantagem esteja, neste caso, ao lado de Kathryn Bigelow. Parece-me injusto. Se Avatar é uma obra pobre ao nível do argumento, que nunca deveria ganhar Melhor Filme, é inegável que tem, no entanto, uma realização tremenda, verdadeiramente inovadora, que é, ainda por cima, resultado, pormenor sobre pormenor, do trabalho meticuloso do homem que a idealizou: James Cameron. Pode-se cair no erro de tentar esvaziar o trabalho de Cameron com a crítica grosseira aos efeitos especiais, mas facto é que o trabalho dele, a este nível, é assombroso. E espero, sinceramente, que se lhe reconheça isso. Caso não, então o meu vencedor seria, à laia dum golpe de teatro, Jason Reitman, pelo fantástico Up in the Air.

ARGUMENTO ORIGINAL

O grande favorito é The Hurt Locker, e, pela linha dos prémios já distribuídos, só um Inglorious Basterds com alguma felicidade poderá alterar este cenário. Para mim, o argumento original do ano seria o extraordinário Up, pela simplicidade, pela doçura e pela inteligência. Como o menosprezo pela Animação irá vingar, então torço para que seja o filme de Tarantino a chegar ao prémio. Sem ser perfeito, de Inglourious Basterds ninguém poderá dizer que não é criativo, algo de que The Hurt Locker não se pode realmente gabar.

ARGUMENTO ADAPTADO

Praticamente não há dúvidas sobre a vitória de Up in the Air e, apesar da minha grande consideração por District 9, acho que não há muito a dizer. Estamos a falar de um argumento extraordinário.

NOTAS

Sobre as outras categorias, só dois aspectos a destacar:
1. Up tem, obviamente, de ganhar Melhor Filme de Animação
2. Torcerei pela majestosa "The Weary Kind" na luta mais renhida da noite (Melhor Música Original), contra um Musical e um Disney duplamente representado. May the force be with us.

À 01.30h, na TVI.

3 comentários:

Salvador disse...

O "The Weary Kind" é uma versão má do "The Wrestler" do Springfield. E no entanto, é a versão de trampa q vai ganhar, jeez...

Paulo Pereira disse...

Lol tu provavelmente não gostas de nenhuma delas, portanto és meio suspeito. Eu acho que, mesmo para quem a The Wrestler é superior, a The Weary Kind está muito longe de ser uma música de trampa.

Aline disse...

tá calado, nao viste nem metade dos filmes :p