terça-feira, 30 de março de 2010

There and Back Again

"Num buraco do chão vivia um hobbit. Não se tratava de um buraco húmido, sujo e desagradável, cheio de restos de vermes e com um cheiro repugnante, nem tão-pouco de um buraco arenoso, nu e seco, sem nada para uma criatura se sentar ou em que comer: era um buraco de hobbit, e isso significa conforto."


Acho que O Hobbit é um livro obrigatório para qualquer pessoa que goste do universo de O Senhor dos Anéis. Infelizmente, nunca li a trilogia, mas ter chegado a'O Hobbit, agora, representou aquela sensação de podermos beber mais qualquer coisa duma realidade, quando supostamente já deveria ser tarde para isso acontecer. Um pouco como se fosse publicado mais um Harry Potter, ou se se fizesse mais um Star Wars. A diferença é que O Hobbit não é nenhuma surpresa, nem nenhum lançamento. Para quem não sabe, é uma prequela a O Senhor dos Anéis, e foi lançado, por Tolkien, justamente antes da trilogia. Representa as primeiras considerações acerca do universo de homens, anões, elfos e hobbits, de gnomos, lobos e wargs, de águias, aranhas e feiticeiros, criado pelo mestre, e dá, pelo menos a quem já viu muitas vezes a obra de Peter Jackson, aquela sensação egoísta de perceber melhor a Terra Média, do que só quem viu os filmes. São-nos explicadas as ligações entre gnomos e orcs, por exemplo, também entre lobos e wargs, assim como as relações entre águias e feiticeiros, e entre homens, anões e elfos. E Tolkien apresenta-nos os hobbits, claro. De O Senhor dos Anéis, só constam três personagens: Elrond, Gandalf e Bilbo Baggins, o avô de Frodo, que é, aqui, o protagonista, já que esta é a estória da sua apaixonante viagem de juventude pela Terra Média, a mesma que lhe levou às mãos o Anel do Poder (ainda que, por esta altura, Bilbo não tivesse, como, se calhar, nunca teve, noção verdadeira daquilo que possuía).

O livro, em si, é uma espécie de conto infantil, diferente de quase tudo o que costumo ler. Tem, por isso mesmo, uma escrita muito simples e acessível, assente numa espécie de inocência, que abrange as considerações do narrador, e se estende às personagens. É um livro que, muito mais do que reflexivo, ou denso, é recheado de uma cor cativante, perfeitamente tolkieniana, que se espalha pelo Shire e por Rivendell e pela Floresta Tenebrosa e pela Montanha Solitária, de uma maneira pura e despretensiosa. Não é uma obra intensa, e porventura quem não está familiarizado com O Senhor dos Anéis, não a apreenderia como ela merece. É um livro, no fundo, para quem souber dar-lhe o valor.


P.S. - Lembrou-me isto:

3 comentários:

Anónimo disse...

A sério Paulo, tens que escrever coisas mais pequenas. Sobretudo se o tema for o Senhor dos Anéis e O Hobbit e afins. Faz lá um esforço, para teu bem :p

Susana

Paulo Pereira disse...

LOL come on, isto nem é grande!

Nádia disse...

A Veruxa vai amar!