quarta-feira, 28 de julho de 2010

Even though I walk through the valley of the shadow of death, i fear no evil


The Book of Eli parece-me um filme injustamente underrated. Não era fácil de fazer, partindo do homem solitário no futuro pós-apocalíptico, e nem se dá muito a explicações estruturais, ou a tentar marcar pela diferença um contexto tão comum como esse, mas é um filme sempre despretensioso que, sem querer ser criativo nos cenários ou na cor, e mesmo a ser exagerado aqui ou ali, tem um fundo simples, cativante e interessante de seguir. A sensação que fica é que não tem maestrias na realização, que até é apressado em certas alturas, mas que é um filme sobretudo bem escrito, e dotado duma expressividade religiosa não tão comum quanto isso.

Depois, ao nível do cast, as coisas acertaram. O Denzel é uma segurança quase a toda a prova, e faz um papel francamente bom, de um homem de fé, com um mundo às costas, que se fez a caminhar, mas que nunca, apesar dalguma acção incentivar a isso, se apresenta como um super-herói. O Gary Oldman também se enquadra bem, como sempre, mesmo que não se exija muito dele, tal como o Ray Stevenson aparece sólido como secundário. A conjugação é feliz ao ponto de até a Mila Kunis, apesar da muito deslocada ponta final, conseguir vingar, surgindo com uma pureza já madura no grande ecrã. Recomendado.

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